Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, novembro 30, 2006

Cretcheu

Cretcheu é a palavra crioula para sentimento, amor, foi sem dúvida o mote das minhas férias. Voltei de Cabo Verde uma mulher muito feliz com a vida. Quando descarregar as fotos faço uma reportagem mais aprofundada. Foi uma viagem completa, cheia de aventuras (sim porque eu não fiquei fechada no resort, fui conhecer a ilha do Sal de ponta a ponta, para descobrir a essência), plena de harmonia e tranquilidade, abundante em sol e águas quentes (mar, salinas, piscinas naturais, bar da piscina, houve um dia que quase ganhei guelras e não foram mais porque o vento estava de nortada o que tornava a água buliçosa e me pregou uma constipação à moda antiga), fizemos amigos de todas as nacionalidades e feitios, novos, velhos e de meia idade, dancei até me acabar. Vim-me embora com o desejo de lá voltar para conhecer as outras ilhas, do sal trago um largo sorriso, um ego novo e a certeza de que consegui encontrar um bocadinho da essência desta cultura crioula, despreocupada, feliz e tranquila. Em Cabo Verde ninguém sabe o que é depressão. A cereja no cimo do bolo foi eu chegar a casa e ter a surpresa de o meu querido tio ter pintado o meu quarto novo de cor-de-rosa, amanhã vou recomeçar a sua remodelação com outra alegria.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Cabo Verde, aqui vou eu

Vou-me embora, vou partir para aquela praia. Finalmente chegou o dia. Tenho as malas feitas e daqui a umas horas estarei dentro de um avião a descolar, que é uma coisa que eu adoro, com destino a umas merecidas férias ao sol. A todos uma boa semana.

domingo, novembro 19, 2006

A bendita da mudança

Hoje fizemos finalmente a mudança da disposição da nossa casa. Foi necessário um pequeno mas diligencioso exército de ajudantes, a organização fluiu perfeitamente e fomos completando todas as tarefas, quais formigas-duendes de um daqueles programas de televisão. Claro que a minha casa ainda parece um campo de batalha doméstica. Mas na sala e no novo quarto da minha mãe já está tudo no lugar. Ainda faltam horas de limpar o pó, varrer, aspirar, lavar, arrumar, organizar escolher e mandar para o lixo o que já não interessa. Amanhã vou ter mais outro dia de árduo trabalho, mas já está a compensar. O quarto da minha mãe e a sala ficaram muito lindos. Quero terminar as arrumações o mais depressa possível, tenho uma viagem a Cabo Verde para preparar, e só quero poder partir em paz. É tão bom limpar tudo e mandar fora o que não interessa. Fiquei fascinada pelo Ikea (sim, é verdade, eu nunca lá tinha ido antes), encheu-me de vontade de arrumar tudo e manter tudo assim. Ainda tenho muito que bulir para pôr esta casa num brinco para a noite de Natal e para todos os dias (vai ser uma das minhas resoluções de ano novo, de certeza. O Natal já se anda a impingir, no entanto não sinto nada natalício, deve ser por estar tão emocionada por ir uma semana de férias para a praia na Ilha do Sal. Agora está mesmo quase.

quinta-feira, novembro 16, 2006

As horas doces das férias

Tirei o relógio e guardei-o. Já encaixotei livros aos magotes, mudei o serviço de copos e a enciclopédia, vi a bola descansada, fiz o meu diabólico bolo de noz que desta vez ficou fabuloso. Ainda tenho muito que arrumar, encaixotar, empilhar, levar de um lado para o outro. A mudança está em curso. Vou revolucionar totalmente o modo como estou na vida, vou mudar a posição em que durmo, usufruir de um sofá e uma mesa, comprar uma cama, uma estante, um tapete e uma televisão, reciclar candeeiros e espelhos e instalar engenhocas facilitadoras de vida (como um cabide para pendurar a mala e um banco para descalçar os sapatos na entrada. Todo este processo, apesar de duro e bem trabalhoso está a animar-me, a ferida está finalmente a cicatrizar e sinto uma estúpida esperança optimista tomar conta de mim. E agora de volta aos caixotes.

