Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

terça-feira, junho 28, 2005

As saudades que tenho do mar caribenho

Ver o sol nascer do mar
verde-azul indescritível,
sentir o coral ao longe
a sua presença viva
A fruta, as flores,
o cheiro doce e exótico
da enxurrada acabada de secar
Os flamingos
na sua pose cor-de-rosa,
de elegância e fantasia
alheios a tudo
como eu própria,
ali na areia suave do paraíso.

segunda-feira, junho 27, 2005

Preocupem-se meus amigos

A situação não é grave, é bem pior do que se pode imaginar. O barril do petróleo ultrapassou a "barreira psicológica" dos 60 dólares. Julgo que esta barreira pouco tem de psicológica, mas os jornalistas entendem continuar a chamá-la assim. Não sou entendida em matérias petrolíferas, mas a minha intuição diz-me que estamos na eminência de um crash de proporções bem catastróficas, o sistema capitalista está a rebentar com as suas próprias costuras e os especuladores serenos no seu egoísmo. O nosso país está enterrado em problemas sem solução até à medula, mas a Europa e o Mundo estão também nos seus becos sem saída. Tempos difíceis se adivinham. Gostaria de estar redondamente enganada, mas a crise do peak oil parece estar mais perto do que se imagina.

domingo, junho 26, 2005

O Algarve

Gosto muito do Algarve, mas gostava de poder vivê-lo de outras formas. Á parte isso há Algarves e Algarves, para todas as cores e feitios, e nisto incluo cidades, praias e formas de vida. Apecio bastantes dos seus diferentes caledoscópios e seus protagonistas, mas o meu cambiante favorito anda afastado do meu caminho há muito tempo, para grande pena minha. Tavira querida cidade e ilha, respectivamente, do meu coração estás longe, mas não esquecida. Um grande beijo para ti.

sexta-feira, junho 24, 2005

Definitivamente não vou mesmo...

não irei mesmo casar, os motivos são mais que muitos e todos descritos centenas ou talvez mesmo milhares de vezes, não me vou repetir... Mas mesmo assim, exite uma coisa que quero deixar escrita:

O Homem é um ser solitário, no meio de uma sociedade pouco social. Quero viver a minha vida por mim, não vive-la por alguem...

de resto tudo é possivel, até convidar alguem para viver em minha casa por varios meses (ou anos sabe-se lá)... até poderá ser saudavel.

Depois aos 70 anos, talvez case...

quinta-feira, junho 23, 2005

Provérbios internacionais sobre as temáticas do casamento e do amor

Não case por dinheiro, você pode conseguir empréstimo mais barato...
(Provérbio escocês)
Já que o amor é cego, o importante é apalpar
(Provérbio brasileiro)
Quer os elefantes lutem, quer façam amor, quem se lixa é sempre o capim
(Provérbio africano)
Três tipos de homens não entendem nada de mulheres: os jovens, os velhos e os que estão entre os dois.
(Provérbio irlandês)
O casamento é como uma armadilha para enguias: as que estão fora querem entrar e as que estão dentro querem sair.
(Provérbio norueguês)
Casa, e serás feliz uma semana; mata um porco e serás feliz um mês; sê padre e serás feliz a vida toda.
(Provérbio polaco)
Um solteiro pode ser tão idiota quanto um homem casado, mas ele ouve isso menos vezes.
(Provérbio francês)
Melhor bem enforcado do que mal casado.
(Provérbio alemão)
Casar-se uma vez é um dever, duas vezes é uma tolice, e três vezes uma loucura.
(Provérbio holandês)

quarta-feira, junho 22, 2005

So my friend Marcin can read it too

Thanks god for my friends. I don't know what would i do with my life if it wasn't for all of them. I love you all, thanks for being there. All of you

Não há possibilidades

Está tudo bloqueado para mim.

segunda-feira, junho 20, 2005

A lua

Esperem que ela surja no céu de fim da tarde e deleitem-se a mirá-la ao suspirar um desejo inconcretizado de amor, pois ela encheu-se e não pode mais atendê-lo com o seu poder e força

sábado, junho 18, 2005

E se o infinito fosse só o nome de um bar

O mesmo nada de sempre
a inutilidade do esforço
e das horas
os minutos que passam
e os que permanecem
os que demoram
também os que se deleitam.

