Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

terça-feira, fevereiro 28, 2006

E assim casei os meus anos

Foi um jantar normal, com um certo estilo de Carnaval. Dizem-me que a idade me faz cada vez melhor. Folgo em saber e agradeço aos meus queridos amigos pela sua presença e pela alegria que é estarmos juntos e acima de tudo pela enorme vontade de o festejar.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

As últimas despedidas aos escritórios

Ando a despedir-me dos "ginásios", "escritórios", e muitos outros nomes podia chamar-lhes (aqueles edifícios que tanto foram a minha "segunda casa"). A casa mãe ficará para o fim.
(Isto é o tipo de post em que podem tentar todas as interpretações, mas dificilmente vão lá chegar, lá está, quem chegaria não o lê, não tentem muito).

Porquê?

Há certos nós cegos que não condigo desatar na minha vida. Estou farta. Só me apetece chorar.

As eternas saudades do teus poemas, Sophia

"Sua Beleza

Sua beleza é total
Tem a nítida esquadria de um Mantegna
Porém como um Picasso de repente
Desloca o visual

Seu torso lembra o respirar da vela
Seu corpo é solar e frontal
Sua beleza à força de ser bela
Promete mais prazer
Promete um mundo mais inteiro e mais real
Como pátria do ser"

Sophia de Mello Breyner Andersen

A estação

O coimboio parou, a solidão desceu para a plataforma, na mala de mão levava um livro chamado saudade, amarelo e desbotado de tantos anos de uso. Palavras lidas e relidas até à exaustão. Memórias vagas, baças, aforismos de amores passados, perdidos, inacabados. Em ondas a multidão acelerava na sua vontade colectiva e a solidão ali estava quieta, perdida, inolvidável, com a saudade guardada na mala de mão. Era noite. Fumava. Singela, tomou seu rumo nos passos perdidos de um olhar, embrenhou-se na luz da lua, que brilhava insuportável no céu, e vagueou-o pela cidade, caminhando sempre no seu calmo compasso de eternidade, até a aurora a vencer no seu despontar.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Agora as coisas começam a definir-se

Já calculo a data do exame, já sei a minha nota e amanhã é dia de preparar fim-de-semana fora, e estou em pulgas, mal posso esperar, o meu organismo está mesmo a precisar de sair daqui, desta rotina que agora já está a acabar, esperando que finalmente eu tenha o factor emprego resolvido, porque já preciso de ter pelo menos isso certo na vida.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Benfica!!!

Isto hoje vai ser um grande sofrimento, e o mais certo é acabar em desaire (oxalá não), mas o meu coração de boa Benfiquista vai torcer para que aquelas alminhas corram e se desunhem para ganhar aos bifes. FORÇA BENFICA!!!

OLibertino Posted by Picasa

Recomeçou a Odisseia do MNE

Cá vamos nós outra vez, para esta maratona, desta feita mesmo na desportiva, de participar no Concurso Externo de Ingresso para a Carreira Diplomática. Abriu o concurso e até 3 de Março é o processo de entrega das candidaturas, para os interessados: Licenciados que estejam mentalmente dispostos a fazer exames de Português, Inglês, Psicológicos, de Conhecimentos (História, Direito e Economia Internacional), para acompanhar os 20 eleitos que têm 7 cunhas e vão ocupar o lugar. Eu vou, mais que não seja para dizer que fui. Sim, porque não posso dizer que fui até ao fim da última vez (e não sou mulher de deixar nada por fazer), vamos ver desta feita até onde consigo ir.

"O Libertino" ou o elogio da decadência

O génio de Johnny Deep e John Malkovich cruzaram-se para produzir uma Ode à decadência num plano histórico relevante da história da Grã-Bretanha. Amostra pastosa e poética da podidrão de uma época. Reconstituição dos ambientes e guarda-roupa impecáveis. A fotografia embebeda-se de negro e dos olhos de Deep, numa das suas mais pungentes personagens. Não recomendável a pessoas muito sensíveis. E no fim, eu ainda chorei por ele...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

O amor é fodido - parte(desculpem lá, mas perdi a conta)

