Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quarta-feira, abril 25, 2007

Quero agradecer publicamente a deus pelo dia de hoje

Depois de ter perdido todas as esperanças, o dia de hoje trouxe-me boas surpresas e aquela alegria a rebentar dentro de mim. Sei que é uma felicidade apenas ilusória, que amanhã dará espaço a dúvidas, no futuro ansiedade e sabe deus o desfecho que poderá ter. Por agora quero gozar esta sensação e agradecer a deus e ao universo por ela. Nada mais.

segunda-feira, abril 23, 2007

Importância de Abril

Vivemos num tempo controverso de polémicas de chinela que escondem a profunda desilusão que grassa neste 5º Império falhado, neste mês de Abril discute-se tudo menos aquilo que se devia equacionar
Discute-se a liderança do PP, que para efeitos de campanha, nas bocas dos líderes em duelo, voltou à sua denominaçao de charme de CDS, sinceramente ainda não sei quem venceu, temo que tenha sido Paulo Portas, mas não consigo encontrar qualquer importância, muito menos a que lhes é dedicada pelos media, a um partido político que representa uma míserta fatia do eleitorado, que não tem programa ou ideologia política para além de uns tostões furados que já foram (ex: despenalização voluntária da gravidez) ou estão prestes a ir, alimenta-se de demagogias ocasionais e de um saudosismo patético do conservadorismo de direita e do tempo do Salazar.
Discute-se também o grau académico do Primeiro-Ministro, que não interessa para nada por várias razões das quais saliento 3:
1ª - ele já foi nomeado e este cargo não exige qualquer tipo de qualificação académica específica, logo, até podia nem ter a quarta classe;
2ª - se isto é uma campanha para demonstrar que ele é mentiroso e mau carácter, gostava de perguntar ao povo se alguém pode supor que qualquer pessoa que chegue a primeiro-ministro possa ser uma pessoa verdadeira e íntegra, porque a resposta é não, uma pessoa verdadeira e íntegra tem nojo da política portuguessa, dos seus pressupostos, preceitos e processos e nunca estaria ligada a um partido político e jamais conseguiría alcançar um lugar de topo dentro do mesmo, se alguém tiver dúvidas quanto a isto, basta observar os processos de selecção dentro dos grandes partidos políticos portugueses;
3ª - ele já é primeiro-ministro há dois anos, alguém ainda tinha dúvidas sobre a sua personalidade? ou simplesmente ninguém se dá ao trabalho de confirmar se o programa eleitoral e outros compromissos que ele assumiu se confirmaram?
Discutem-se também, certamente outos assuntos igualmente imortantes, como a tragédia que aconteceu nos Estados Unidos, se o moço era louco ou não era louco, e ainda outros que envolvem resultados de jogos da bola e classificações na liga de futebol (a estes ainda consigo admitir uma certa importância ainda que brejeira), enfim um sem número de coisas...
Só nunca oiço ninguém a discutir Abril. Comemora-se o 25 de Abril todos os anos, bem sei, mas é raro encontrar alguém que ponha em causa a revolução dos cravos, que ponha em causa a forma como foi feita e o rumo que este desgraçado país tomou a partir daí. O pior é que ninguém se preocupa com isso, todos arranjaram o seu cantinho no Status quo, meia bola e força, que agora já está tudo como está e não vale a pena mudar porque mudar é sempre mau e traz muitos transtornos. E cá andamos nós a rejubilar o império espiritual perdido e as elegias da futilidade.
Mais vale só lembrar que Abril é o mês das cerejeiras em flor!!!