Todos os infinitos
em todas as coisas
que assim se acham qualificadas
ultrapassam a sua dimensão
alongam-se para além
do imaginário
intensificam-se em multiplicações
inconcebíveis
mas fragéis
quase singelas.

Sempre intangíveis
Para além de tudo
nunca saberemos
se nada é mais
que um nome de um bar
também abstração da matemática
de toda uma vida
finita.

As traças

Podia fazer-lhes uma elegia, não as detestasse tão visceralmente, podia elogiar a sua estupidez de se atirarem contra luz e o fogo, mas não consigo.
No entanto tenho um poema sobre elas dentro de mim. Não consigo escrevê-lo ainda, mas ele está à espera, no meu pensamento, em construção.

Os meus números

Tenho muitos números dentro de mim, uso-os para jogar, mas na realidade eles são meus, adoptei-os e trato deles com veleidades maternais, como das minhas plantas. Também como elas, e sempre derivado de vicissitudes desta vida, acabo por mudá-los, substituí-los ou desprezá-los. Infelizmente nenhum dos jogos sociais acerta neles... Gostava tanto de inspirar um daqueles anúncios do totoloto, mas ainda mais um daqueles do euromilhões... ou até algo mais simples...

sexta-feira, junho 17, 2005

A solidão

A solidão não é má, desde que desejada. Gosto de estar só, pensar comigo mesma, sem justificações, sem cautelas, sem guardas. Gosto também de estar acompanhada, não pensem que não, aliás, a maior parte de vós bem sabe que assim é e assim será até ao fim dos meus dias. Mas o meu espaço, meus amigos, o meu espaço é sagrado, aquele cantinho que está dentro de mim, onde me escondo quando estou triste, cansada ou assustada, ou mesmo a explodir de uma daquelas alegrias impartilhaveis. Esse sítio é o meu esconderijo. Lá dentro só existe solidão, a minha solidão.

quinta-feira, junho 16, 2005

A Eugénio de Andrade - As palavras

Foste o meu conforto,
as minhas lágrimas,
também,
medi tantas das tuas palavras,
sonhei outras,
imaginei poemas
que acabavam sempre
em versos translúcidos,
casa maior das tuas palavras.

Foste, assim,
com a felicidade do fim do sofrimento.
Nós que por aqui ficámos,
vamos amar as tuas palavras até ao fim,
e ensinar aos nossos filhos,
este amor maior,
construído,
nosso,
vosso,
seu,
deles,
e de todos,
a simplicidade extraordinária e pura
das tuas inolvidáveis palavras.

quarta-feira, junho 15, 2005

E a lua a crescer no seu caminho

"Surge dos lados do oriente a luz loura do luar de ouro. O rasto que faz no rio largo abre serpentes no mar"

Bernardo Soares, "Livro do Desassossego"

terça-feira, junho 14, 2005

A vida dentro do meu sonho

Hoje tive um sonho bom. Muito bom. Agora já não me recordo dele, só da sua sensação. Ficou-me na pele, colada durante o dia todo, como humidade. Agora começou a descolar, a perder lentamente o seu efeito. As costas estão a matar-me novamente, faltam-me um par de mãos para lhes fazer massagens e festinhas (também massagens nos pés). No entanto, elas nunca chegam, nem em sonhos!!!

A morte veio também

Além de tudo ontem ter sido estranho e fútil, trouxe de mãos dadas e passo célere a morte. Primeiro o grande capitão de Abril, o companheiro, se bem que julgo que ele preferíria camarada, Vasco, Gonçalves, e durante a noite, antes ou depois, ou durante o vago temporal o Manuel Tiago, finou a sua prosa quando o seu punho de Álvaro Cunhal morreu. Mas o pior, o mais terrível, (e a minha dor não consegue controlar as lágimas), foste tu, Eugénio, nome também falso que usavas para te ocultar de ti mesmo, eu choro apesar de saber que as tuas palavras e a tua magia vão permanecer entre nós, em todas as toadas dos teus poemas, nas minhas cartas, pelo Fundão dentro e fora, na tua Póvoa da Atalaia e no coração de todos nós que te agradecemos por teres feitos das urgências poesias, mas também das calmas, também das aves, das flores e do júbilo feroz da vida inquieta e sempre fugidia, permanece agora perene na tua morte a eterna saudade dos poemas ditos por ti. Adeus.... aqui deixo algumas das tuas palavras.