Isto é para testemunhar aquelas situações tipícas do "preso por ter cão, preso por não ter cão", que julgava ter deixado lá no Fundão. Mas não, ela teima em perseguir-me e até instalar-se em cada vez mais aspectos da minha plácida existência (não recostada no sopé da Gardunha). E aqui estou a navegar nas ilusões vãs do que podería ser e certamente não será, do que podía ter sido, mas não foi e do sempre indelével do futuro próximo e longínquo. Eu sei que estas coisas que escrevo podem não fazer sentido para os leitores, mas, além de usar palavras bonitas, elas são a metáfora de todas as palavras explícitas que, desta forma, não ficam tanto por dizer. Atiro-as mais ou menos ao vento com a parca esperança do seu eco ressoar aos teus ouvidos.

domingo, fevereiro 19, 2006


culto mariano - Nossa Senhora de F�tima (Roma) Posted by Picasa

A esquizofrenia sintética

Hoje é dia de esquizofrenia em Portugal. Honestamente não compreendo como uma fraude pode mover este tipo de multidões no mundo em que vivemos. Respeito muito a Nossa Senhora, também a de Fátima (aliás quando vi a sua imagem numa Igreja em obras ao lado da Fontana de Trevi, tenho de confessar que fiquei emocionada, dei três pulinhos e tirei uma foto para a minha colecção iconográfica de arte sacra), talvez mais que as figuras masculinas do panteão religioso católico (excepto claro, o meu santo antoninho, padroeiro da minha querida cidade). O que me ultrapassa completamente, nem são os pastorinhos e a sua história fantástica, mas as mentiras que esta senhora que hoje está a ser transladada inventou, a pedido da Igreja católica e dos ultra-conservadores-senhores-do-mundo-da-guerra fria. Sim, porque eu até consigo perceber que se acredite que a dita santa apareceu aos ditos pastorinhos, mas aquela cena daqueles segredos... por favor, não suporto que insultem a minha inteligência!!! Se na verdade a nossa senhora apareceu, não ía falar a três pastorinhos analfabetos da guerra fria e do atentado contra o papa, e até que falasse, eles nunca teriam capacidade de a entender e reproduzir os seus tão afamados segredos. Enfim... E nem agora que a senhora morreu, a deixam descansar em paz, têm de arranjar estes carnavais para movimentar e acicatar as hostes católicas pré-moribundas, mas sempre ultra-decadentes. Será que a igreja nunca vai perceber que isto é o oposto da mensagem do seu primeiro e maior pastor, J.C.? Será que ninguém consegue ler? Será que no que toca à religião todos se transformam em analfabetos funcionais e se demitem de formar as suas próprias conclusões sobre a sua fé e as suas motivações? O que haverá de bom nesta histeria geral? Porquê ser sempre sintético ao invés de analítico?

hattori hanzo Posted by Picasa

hattori hanzo Posted by Picasa

Kill Bill 1 Posted by Picasa

kill bill 2 Posted by Picasa

Kill Bill - Girl with swords

So tenho pena de conseguir (ainda) colocar banda sonora

"Fotografia

Eu, você, nós dois,
Aqui nesse terraço à beira mar,
O sol já vai caíndo, e o seu olhar
Parece acompanhar a cor do mar.
Você tem de ir embora,
A tarde cai,
Em cores se desfaz,
Escureceu, o sol caíu no mar,
E aquela luz, lá em baixo,
Se acendeu.
Você e eu...

Eu, você, nós dois,
Sozinhos neste bar,
À meia luz,
E uma grande lua saiu do mar,
Parece que esse bar já vai fechar
E há sempre uma canção para contar,
Aquela velha história de um desejo,
Que todas as canções têm para contar,
E veio aquele beijo!
Aquele beijo!
Aquele beijo!
Eu, você, nós dois,
E aquele beijo!"

Tom Jobim e Elis Regina

sábado, fevereiro 18, 2006

A prisão doméstica

De quando a quando sou forçada pelo meu agregado familiar disfuncional a quedar-me em casa. Abomino, não que não goste de estar em casa, por vezes até gosto, mas estar forçosamente em casa, dá-me umas ganas de sair, de ir às compras, ao cinema, para o café, enfim, acabo a vaguear nesta minha bela localidade de pura urbanidade de betão, entre o supermercado e as lojas dos chineses, vou ver a bola para o café, faço jantares vegetarianos, trinta por uma linha para escapar à prisão de estar confinada ao perímetro de casa. É uma angústia vaga e precoce que me desespera na sua dimensão menos poética, na sua aspereza, na incerteza do caminho, na lassidão dos dias que se arrastam indolentes na fatalidade de ser.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Chuva oblíqua