sábado, abril 21, 2007

O Sul

Esta semana fui ao Algarve, Alentejo e Espanha, respectivamente a Vilamoura, Évora e Badajoz. Apanhei o meu primeiro banho de sol deste ano, apanhei as costumeiras secas e não tive qualquer sorte ao jogo, o que foi uma grande desilusão, pois tinha tudo para hoje ter ganho, o azar no amor, a comichão nas mãos e a mala da sorte, no entanto nada disto funcionou. Trago a memória de uma maravilhosa tortilha e de uns profiteroles mesmo como eu gosto. Assim foi a minha folga, amanhã volto ao batente e vou trabalhar quatro ou cinco dias, depois vou para Santarém e Setúbal, trabalho mais um dia, vou para Viseu, trabalho outro e entro de férias, o que já vai aliviar um pouco este cansaço interminável e infinito que ando a carregar nos ombros há duas semanas. Não tenho o melhor plano de férias, mas vou aproveitá-las o melhor que conseguir, com toda a certeza!!!

sexta-feira, abril 20, 2007

O nosso primeiro aniversário

Fizémos um ano, tivemos bolo e um relógio. Fotografias de grupo e a puta da loucura. Três garrafas de champagne em 1o minutos. Uma tragico-comédia em 3 actos. Uma faina estranha como tudoFicaram lá um monte de embesanados a aturar os maluquinhos todos. Verdadeiramente memorável!!! Que daqui a um ano esteja lá a comemorar o segundo...

quinta-feira, abril 19, 2007

Porquê?

Desconheço os planos que deus tem para o meu futuro, tento todos os dias compreender o meu papel nesta vida, resignar-me, aceitar e aprender as lições que os obstáculos que encontro no caminho me ensinam. Luto por ser humilde, verdadeira e ajudar os outros mesmo que em pequenas coisas. Já abdiquei de muitos sonhos, mas recuso-me a abdicar do amor, apenas queria conseguir encontá-lo, nem que tenha de ir ao fim do mundo e voltar e mesmo sabendo que isso implica desiluções e este desalento que elas trazem.

terça-feira, abril 17, 2007

Um encantamento

"Uma luz para o procurar,
Uma para o encontrar,
Uma para o trazer,
Outra ainda para o prender.
Coração para coração, Um para sempre.
Assim digo,Este encantamento está feito"
in "A Comenda Secreta" de Maria João Pardal e Ezequiel Marinho

segunda-feira, abril 16, 2007

Hoje bateu uma tristeza

Não sei porquê
não sei explicar
tenho uma tristeza inimaginável
dentro de mim.
Será a ausência ou a presença?
Amor ou saudade?
O telefone queda-se mudo
a música faz-me sonhar.
As palavras fogem-me
os predicados demoram-se
enquanto a primavera
começa a resplandescer lá fora
Queria o amor
sem jogos
sem explicações
sem cautelas
agora
hoje
para me tirar desta solidão.

domingo, abril 15, 2007

Tudo a acontecer e o tempo a escassear

Acabou hoje a primeira semana da digressão página seguinte. Já estou mais que enjoada. Já fomos a Aveiro para sessão dupla, Leiria, Santa Maria da Feira e Porto, também em sessão dupla, já li três livros e passei um par de noites sem pregar olho. Agora que me lancei numa nova aventura o fantasma reapareceu, assustadoramente ainda mexe muito comigo, sei que é um teste e quero vencê-lo, sei também que vou ter de esperar pacientemente até pode descobrir o que poderá daqui sair, queria saber o que fazer e ter certezas nos meus sentimentos, mas não tenho, só tenho dúvidas, sonhos, uma caminhada inglória pelas estradas portuguesas e o meu trabalho. Estou afundada numa sensação de ignorância, mas tenho a certeza que tudo parece pior pelo cansaço, tenho todo o peso do mundo às costas e esta semana que começou na Páscoa só vai terminar no fim do mês. Aos meus fãs, compreendam que agora não tenho tempo, entendimento ou perícia para respostas, por favor não me levem a mal, mandem um postal daqui a um mês.