"Sou filho de camponeses, passei a infância numa daquelas aldeias da Beira Baixa que prolongam o Alentejo e, desde pequeno, de abundante só conheci o sol e a água. Nesse tempo, que só não foi de pobreza por estar cheio do amor vigilante e sem fadiga de minha mãe, aprendi que poucas coisas há absolutamente necessárias. São essas coisas que os meus versos amam e exaltam. A terra e a água, a luz e o vento consubstanciaram-se para dar corpo a todo o amor de que a minha poesia é capaz. (...)"*

"Agora os nomes que martelam o sono,
turvos ou roídos de poeira:
Póvoa, Castelo Novo, Alpedrinha,
Orca, Atalaia, nomes porosos
da sede, onde a semente do homem
é triste mesmo quando brilha."*

* Eugénio de Andrade, "POESIA, TERRA DE MINHA MÃE"

segunda-feira, junho 13, 2005

Um estranho Santo António

Bom, aqui estou, até agora nenhum milagre.
No entanto, tenho de salientar que a noite de ontem foi algo de inédito, choveu. Nunca tinha chovido numa noite de Santo António, pelo menos nos últimos 23 anos. Mas ontem choveu. E como estavamos numa noite de acontecimentos inusitados, também uma garrafa de cerveja se veio partir de encontro ao meu pé, provocando um lindo corte no meu dedo. O pior foi ter de ouvir um sermão de todos os que me acompanhavam por ter ido de sandálias, ao que eu explicava, como estou a explicar aqui que eu tentei calçar as sapatilhas, mas não consegui, porque os meus pés morriam de calor e eu atabafava. Por tudo isto, e pela desilusão pragmática com a vida, e sem qualquer manjerico, às quatro da manhã decidi voltar para casa. Rumei ao Cais do Sodré para apanhar o autocarro da noite que me traz confortavelmente a casa, às quatro. Nunca me recordo, também de nestas noites ir para casa ainda de noite, mas fui, após meia-hora de dúvidas em relação ontem não haver carreiras da noite, lá chegaram os autocarros todos para nos distribuírem às nossas procedências. E lá vim eu, espantada com o chão de Lisboa todo molhado numa noite destas, depois de ter convencido um jovem estranho que não tinha medo de empreender aquela aventura, que até a empreendo frequentemente. Na verdade tenho sempre um bocadinho de receio, que me mantêm muito alerta e me faz voar até alcançar uma distância segura dentro da solidão da noite, bem sei, que faço isto há muitos anos, nunca me aconteceu absolutamente nada, mas é bom estar sempre alerta, pois não se sabe quando é dia santo...

domingo, junho 12, 2005

Suspiro...

Ía partilhar convosco a ponte dos suspiros, mas não consigo pô-la direita... Já tenho algum domínio do hello, mas ainda é muito precário, por isso vou guardá-la para os próximos suspiros, que os haverá no futuro, e por agora deixo apenas aqui o meu suspiro de tristeza e frustração, pela minha devoção ao meu querido Santo Antoninho, padroeiro desta minha Lisboa junto ao Tejo, e daquela outra Pádua lá para os lados de Veneza, estar a ser defraudada pela falta de qualquer resultado recompensador de tanta fé e preces.

Mas, porém, todavia, contudo, lá vou eu hoje, para a romaria e os arraiais, sob a ameaça de chuva, que é coisa que nunca me lembro de ter acontecido neste dia...
Aproveitar a excelsa companhia das minhas amigas e reencontar velhos amigos e conhecidos que nesta noite veêm sempre a subir ou descer as ladeiras das colinas famosas desta cidade que é minha e de todos os alfacinhas retintos como eu.

Ai (suspiro)!... Como eu gostava que o meu amor me oferecesse um manjerico para eu cuidar...

sábado, junho 11, 2005

O arrastão

Os nossos problemas de imigração começam a manifestar-se. O que na memória se associava até agora a barcos, passou a materializar os medos mais profundos da nossa sociedade ocidental, a insegurança. O que aconteceu ontem é um paradigma das questões que temos por resolver. A turba que estropiou a praia de Carcavelos e seguintes é da nossa responsabilidade.

