Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quarta-feira, setembro 29, 2004

Alguns dos meus livros favoritos

"The Silent Revolution" - Inglehart
"Cem anos de solidão"; "Amor em Tempos de Cólera"; "O Outono do Patriarca"; - Gabriel Garcia Marquez
"O livro do Desassossego" - Bernardo Soares, heterónimo de Fernando Pessoa
"Os Maias"; "O Crime do Padre Amaro" - Eça de Queiroz
"Os Miseráveis" - Victor Hugo
"Ensaio sobre a Cegueira"; "Memorial do Convento"; "A caverna"; "Viagens a Portugal" - José Saramago
"Mistérios de Lisboa"; "Vulcões de Lama"; "Anátema"; "O amor de Perdição"; "A Queda de Um Anjo"- Camilo Castelo Branco (e todos os outros romances de faca e alguidar que agora não recordo o nome)
"O Vermelho e o Negro" - Stendhal
"O Monte dos Vendavais" - Emille Brontée
"A aparição" - Virgílio Ferreira
"Retrato a Sépia" - Isabel Allende
"O Processo" - Franz Kafka

A maravilhosa natureza dos livros

Gosto de ler. Aliás, adoro ler. Desde pequena, já li largas centenas de livros na vida, talvez mais de um milhar, só comecei a contá-los em 2001. Mas isso não importa aqui. Há livros, que nos absorvem, onde podemos entrar e encontrar refúgio, um porto seguro longe da vida, longe do mundo, longe de todos. Há uns que são mais assim que outros, há livros fáceis e herméticos. A sua magia está na nossa imaginação, dos sítios onde nos levam e dos personagens que nos dão a conhecer. Os livros são fundamentais na minha vida, mais do que pão para a boca. Odeio quando ando em demanda por um bom livro e depois acabo por ter de ler as maiores secas ou absurdidades literárias, mas quando encontro um bom, é uma felicidade! Não sei se o devo devorar de um trago ou saboreá-lo lentamente, mas tento sempre arranjar uma solução de compromisso. Neste momento estou a ler quatro livros: "A jangada de Pedra", "Ensaio sobre a lucidez", "Em busca da cidade dos deuses perdidos" e o "Código de da Vinci". Os dois primeiros arrastam-se na minha mala há meses, são difíceis de penetrar, ainda não ultrapassei aquelas introduções insondáveis, verdadeiros testes ao leitor e à sua preserverança, mas de quando a quando leio duas ou três páginas da jangada e um capítulo do ensaio. Confesso que nenhum deles me cativa por aí além, mas admito que pode ser da minha disposição para com eles. Sei que chegará um dia em que me pegam e me obrigam a lê-los até ao fim. O terciro é o ínicio de uma saga da Isabel Allende, que estou ansiosamente a seguir. O quarto está já num estado bem adiantado que não chegará certamente ao fim-de-semana. Estou absolutamente lá dentro. A história não é novidade para mim, foi quando a descobri que reneguei a igreja católica e a minha própria fé, que tento agora recuperar, com a certeza, porém, de nunca mais acreditar numa palavra da Igreja hipócrita e falsa que pouco tem a ver com Deus. O livro está pejado de pequenas inconsistências erros e lacunas históricas, mas não deixa de ser fascinante na forma misteriosa como o enredo se entretece (palavra q o tradutor adorou e utiliza de 10 em 10 capítulos).
Para mim os livros são o capital mais valioso que detenho. Os que tenho na cabeça, nas prateleiras, ou encadernados em fotocópias. São a única peça materialista que verdadeiramente venero.
Obrigada à minha mãe, que me cultivou e incentivou este gosto desde pequena e colocou à minha disposição a sua vastíssima biblioteca, ao meu avô, pela mesma razão (apesar de ele ser um bocadinho mais rezingão: "Não dobres, não estragues, vê lá", mas é o seu amor por eles a falar mais alto"), aos jornais e revistas que fazem continuamente colecções a preços acessíveis com títulos bastante razoáveis, e um grande obrigada, muito especial, um bem-hajam, a todos os escritores que escreveram livros que eu li, que me fizeram, rir, chorar, suster a respiração, renegar a caixinha mágica da televisão, suspender tudo para pensar neles e principalmente por todas as memórias que ficaram marcadas a ferro e fogo.

terça-feira, setembro 21, 2004

Como evitar a loucura

Estou a dar em doida! Quando estou aqui, no Fundão, só queria estar em Lisboa.
Quando vou para Lisboa, não consigo parar de pensar em voltar para a minha casinha do Fundão. Quando estou na minha casinha só me apetece sair, mas para onde? Com quem?
Motivos? Muitos...
Bons e maus, materiais e espirituais, doces e amargos. Motivos para todos os gostos e feitios...
Persisto em ficar, em rumar para Lisboa sexta-feira e regressar no Domingo.