Não, hoje não vou escrever mais outro poema do meu mestre Pessoa, quero falar da chuva, chamo-lhe oblíqua pela sua dimensão geométrica, pela sua insistência em não cair, ou ponderadamente se alastrar pelas ruas a espaços como se de um jogo de escondidas se tratasse. Oblíqua também pela teimosia do vento a insidiar nas suas arestas, nas suas direcções, até nos seus alvos. Pois meu caro, acreditem, ela tem os seus alvos, os seus caprichos, as sua preferências em cair aqui, ali, agora ou mais daqui a pouco. Por ser frenética ou desenfreada, por ser escassa ou ténue. No seu jogo equilibrado, ou não, de fazer felicidade ou acentuar a tristeza, de alma em alma ela escorre na sua mais nítida limpidez.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Estou a dar em louca

Devíamos já estar a fazer os benditos dos exames, mas ainda nem sabemos a data, não suporto isto. É uma falta de respeito! Ainda não sei a minha nota, mas isso é normal, uma vez que está apenas uma pessoa a corrigir 110 testes de 28 perguntas, e o meu querido e amado nome coloca-me sempre no fim das listas alfabéticas e quanto a isso não me posso nem quero queixar.
Reconheço que me começo a inquietar com esta situação e com a possibilidade de no fim de todo este processo não haver qualquer exame e adiar indefinidamente a obtenção da carteira profissional que iremos obter mediante aprovação teórica e prática. Só queria que me marcassem o exame, nada mais. Para me situar, para o apontar na agenda, para ganhar coragem de estudar... Para me poder dedicar a novas preocupações, a novos livros, a novos amigos.

A campaínha

Soava a campaínha. 23:45. Caminhava em passos rápidos relembrando naquela tijoleira os anos da minha história ali, naquelo singelo conjunto de ladrilhos que formam o chão de uma das minha casas-escolas. Talvez a mais duradoura. Chego, abro a porta lentamente, a memória permanece, indolente, vaga, melosa...

A seriedade

A uma pessoa não basta ser séria, tem de parecê-lo. Assim não rima tão bem, mas apresenta a raíz do defeito de carácter e ou personalidade que quero salientar negativamente. Na aferição contrária, devo acrescentar, se a primeira premissa é verdade, verdade é também que não basta parecer sério, há que ser sério, porém, encontro, por demais, pessoas nesta vida, que não são, nem parecem sérios, os que parecem mas não são e os que são, e no entanto, não o parecem. Enfim a seriedade é uma virtude que cada vez mais desaparece das motivações morais das pessoas. Por alguma razão que desconheço, a maior parte das pessoas parece dar, no seu dia a dia, muito pouca importância a este valor. Porque será? É compreensível? É aceitável? Penso que não. A todos, peco-vos: lutem sempre por ela!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Dia dos namorados

Eu primeiro não queria deixar esta efeméride passar despercebida, depois, por falta de oportunidade, resignei-me a deixá-la em paz, e não bater mais neste ceguinho, mas depois de ler um post do meu amigo marquinho sinto-me compelida a meter a colher neste assunto. 1º Considero este dia e a comemorações a ele associadas perfeitamente estúpidas e comerciais, além de um bocadinho desprovidas de sentido e conteúdo. O meu grupo de amigos tem a tradição de sempre neste dia organizar um jantar de contra-cultura dos "emocionalmente disponíveis" (vulgo encalhados, palavra que não uso, pois o seu sentido perjorativo não corresponde minimamente ao estado de espírito dos costumeiros consortes, além de que é uma palavra feia, e só posso considerar um perfeito idiota quem se lembrou dela primeiro), pois somos muitos e divertimo-nos muito mais do que em qualquer jantar romântico com caras-metades. Ontem mudei de grupo de "emocionalmente disponíveis", e querem saber a melhor? foi muito divertido e cheguei a casa, já quase clareava. Portanto, em boa verdade vos digo, os compromissos e o amor e os namorados são coisas muito bonitas, mas a sua ausência, confere um grau de liberdade e até alegria de viver insuperável. Beijos e abraços muito grandes e fortes a todos. Vou para as aulas.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A plenitude do que está por dentro

Existem pessoas que precisam de expressar todas as coisas dentro delas para fora, exibem-se. Há outras pessoas cuja necessidade é guardar tudo lá dentro. Todas as outras pessoas movem-se nesta escala de um lá para o outro, conforme os dias, os humores, os receptores, enfim, todo o mundo que as rodeiam. Exstem dezenas de línguas e linguagens que desconhecemos, milhares de locais que nunca vimos, sequer ouvimos falar. Tanta variedade, tantas cores, nomes, pronomes e paixões. No fundo dos corações um só amor: a vida!

