Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

O tempo que passa

Gostava de ter algo de verdadeiramente bom para partilhar aqui no meu blog. Mas não tenho... quero dizer, tenho muitas coisas boas, das mais diversas naturezas, tenho a minha família, disfuncional, é certo, mas cheia de amor e carinho para me dar, tenho os meus queridos amigos e todas as condições para usufruir da sua companhia, mesmo quando estão longe, tenho o meu computador, a minha televisão, os meus livros e os meus jornais, para estar sempre informada ou entretida, tenho as minhas plantinhas, tenho o meu assombroso guarda-roupa + acessórios repleto de todos os caprichos imagináveis e tardes de terapia das compras, até um frigorífico eu tenho, tenho poesia e tenho prosa e todas as doutrinas políticas que existiram ou que estão ainda por se cumprir, que aconchegam ou angustiam o meu intelecto. Porém, nada disto me completa, nada disto me satisfaz, gostava de ter, antes de tudo, um trabalho, não precisava de ganhar muito, apenas fazer alguma das várias coisas que gosto, depois queria uma casa, um espaço meu, com um jardim, e um cão, um gato, um macaquinho, passarinhos coloridos, peixinhos vermelhos e tartarugas amestradas (Tata, que deus tenha a tua alma em descanso), um telemóvel novo (porque o meu está a dar as últimas), milhares de livros (por oposição às centenas que tenho), queria viajar pelo mundo, conhecer todas as capitais europeias, particularmente Sófia, Istambul, Roma, Londres, Berlim, Atenas e Amesterdão (que apesar de não ser capital o é), bronzear-me nas caraíbas uma semana por ano e passar o Carnaval no Sambódromo a sambar até à exaustão e podia continuar longas horas de fabricações mentais de desejos, mas páro por aqui, e agora pergunto:
Será que se eu tivesse tudo isto seria feliz? Ou sentiría a mesma frustração estrutural? Será que a vida me desencanta por ela própria? Pelas suas limitações presentes e latentes?

terça-feira, fevereiro 22, 2005

O primado da política

Eu amo política, não apenas o que normalmente as pessoas consideram política, mas tudo, todo o universo absoluto em que esta palavra, aparentemente tão simples, mas carregando um tão significativo e complexo conteúdo em muito do que constitui a vida, não só a minha, mas a de todas as pessoas, não só as da Pontinha, ou de Lisboa, ou da Europa, mas sim, todas as pessoas do mundo. A política é, em primeiro lugar, toda e qualquer forma de controle e manutenção de ordem em todos os sítios. Claro que as suas facetas são inumeráveis e até talvez impossíveis de precisar, e tiveram na história passada, tantos outros aspectos e formalidades representados na prática na eterna relação de confronto - domínio entre os povos. Em 2º lugar, a política exerce os mais diferentes papéis na hierarquização do poder e das formas descendentes de organização das sociedades, sendo que cada indíviduo está inserido, no centro de um círculo que é incorporado num número elevado e multiplo conjunto de diversos outros círculos sociais que o abrangem e o rodeiam em qualquer local, durante toda a sua vida. O Homem é um animal político, porque é um animal social. É díficil, senão impossível, ser uma ilha isolada.
Quanto á politicazinha, aqui mais centrada no meu país, devo dizer, que não compreendo, porque estão sempre a comparar Portugal com os Estados Unidos, em questões de política mais sistémicas, o nosso sistema político tem poucos paralelos com o norte americano, porém os senhores como o silencioso delgadinho, persistem em dar exemplos comparativos, apesar de na Europa haver exemplos muitos mais passíveis de ser comparados, sendo que o pior, derradeira razão, é a triste realidade de o sistema norte americano ser em muitas coisas o exemplo de como não deve ser um sistema político. O nosso ainda assim podia ser melhorado em muitos aspectos.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Vai onde te leva o coração