quinta-feira, abril 12, 2007

O caos

As cartas
Quadro quadrado em linhas curvas
Sacos amontoados
Malas sempre feitas
A revisitação
Será que daqui a um mês já há cerejas?
Aveiro, Leiria e a auto-estrada do Norte
Todas as cidades que ainda estão para vir
Janelas para mundos diferentes
Fábricas de cerâmica e lagos
Iguarias e noites por dormir
Manhãs brumosas e cálidas
A inquietação da dúvida
Sorrisos cheios de vontade
A bola
A Primavera a caminho para o Porto
O desejo de Aljubarrota
Jogos e bibliotecas
A possibilidade da Atlântida
Veneno doce do fumo
O silêncio transparente desta noite
Vagas de emoção transladadas de dentro
Eternização de momentos
Inspiração e orgulho puros
O mistério e as suas luas
Afirmação do cansaço
coração e alma em jogo
O medo e a coragem em debate
Os dados.

domingo, abril 08, 2007

Malmequer? Bem-me-quer? dia bom? dia mau? Muito, pouco ou nada?

Hoje o meu dia foi extenuante, passei-o sempre de pé e nunca onde desejava, gaças a deus a minha última hora foi deveras emocionante, "fui uma santa que lhe apareceu à frente", um festival daqueles armados à minha moda, com 50 mil pessoas na assistência. No fim uma notícia que me deixou louca de alegria e expectativa, para gozar na minha ausência. Amanhã começa a digressão que para já me vai levar a Aveiro e a Leiria.
Quanto à Páscoa, acho mal que se comemore a morte de Cristo em vez do seu nascimento, assim como acho mal que o símbolo para ele adoptado tenha sido o da cruz, símbolo de tortura, sofrimento e morte, e finalmente aborrece-me a não compreensão da ressureição e a deturpação dos seus preceitos e dos seus ensinamentos, quanto mais leio e penso, mais fortaleço a minha fé, mas aumento o meu desprezo e asco pela Igreja e pelas suas fantochadas. A páscoa devia ser unicamente um festejo do surgimento e desabrochar da vida na Primavera, o renascimento da natureza e ao invés é um festival de procissões de cruz às costas, fatos de Domingo, férias na terrinha, borregos, cabritos e ovos de chocolate.

quinta-feira, abril 05, 2007

Equador

Quando este livro foi lançado há uns anos atrás instalou-se aquela febre veraneia de toda a gente andar a passear o seu exemplar na praia para trás e para diante, das poucas pessoas que eu conheço que o leram, a maior parte disse que não tinha gostado, que era uma chatice e por aí fora, algumas pessoas gostaram mas também não o gabaram no verdadeiro merecimento que ele tem. Durante todo este tempo sempre me fascinou e estive muitas vezes com ele na mão antes de finalmente o comprar na semana passada. Acabei de o ler esta madrugada e queria deixar aqui, publicamente a minha mais sincera admiração pelo seu autor, mas particularmente pelo livro em si, foi o melhor romance que eu li nos últimos anos, como todos sabem eu leio quase desenfreadamente e não digo isto de forma leviana.
Tocou-me profundamente, fez-me rir, chorar e emocionou-me em cada página, pelo que me deu um prazer incomensurável, a história é fantástica, o estilo queirosiano século XX irrepreensível, os personagens deliciosos, magnificamente trabalhados (principalmente o protagonista, o verdadeiro herói falhado), o romance romântico à maneira da velha guarda, acrescido de um erotismo descritivo mas elegante e o humanismo histórico realista que retrata uma época e uma realidade muito subvalorizada e desconhecida da nossa história. Sinto um profundo desprezo intelectual pelos idiotas que não o conseguiram ler, pelos insensíveis que não gostaram e pelos ignorantes que o compraram mas nunca o leram, sinto também que todos os elogios que lhe fizeram foram parcos para uma obra tão inteligente, lúcida e deslumbrantemente bonita no imaginário que constrói e apresenta, ao Miguel Esteves Cardoso um grande obrigada por este novelo perfeito e singelo de palavras, realmente filho de peixe só pode saber nadar.