Fase dois concluída

Acabou o terror das aulas teóricas. Agora começou uma fase meio indefinida, só a meio gás, a meio tempo. Ainda não sei a minha nota. Penso que será inferior à do último, espero que não seja muito. Os nervos agora andam ao rubro e a ansiadade de não termos informação é brutal. Hoje vou já recomeçar a estudar, quero fazer um exame de excelência, nem uma vírgula a mais, nem uma vírgula a menos. Não exijo a mim própria nada menos do que a perfeição, pois sei que ela depende apenas de mim, da minha dedicação e capacidade de, não só, estar à altura do que esperam de mim, como também ultrapassar todas as expectativas. Só vos digo se me apanho com este bendito exame feito até digo que é mentira!

domingo, fevereiro 12, 2006

Ao meu novo mimo

Pequena jóia de cor
prata e rosa
com flor
não de rosa
de papoila
rosa
forte
ramo
também rosa.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Encontrei!

Afinal, no fim de uma cedência ou outra encontrei o telemével dos meus sonhos, com a minha cara, cor-de-rosa, com uma papoila. É um miminho só. Acho que mais logo ainda faço um poema para ele -se o Benfica não perder, claro!

"Estoicismo

Tu que não crês, nem amas, nem esperas,
Espírito de eterna negação,
Teu hálito gelou-me o coração
E destroçou-me da alma as primaveras...

Atravessando regiões austeras,
Cheias de noite e cava escuridão,
Como num sonho mau, só ouço um Não
Que eternamente ecoa entre esferas...

_Porque suspiras, porque te lamentas,
Cobarde coração? Debalde intentas
Opor à Sorte a queixa do Egoísmo...

Deixa aos tímidos, deixa aos sonhadores
A esperança vã, seus vãos fulgores...
Sabe tu encarar sereno o abismo."
Antero de Quental

O telefone móvel

Ando à procura do meu futuro telemóvel de sonho. Não que não goste do meu, pelo contrário, adoro-o. Mas de tanto o amar, conservei-o demasiado tempo e o seu estado de saúde já deixa muito a desejar, para ser eufemista. Sofreu mais de centenas de milhares de quedas e a sua capacidade como instrumento comunicacional extingue-se a cada dia. Por tal, tenho de o substituir. Não é fácil, principalmente porque implica uma escolha de afeição que espero perdure pelo menos tanto tempo como este que agora vou ter de abandonar. Já nem entro naquelas especulações da indispensabilidade de um telemóvel, pois penso, que neste momento, uma mão chegava para contar as pessoas que conheço que não têm pelo menos um destes telefonezinhos para levar para todo o lado (tradução muito livre). A ver se não passa de amanhã.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Mais um

Sexta-feira fiz mais um teste para o cursinho, neste não vou ter vinte porque tenho lá uma coisinha ou outra que tenho a certeza que errei, ou deixei incompleta, com tantas preocupações de fazer tudo certinho, e com a surpresa do material teórico para ler, vou ficar aquém das minhas próprias expectativas. Mas a vida é mesmo assim. O meu fim de semana foi extraordinário, só foi pena estar terrivelmente doente, mas ainda assim valeu muito a pena. Falta esta semana para acabar as horas de aulas efectivas, sendo que depois passamos a regime meio tempo, sendo que desta feita não vamos receber um tostão, vai ser mesmo só por amor à camisola, o que felizmente tenho que me chegue e sobre, pois não me lembro da última vez que estive envolvida numa actividade que gostasse tanto. Quero fazer deste trabalho um emprego e nele desenvolver a minha carreira. À medida que o tempo vai passando a tensão aumenta e a ansiedade de ultrapassar este patamar é cada vez mais dominante. Trabalhemos afincadamente até lá.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

A minha paciência está a ficar muito saturada

Podem não acreditar nisto, mas hoje passei a manhã, nas aulas teóricas, a fazer aviõezinhos de papel, no dia em que, a dois dias do exame, nos disseram vão sair 7 perguntas da parte teórica. E atenção: Isto não é uma anedota. É verdade. Só tenho a acrescentar que além de detestar fazer aviões de papel, acho que isto é uma pulhice. Estou furiosa e não tenho vontade nenhuma de apreender as baboseiras que nos impigiram nesta componente supostamente teórica do meu curso.

O jogo

As ironias da ironia,
as coincidências,
o insólito inédito,
o singelo,
no amor,
no jogo,
e na vida.