terça-feira, novembro 14, 2006

Agora só falta um

Há muito tempo que eu não sabia o que era ter férias. Amanhã vou sabê-lo. Estou a olhar para a montanha de livros que tenho à minha volta para encaixotar, para o serviço de copos que tenho de desalojar daqui. Vou arrumar toda a loiça num destes armários, quando estiverem no seu devido lugar, na futura sala. Não sei o que faremos da velha televisão, talvez a guarde na marquise. Esta mudança vai ser o meu equivalente aos 12 trabalhos de Hércules e vou ter seis dias para a levar a cabo. As minhas plantas estão lindas, mas preocupo-me como irão elas reagir no outro lado do sol que bate nesta casa e lhes dá vida.
Estão todas enormes e lindas: a verdinhas trouxe de coimbra de combóio dentro de um frasco de iogurte; a rosinhas é uma planta de folhas lindas carnudas que cresceu uns vinte centímetros, agora já dá poucas flores e elas não são rosas, são umas flores muito pequeninas cor-de-rosa; a maçanita já foi dividida ao meio e agora são duas; os abacateiros gémeos agora tem um júnior e um bébe a nascer como companhia e uma outra planta que a minha avó teimou em plantar lá (essa ainda é uma estranha para mim, nem tem nome nem nada, nem tenho a certeza de que esteja viva, parece um ramo de árvore com folhas, veremos); a princesa está na sua plácida existência de sempre, de quando a quando dá duas ou três das suas lindas flores brancas; e a gererbera viçosa e verde com as suas lindas gererberas cor-de-vinho. Ainda tenho um bonsai para plantar, e acho que vou tentar plantar ervas aromáticas também.
Cabo Verde, se me vejo na Ilha do Sal até digo que é mentira e faço uma dancinha. Quando fecho os olhos só consigo imaginar a àgua e a praia.

sábado, novembro 11, 2006

Apontamento de desespero pré-férias

Estes dias parecem intermináveis e pesados. Está quase, mas parece demorar uma eternidade. Vou viajar estou muito emocionada e ansiosa por isso. Estou ansiosa por aterrar na Ilha do Sal e ir dar um mergulho. Ouço Caetano Veloso e penso em mulatos, cabritos, morenos, crioulos de olhos claros. Hoje, curiosamente, falei comos meus queridos amigos cabo verdeanos, por mero acaso, com os dois.

"Beleza pura

Não me amarra dinheiro não
Mas formosura
Dinheiro não
A pele escura
Dinheiro não
A carne dura
Dinheiro não

Moça preta do Curuzu
Beleza pura
Federação
Beleza pura
Boca do Rio
Beleza pura
Dinheiro não

Quando essa preta começa a tratar do cabelo
É de se olhar
Toda a trama da trança
A transa do cabelo
Conchas do mar
Ela manda buscar pra botar no cabelo
Toda minúcia
Toda delícia

Não me amarra dinheiro não
Mas elegância
Não me amarra dinheiro não
Mas a cultura
Dinheiro não
A pele escura
Dinheiro não

A carne dura
Dinheiro não
Moço lindo do Badauê
Beleza pura
Do Ilê Aiyê
Beleza pura
Dinheiro yeah
Beleza pura
Dinheiro não

Dentro daquele turbante dos Filhos de Ghandi
É o que há
Tudo é chique demais
Tudo é muito elegante
Manda botar
Fina palha da costa e que tudo se trance
Todos os búzios
Todos os ócios

Não me amarra dinheiro não
Mas os mistérios"

Caetano Veloso

sexta-feira, novembro 10, 2006

Tudo menos dona

Aceito que me me chamem tudo, menina, senhora, doutoura, agora, dona não suporto. Não sou dona de praticamente nada, além de livros, roupa, malas, um sem número de acessórios, um computador portátil, um rádio, um frigorífico e um carro velho que comigo só vai voltar a andar se for a caminho do abate. E depois há outras coisas mais feias que não suporto que me chamem, mas são ossos do ofício.
E depois dona...
enfim, faz-me lembrar dona de casa, o meu antípoda, os lavoures, a lida da casa, os romances românticos do séculoXIX, as mulheres como donas de casa inúteis, dondocas.
Gostava de aprender a pintar, mas a pintar coisas bonitas, com a técnica dos mestres renascentistas, criar composições fantásticas com fadas e flores de muitas cores. Trabalharia as cores como as palavras, as sombras como os silêncios, as texturas como um poema e os temas como circuitos de pura imaginação.