Lisboa

Tenho saudades de Lisboa, de estar em Lisboa, de viver em Lisboa.
Sinto falta da ausência de rotina na minha vida. O meu Fundão é feito de rotinas, de rituais, aos quais não posso fugir. Ainda tento, a espaços contrariar isso, quando à noite inesperadamente saio sozinha para pôr o lixo, mas o Fundão acaba sempre nos seus indomáveis limites.
Lisboa é uma incógnita diária, até nas rotinas, que não podem ser chamadas rotinas pela sua efemeridade e inconstância. É um jogo. É ir ao cinema sem ter de ver o filme que lá está, porque estão sempre vários. É ir para o Bairro às quatro da manhã, com a certeza que está tudo fechado, mas os amigos permanecem às portas, nos passeios, nas ruas, até no Inverno, quando não chove. Lisboa é a rádio RADAR, a MEGA e a BEST FM (mais ao gosto do mau irmão), Lisboa é a casa da Tininha na R. da Indústria em Alcântara, a casa da Pité no Restelo, mesmo à beira do Tejo, a casa da Catarina, na R. do Carmo, a casa da Margarida em Xabregas, também à beirinha do Tejo, a Stª Apolónia.
Lisboa são todas as ruas iluminadas pela solidão à noite, pelos acasos inesperados e os encontros furtivos, à beira do amor, sempre na vertigem da paixão que não cura, que não passa, que não esmorece, que se desilude e se despede, para voltar sempre assim.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Bossanova

"Este seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso acreditar
Doce é sonhar
É pensar que você
Gosta de mim
Como eu de você!

Mas a ilusão
Quando se desfaz
Dói no coração
De quem sonhou
Sonhou demais
Ah! se eu pudesse entender
O que dizem os teus olhos... "

Antônio Carlos Jobim

quinta-feira, setembro 16, 2004

Malmequer, Bem-me-quer, Muito, Pouco ou Nada

Eu queria pôr aqui uma foto de um malmequer, que era aliás uma margarida. A diferença entre as margaridas e os malmequeres é apenas o tamanho. Descobri-o há pouco. Infelizmente ainda não descobri como pôr fotos, por isso ficamos assim.

terça-feira, setembro 14, 2004

É incrível a minha incapacidade para avaliar as pessoas. Para o bem e para o mal.

segunda-feira, setembro 13, 2004

O poder das palavras

Quanto vale uma palavra? Qual a sua força?
"As palavras são como punhais", afirma o Saramago nos seus Poemas Possíveis.
O que são e o que valem as minhas palavras, nos meus poemas?
As minhas palavras são difíceis, imprecisas e extremas, são a metáfora de tudo o que não é verbo, de todo o indizível que vive dentro de mim, dos meus fantasmas e de todos os pecados inconfessáveis do meu espírito.
As palavras são toda a nossa vida, maiores que o olhar, que o gesto, são a essência do que não deveriam ser.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Era uma vez uma árvore

Estava ali, sempre estivera. Ninguém sabia quem a havia posto lá, nem qual a sua espécie, era apenas "a árvore", "aquela árvore". Todos se juntavam à volta dela, todos sem se aperceber a amavam profundamente como relíquia impenhorável da memória, das boas memórias.
E a árvore estava lá, de pé, altiva na sua imponência, ocultando os segredos de todas as gerações, de todas as vidas ali vividas. Conhecia as estações e os elementos, a lua e o sol, o céu e a terra. Só não conhecia o mar. Um dia alguém que vinha da distância falou-lhe do mar, falou-lhe da sua beleza e imensidão, das suas costas rochosas e praias resplandescentes que lhe serviam de margens, falou-lhe de todos os rios que lá depositavam eternamente as águas das nascentes. Falou-lhe de um amor maior, mais forte.
A árvore nunca mais foi feliz, sonhava acordada com o mar.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Silêncio

O silêncio é a bruma da solidão, avança inusitado como uma sombra, instala-se como aplicação da alma, condiciona o ser e evului dentro de si próprio, num nicho de ausência incálculavel

segunda-feira, setembro 06, 2004

Incidentes que só me acontecem a mim

Na 6ª-feira estava tão desaustinada que só queria fugir daqui!!!
Saí do trabalho, fui a casa arrumar as malas, trouxe-as para baixo, fui buscar o carro, meti gasolina e lá fui eu, auto-estrada comigo. Em Torres Novas conforme o tédio se ía apoderando de mim, depois de ter sobrevivido a um autêntico dilúvio quando passei na zona de Castelo Branco, chuva torrencial e trovoada de meter medo, pensei: podia parar, ligar o potátil e pôr uma musiquinha a tocar... e de repente tive uma visão mental de todas as minhas coisas muito arrumadinhas na entrada das escadas do meu prédio. Quero deixar aqui os meus agradecimentos ao Miguel e ao Alex e à Rute que guardaram tudo na cooperativa.

Enfim mais uma vez "a minha vida é como se me batessem com ela"*
* Soares, Bernardo**, "Livro do Desassossego"
** heterónimo de Fernando Pessoa

sexta-feira, setembro 03, 2004

Sexta-feira, finalmente!

Há semanas q dão cabo das pessoas, esta semana, honestamente deu cabo de mim.
A próxima certamente será melhor...
Bom fim-de-semana