Hoje um senhor no café dizia, era matá-los todos, e a dona do café concordava. Tive de me ir embora rapidamente para não começar a chamar nomes ao senhor racista e chauvinista que iniciou esta conversa macabra. Não pensem que estou a desculpabilizar as acções violentas e totalmente reprováveis que aquelas alminhas perdidas operaram na Linha. Não estou. Apenas quero alertar as pessoas para algumas questões fundamentais que nestas horas se esquecem, por medo, decerto.

Para começar voltemos uns 500 anos atrás, quando nos arvorávamos em conquistadores e descobridores do novo mundo, aproveitando para usurpar os indígenas dos seus produtos, das suas terras, dos seus direitos, das suas liberdades e até das suas proprias vidas, comerciadas vergonhosamente durante séculos.

Fazendo um largo salto no tempo, encontramos o Portugal Salazarista e incondicionalmente colonizador, a guerra colonial e todas as atrocidades nela cometidas. Ultrapassando porém estes anos a fio de imoralidade histórica e imperial, posso agora entrar em argumentos mais práticos e contemporâneos, para os que pensam que o que lá vai, lá vai, e nós pessoalmente não tivemos nada que ver com essas tragédias infligidas pelos nossos antepassados nos antepassados da turba aqui em questão.

Portugal tem um grave problema demográfico, característico da Europa, resultado da nossa nova forma de vida, da baixa natalidade, de uma segurança social desgraçada e de um país que é incapaz de incentivar e apoiar as famílias e o seu desenvolvimento. Isto para não entrar em argumentos mais radicais do aburguesamento da população portuguesa que não satisfaz a procura de emprego em determindas áreas e sectores de actividade.

Solução? Simples. Imigração. Vantagens: temos muitos imigrantes desejosos de fornecer mão-de-obra, mesmo mal paga e em condições quantas vezes sub-humanas.
Desvantagens: é só virem. Políticas de integração social? Não há, pelo contrário, há exclusão e racismo. Políticas de habitação e segurança social? Políticas de socialização e integração dos portugueses filhos de imigrates? Nada. E as escolas. Porque será que eles se tornam marginais? Será porque têm as mesmas condições que as outras crianças? Ou porque o jardim de infância deles é o gueto? Será que eles são magrinhos para manter a linha? ou passarão eles fome? Será que eles andam com navalhas e outras armas porque se aborreceram com todos os seus outros brinquedos e livros? Será que eles vendem droga e andam pelas praias em turba a fazer assaltos por brincadeira?

E atenção, meus amigos, estes jovens delinquentes e marginais são portugueses, não podemos simplesmente "mandá-los lá para a terra deles", esta é a terra deles, e as condições que eles têm são as condições que este mísero país lhes deu para crescerem e serem Homens. E vejam em que tipo de homens de tornaram.

Gelo Ardente e Fogo Gelado (revisitado)

por vezes um passeio por todos os post que escrevemos, funcionam como as paisagens australianas, como um elixir para a alma, e foi no Gelo Ardente e Fogo Gelado que encontrei um pouco deste elixir. As coisas que por vezes lemos, sem pensar quem foi, e surprendemo-nos mais tarde com o autor. não-caso-pq-não-quero: um dia conversarei contigo, com o orgulho de saber que és alguem diferente, mesmo que seja a primeira vez que aconteça. por vezes as pessoas não têm o dom do texto, pelo menos tu de que tens, continua igual a ti mesma... sei que tenho aqui uma amiga!

O pior amor do mundo

Odeio este amor que tenho dentro de mim. Odeio com todas as minhas forças. Ainda assim sinto-o, apesar de tudo. Tento fugir de mim própria, do espaço em que ele controla tudo, no entanto ele volta sempre para me apanhar em falso. E por momentos volta tudo ao zero. Nunca conseguirei ser feliz. Mesmo que consiga vencer este amor, ele ficará sempre lá dentro derrotado, mas vivo, sempre a chorar baixinho a infelicidade de não podermos ser.

sexta-feira, junho 10, 2005


O Nilo Posted by Hello

As pequenas coisas que perduram Posted by Hello

Ai!... Posted by Hello

Uma velinha para a �rvore da esperan�a Posted by Hello

O meu pirata favorito é o Sadokan

Gosto de Piratas. Principalmente porque li muitos livros que contavam histórias maravilhosas de piratas, converti-me em definitivo quando vi o filme em que o mágico Johnny Deep se fantasiava de Pirata caribenho. Sem dúvida o meu favorito é Sandokan, o último que conheci. Partilha o nome com um dos protagonistas de uma série de desenhos animados, Dragon Ball, se não me engano. Lembro-me que foi uma verdadeira febre. Interrogo-me se alguém teria ideia que havia um livro com esse nome? Conta a história de um pirata.

quinta-feira, junho 09, 2005

Um sorriso novo

Tenho um sorriso novo. Literalmente, branquinho e resplandescente, sem as machas dos meus vícios, mas já atrabalhar novamente para elas...