Este é o título de um livro, julgo que lamechas, que nunca li. Hoje ainda tive o instinto de ir, mesmo sabendo que o meu coração me leva para o mesmo, já arruinado, beco sem saída, aliás na verdade este beco apresenta duas bifurcações, ambas sem saída. No entanto os meus sonhos persistem povoados por eles.
Amo-os a ambos, ainda e inexoravelmente, como se a impossibilidade de algum ser meu permitisse o meu amor platónico, total ou parcial. A fatalidade do destino premeia a sua conjugação, e ao mesmo tempo a sua tão drástica distinção.
E eu continuo aqui, como eles lá, cada um no seu sítio, a dormir sós.

terça-feira, fevereiro 08, 2005

A reinvenção do mundo

O mundo não existe
Equilibra-se,
pende para um lado
pende para o outro
Morre aqui, nasce acolá
Expande-se e recolhe-se.
O mundo só existe dentro de nós
Porém, existe também por ele prório
A memória colectiva de todas as vidas
é a sua força motriz.

domingo, fevereiro 06, 2005

A magia da poesia é comovermos alguém, fazer sorrir ou chorar, ou ambos!

sinto vontade de voar, com estas novas asas.
reconhecer o cheiro das nuvens
sentir o calor apenas do sol
voltar a sentir a brisa que deixa suspenso
sem me mover e voar
tempo sem fim
e no final...
descansar num barco sem velas ou motor
ao lado de um porto que nunca existiu
mas que estará sempre à nossa espera

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

A falta de clareza nas palavras

Será que quando o Dr. Paulo Portas diz que, quem tiver valores vai votar nele, ele quer dizer que os que não votam, não têm? Será que ele está a insinuar que mais de 90% dos portugueses não têm valores? Será que eu ouvi bem. Palavra de honra, é de bradar aos céus!!! Confesso que já ouvi frases nesta campanha que nunca imaginei ouvir, do género, "estou em choque, eu não acredito que foi O dr. Freitas do Amaral que eu conheci que disse uma coisa dessas, fico muito triste (e quase que chora!)". Como é que aquele otário, com mania que é ministro-da-defesa-e-do-exército-e-do-mar-e-dos-marinheiros-demissionário, é capaz de encher a boca para dizer esta bojarda, francamente, o dr. Freitas do Amaral tem muitos defeitos, mas é homem para virem 50.000 PP, e ele destruí-los intelectualmente, quando quiserem. Quantos livros o sr. ministro-da-defesa-e-do-exército-e-do-mar-e-dos-marinheiros-demissionário escreveu? E quantas vezes mais livros escreveu o professor Freitas do Amaral? Eu estudei direito administrativo pelos livros (vários, muitos grandes) do Freitas do Amaral, ele é um dos poucos pensadores políticos sérios do nosso país, quer se goste das ideias políticas dele ou não, e ele pode pensar e dizer o que bem entender, porque vivemos em Democracia, e ele não tem de se demitir, como queria o bagão félix, porque mesmo quem trabalha para o Estado pode dizer mal do seu governo e ser-lhe contrário, pacificamente, quem é que estes vermezinhos pensam que são? Será que eles se esquecem quem é que lhes criou o Partido, à sombra do qual andam dentro dos fatinhos de ministros-demissionários.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

a quem começar a ler este post, aviso já que é melhor começar por ler o anterior, pois só assim fará algum sentido, mesmo que pouco!

E que surpresa é esta? perguntam. Bom a surpresa é oferecer-lhe uma viagem de um mês ao Tibete, e ir com ela, "porque os tibetanos são uns grandas malucos". Isto não é normal, pois não? Este gajo não pode existir, ou o Alvim escreveu-lhe este texto absurdo. Seja como for, chego finalmente ao meu ponto, apesar de tudo eu gostava de ter um namorado que me oferecesse uma viagem de um mês, não digo ao Tibete, mas às Caraíbas, por exemplo, agora quanto à parte de pedir alguém em casamento no corredor das bolachas, com a ajuda do espírito da bolacha Maria, e reparem no pormenor, da Cuétara, por favor???!!! Se se querem casar, OK, tudo bem, eu já estou por tudo, desde que não seja comigo, mas será um hipermercado um local passível de uma proposta de casamento? Será que se pode pedir alguém em casamento em qualquer lado, assim, sem mais nem menos, encorajados por pacotes de bolacha Maria? Bolacha Maria?