quinta-feira, novembro 09, 2006

O meu post perdido

Tinha feito um lindo post para aqui publicar, mas apesar de todos os meus esforços não o consegui publicar e ele desapareceu. Enfim, agora não há nada a fazer. Vou hoje começar a minha última semana de trabalho antes das férias, faltam agora 36 horas de trabalho, aproximadamente, e estou cheia de vontade para concluir esta derradeira etapa, sim, porque depois de uma semana em Cabo Verde tenho a certeza de que o mundo me parecerá muito melhor. A minha semente de amor não floresceu e sucumbiu numa morte precoce. Cada vez mais tenho a certeza de que um amor feliz e completo não fará parte da minha vida, apenas a liberdade solitária. Adiei o projecto da minha casa, animada pela mudança que espero finalmente concretizar, vou montar a minha casa, leia-se o meu refúgio, no meu quarto, vou continuar a ter os mesmos problemas de estacionamento, mas não terei certamente remorsos. E agora ao trabalho.

domingo, novembro 05, 2006

Calafrios

Não consigo dormir, desconfio que estou apaixonada, mas não posso ter a certeza, ainda não consegui confirmá-lo. Conto as horas que faltam para as férias e animo-me. Escrevo uma poesia tola, e uma prosa ainda mais tosca, tenho desejos de ver exposições, filmes até à exautão e fazer compras como se tivesse ganho um jakpot. Dou voltas e voltas. E nem morta de cansaço consigo dormir!!! Maldito horário que me rouba o sono, amanhã para compensar terei muito sono. Saudações.

Fruta de Novembro

As castanhas
as romãs
os dióspiros
as laranjas
as clementinas
os frutos secos
as maçãs.
Retorno dos tons secos e quentes
do toque da lã e do veludo.
As primeiras montras de Natal
a luz intensa e cintilante
as pessoas nos seus movimentos
cada vida seguindo o seu Novembro.
Apfel Strudel
bolo de noz
e assados no forno.
Mudança.
Alteração de paisagem
a queda das folhas
no seu lindo processo
de morte - renovação da vida.
Um mês?
Apenas mais um marco
na circunferência cíclica
que é viver.
Chuva e temporais imensos
atmosfera brumosa
mas ainda amena.
E as cores da fruta da época
em fundo na tela.

sexta-feira, novembro 03, 2006


Aqui est� - o poeta bichinha complicada e suic�da  Posted by Picasa

A urgêncio de um pouco de intelecto

Faltam sessenta e seis horas de trabalho para ir de férias. Desespero. Vou deixar de arranjar as unhas durante duas semanas. Vou para o Sol. A previsão da metereologia é de chuva até dia 11 de Novembro, vai ser uma semana toda assim, cheia de chuva. Hoje nem com isso me consigo animar, e pior nem sei bem a razão do meu aborrecimento.

Sinto-me dentro da música da Adriana Calcanhoto, feita com base num poema de Mário de Sá-Carneiro, do qual, curiosamente, comprei hoje um livro. Chama-se "O outro", foi escrito em 1914.

Aqui fica:

"Eu não sou eu
nem sou o outro
sou qualquer coisa de intermédio
pilar da ponte de tédio
que vai de mim para o outro"
Mário de Sá-Carneiro

quarta-feira, novembro 01, 2006

Assim sem mais

Ontem vi uma luzinha a tremeluzir ao fundo da minha falta de esperança. Hoje já não a consigo encontrar. Sei que ela está lá, mas não sei como ou o que fazer para a alcançar. Precisava que fossse uma correspondência absoluta. E o Benfica ganhou.