Eu gosto de ir ao dentista. Serei normal?

Os assuntos mal resolvidos

Queria seguir em frente. Sei que para o fazer tenho de dar um passo atrás, resolver os assuntos pendentes, mas como? Como resolver uma não-ocorrência? um não-problema? uma não-relação?

quarta-feira, junho 08, 2005

Instantes...

Incrivel como por instantes a nostalgia dos dias dividos com outras pessoas me albarrou...
Deixei um comentario num dos teus posts, depois de ja ter feito mais um post no Não Acredito.
No momento de desentendimento comigo, sem deixar o mundo que rodeia, senti o ódio que ainda sinto por mim.

E instantaneamente,
Saltei para todos os momentos que passei com alguem.
Com a Sónia...
Contigo, e com mais uma ou outra pessoa.
E a vida girou.
Encontrei o sonho,
Deixei por momentos a vida,
Entrei no mundo da nevoa das recordações.

Lá estava tão pouco!
Vinte e três parteleiras
e mais uma a ser construida...
Esta ultima completamente atafulhada
Mesmo insegura, estava frime.

As outras parteleiras
Com apenas algumas folhas
arrancadas com furia de um livro qualqer...

E mais duas outras parteleiras,
pintadas a vermelho e rosa,
organizadas mas cheias
cheias do que tive,
cheias de tudo o que sonhei ter...
cheias de tudo o que não tenho mais.

talvez quem sabe,
talvez não precise de voltar a visitar
esta sala enovoada de coisas vivas e mortas
coisas de mim,
da minha memoria...

São demais os perigos dessa vida

São demais os perigos desta vida pra quem tem paixão 
Principalmente quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma musica qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua

(Toquinho e Vinícius de Moraes)

Lua Cheia e �s voltas(Veneza) Posted by Hello

terça-feira, junho 07, 2005

As coisas que eu gosto

Gosto de túlipas e lírios bancos,
pela manhã

Gosto de escrever palavras à toa,
em papel cor-de-rosa pautado,
em branco,
com uma caneta fina e fiel,
de tinta permanente,
bom balanço
e pomposa máscara
preto-e-prata
com flores
em design floral.

Gosto de imaginar prados verdes,
pela manhã,

Gosto de pensar que estou a levitar
por cima deles,
debaixo de chuva
de túlipas e lírios brancos.

Gosto do silêncio
da quietude de estar comigo própria
com a minha caneta favorita
mergulhada em túlipas e lírios brancos.

São as minhas flores preferidas

Gosto também
das princesas
das rosinhas
das verdinhas
das falecidas violetas
flores da minha esperança
que adoptei, cuidei e cuido
no meu modesto jardim
guardo-as sempre intactas no meu coração
junto de um sorriso.

Gosto de caixinhas de música
e de beijos debaixo do azeviche
apesar desta não ser uma tradição
que conste do cardápio,
dos meus natáis,
e penso sempre,
ao deparar
com esta palavra,
" Natal,
na província neva"
da sua poesia
da sua entrega
da sua construção da imagem
do Natal
bucólica paisagem de província
coberta por um manto de neve
branco.

Gosto muito do branco
e do rosa
mas também do azul
Gosto de fumar
é uma infelicidade
bem o sei
bem o adivinho.

Nunca devia ter tocado num cigarro na vida.

Acendo um cigarro
em poesia
abro a porta
para deixar algum fumo sair.

Gosto da praia
penso nela com satisfação:
o mar
a areia
o vento
e o sol
todos a brincarem juntos
a magia de ver-e-ouvir o mar
sentir na pele o calor do sol na areia.
Gosto de conchinhas
e búzios
e ameijoas
e mexilhão
e camarões
e lagostas
e percebes

Percebes???

Desculpem,
foi impossível resistir.

Gosto de mãos grandes
e massagens nos pés

Gosto de pirilampos
numa ocasião
adoptei um,
malafortunadamente,
apenas por umas horas,
pois acabei por contribuir
para a sua morte trágica,
enquanto o andava a passear,
o meu Piri
estatelou-se no chão
de mais de um metro de altura
e definhou pela noite
por debaixo da lua cheia
no sopé da Gardunha.
Pobre vida que desfiz!
Espero que o seu espírito
tenha voltado a este mundo
com uma sorte melhor.

Faço agora destes versos um poema
depois de ter, inicialmente, escrito
Não sei se farei destes versos um poema
A poesia são versos
contruídos com labor
ou apenas
palavras desenhadas num assomo de inspiração.

Gosto de viver a minha vida nas palavras.


segunda-feira, junho 06, 2005

Como tu me alegras querido

Até agora o meu dia tem sido um prolongamento da noite de ontem, mas em versão inferno. Ontem quando voltei da praia estava um carro no lugar de estacionamento do meu carro, até aqui tudo normal, não foi a primeira vez e certamente não será a última. Vim a casa, tomei banho arranjei-me, fui sair, voltei e o energúmeno continuava lá. Chamei a polícia, eles multaram-no e voltei para casa à espera de a qualquer momento descer para ir gritar com o gajo, passei a noite toda nisto. Uns dos meus vizinhos estão a fazer obras em casa e a partir das oito da manhã que o som ensurdecedor dos ruídos das obras, rebarbadoras, berbequins, enfim, um verdadeiro terror, ao ponto de eu pensar em fazer um curto circuito gigantesco para provocar um apagão na Pontinha. Agora já abrandou um pouco, a polícia já rebocou o carro do estrupício, e a minha nova colaboradora é muito ciosa e diligente e chegou para me ajudar a animar este blog. Agora é sempre a subir!!!

sábado, junho 04, 2005

Os pesadelos

Eles chegam sem nos avisar, até no meio de um sonho bom. Esta noite tive um pesadelo horrível, ainda pior porque começou por ser um sonho bom - e não eras tu a fazer-me massagens nos pés - mas estava a ser bastante agradável, até que descambou e acordei com o socorro da voz da minha mãe, mas estou aqui com uma neura para três quinze dias. Será que nunca me vou livrar destes personagens entrarem assim nos meus sonhos? saiam de dentro de mim! da minha lembrança, são todos o revés da minha felicidade, nunca vos queria ter conhecido, muito menos sonhar convosco. Deixem-me em paz!!!

Gelo Ardente e Fogo Gelado

Por cada instante dispar que vivo, pergunto-me porque é que as coisas são como são?
A agonia da dor soliaria continua inpragnada em mim...
Se existe alguma coisa k nos possa salvar,
Se o santo Graal é apenas um conceito,
Se podemos-nos ajudar uns aos outros,
Se a vida é apenas uma passagem,

O nosso problema, são os "se"s
Se não existinsem ses não existia problemas...

sexta-feira, junho 03, 2005

Quero viver a vida inteira! Já!!!

Quero viver a vida inteira
Já,
Agora,
A todo e qualquer momento.

Não quero adiar mais o amor,
Não quero adiar mais nada.

Quero receber flores
Escrever cartas de amor,
versos apaixonados,
ser uma metade do todo.

Quero tudo nesta hora,
Quero o infinito em todas as suas formas.

Quero ser e estar,
ficar, permanecer e continuar.
Isto, aquilo e o outro,
o moderno e o antigo,
todos os quatro elementos.

Quero viver a vida inteira
nestas palavras,
neste momento,
em toda a totalidade do mundo!

quinta-feira, junho 02, 2005

Com a praia e o mar aqui tão perto

Ontem à noite, quando estava a falar com o meu amigo Marcin, um polaco que conheci em Nápoles, pelo messenger, disse-lhe que hoje ía à praia, ao que ele me respondeu que tinha de fazer uma viagem de sete horas para chegar perto do mar. O mesmo tempo que se demora a atravessar o nosso país de uma ponta à outra ou ir a Madrid.

quarta-feira, junho 01, 2005

Cá estou eu de novo, amigos

Voltei. Finalmente acabaram as apresentações, as viagens. Foi excessivo e por vezes enlouquecedor, mas passou. Espero que se traduza em bons resultados de vendas. E agora volto para a minha senda pessoal.