Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, setembro 29, 2005

O ritual de um jantar de família

Não tenho uma família grande, pelo contrário, ela é bem minúscula, a julgar por outras famílias que conheço. Normalmente só fazemos jantares familiares cá em casa no Natal. Mas hoje vai ocorrer um evento familiar extraordinário, motivado por uma pessoa especial. Nestes jantares primo por aprimorar com todo o requinte um conjunto de manjares que enalteçam a boa cozinha, mas também esta rara ocasião, por isso eu e o meu mano zelamos com capricho por servir aos nossos convivas uma refeição que seja um regalo. O repto que me foi feito para hoje exige preparação em várias frentes e foge um bocadinho para a normalidade, o que aumenta a minha responsabilidade enquanto cozinheira e anfitriã. Para quem sabe o que é vir jantar a minha casa aqui fica o menu que vou apresentar logo à noite:

Entradas:
Queijos
Palitos de salmão
Pataniscas de bacalhau e espinafres

Prato principal:
Bifes de perú de cebolada
Acompanhamentos:
Arroz de chouriço
Batatas fritas
Esparregado

Sobremesa:
Apfel Strudel

terça-feira, setembro 27, 2005

Sei que não posso o amor

Meu amor tem de ser impossível
De sofrer e imaginar
Um não amor
Um amor que não é
Um amor que não vinga
Um amor que não pega.

Meu amor tem de ser encantamento
apenas,
um sonho
uma ilusão
um jogo
uma tentação .

Meu amor tem de ser utópico
a minha ideia perfeita dele.
Contigo.
Com tudo.
Compensador.
Quem serás, afinal?

sexta-feira, setembro 23, 2005

E muitos Beijinhos!!!

Voando por aí

Voa por aí o meu pensamento
Pelas ruas e suas arestas,
qual dragão persiste,
no seu vaguear alado,
sempre pela cidade.
Desliza ao encontro
prometendo o suspense,
aparece como sombra,
para logo desaparecer
entre a multidão.
Suspende-se nesta poesia,
por um instante apenas,
Afaga-a, questiona-a.
Volta.
Volta tantas vezes.
Lê o verso,
tenta um segundo,
um diferente.
Experimenta-o
Voa dragão alado!!!
Não.
Segue a linha o pensamento,
vago mas persistente
no verbo, na fonte,
na construção,
luta pela dinâmica,
mede a força e o impacto.
Imagina, engendra,
até por vezes intui.
E quantas vezes foge
este meu pensamento?
Por um som, uma canção,
um Jobim no coração,
e quantas vezes pede ele
para acender um cigarro,
para baforar em companhia.
Diz adeus o meu pensamento,
a esta trova mal ensaiada
que aguarda uma resposta,
uma sequela,
quem sabe em prosa?

Os livros

Descansam sobrepostos
à minha frente
por cima desta mesa
de madeira
construída e reconstruída
vezes sem conta.
Sugerem a familiariedade
da sua cor e textura
textos e pintura
palavras
que no seu interior
repousam silenciosamente.
Todos os outros vigiam
alinhados e altaneiros
na sua arrumação actual.
Muitos partilham
mundos
universos
histórias
fábulas
e geografias
dispersas por páginas
e páginas sem fim.
Na página seguinte
renasce a ideia
ou qualquer sua ilustração.

O não poema

Queria escrever,
porém,
faltam-me as palavras,
ou os factos,
ou os pensamentos,
ou os seus objectos.
Gostava de escrever,
um longo poema,
como aqueles que imagino mentalmente
ao subir a Rua do Alecrim.

Isto não tem estado nada fácil

Não pensem os meus leitores, amigos e visitantes que não tenho sentido vontade de escrever, ou assuntos, pelo contrário, todos os dias tenho tentado postar, mas não tenho conseguido. Vamos lá ver se isto hoje dá, e se sentirem a minha falta, perdoem-me porque é por não conseguir.

Curiosamente hoje não tenho assim grandes coisas para escrever e não me apetece entrar na lixeira que é a nossa política nacional, neste momento desdobrada em local.

Mas vou deixar os apontamentos que fui rabiscando nos últimos dias em forma de poemas, em postadelas à parte

terça-feira, setembro 20, 2005

Como gostava de poder dizer: nunca mais!!!

Hoje passei um dia muito diferente do habitual, igual a alguns outros dias daquela minha vida que havia deixado para trás. Espero, desejo e anseio que tenha sido o derradeiro. Num momento de profunda infelicidade estúpida acometi-me daquela coragem dos audazes e aproveitei a ocasião para algo novo e inusitado. Até correu tudo muito bem. Vamos a ver...

segunda-feira, setembro 19, 2005

O melhor fim para este Domingo

O Benfica marca o 1º golo aos quatro minutos e marca mais quatro compondo assim o prognóstico mirabolante que havia feito ontem quando estava a garantir aos meus amigos que íamos linchar o Leiria. Melhor ainda foram os últimos 10 minutos do Porto-Braga-empatem-se mutuamente que amanhã o Nacional dá cabo dos lagartos na Madeira e a gente logo os apanhamos. Como cereja no topo do bolo a sic deu o Lost in translation, que gostei muito mais de ver no cinema no Centro Comercial do Fundão numa quarta feira de Primavera. E para prodigío dos prodígios uma conversa cibernaútica à beira da chavena de chá com a minha querida amiga Margarida. Resta-me apenas desejar uma boa nova semana para todos.

domingo, setembro 18, 2005

Domingar num dia de Sol de fim de Verão depois de uma noite de Lua Cheia

Domingar é uma actividade bem particular que pode ser levada a cabo nos Domingos e em alguns feriados e consiste em dedicar o dia de Domingo ao lazer e ao ócio, na companhia de amigos ou da família, em casa ou de passeio. Num dia como hoje só me falta um bilhete para ir à Luz, mas isso fica para outro dia qualquer.

sábado, setembro 17, 2005

A noite

Quimera dos eternos
encontros e desencontros
da vida e do seu bulício
da amizade e da sua consistência
do amor e da sua efemeridade.

Quimera de luz e de sombras
Passos deambolantes
Voltas perdidas, sem sentido concreto
Vaidades dimensionadas
Em coincidências distantes.

sexta-feira, setembro 16, 2005

O circo das autárquicas

O debate entre Carmona Rodrigues e Manuel Maria Carrilho foi paradigmático da desgraça que grassa na nossa medíocre classe política formada quase exclusivamente nos Partidos Políticos, com todas as consequências inerentes a isso. Aliás vê-se bem a diferença entre políticos não profissionais como Carmona Rodrigues e Sá Fernandes e o grande gestor que o Carrilho se intitula, vê-se no discurso, na postura e nos demais procedimentos e acções políticas. E isto não é Lisboa, isto é assim, nalgumas situações ainda pior, e meus amigos isto não é política, isto é triste, muito mas muito triste.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Micoli!!! Micoli!!! Micoli!!!

Ainda há muitas arestas para limar mas o picolo ragazzo italiano dá-lhe com força. Micoli!!! Benfica!!!

quarta-feira, setembro 14, 2005

A profunda desilusão

Todos sabem que sou Benfiquista. Alguns saberão melhor como eu vibro e sofro por aquelas águias depenadas e, portanto devem imaginar como eu estou triste com este Benfica. Muito se tem dito raios e corriscos deste treinador, eu não querendo entrar por aí, no entanto já entrando, só quero assinalar aqui, que não o pretendo linchar, mas honestamente, alguém lhe devia ter explicado claramente que o Carlitos não sabe jogar à bola, e a continuar assim vamos passar o campeonato a lutar para a manutenção e isto é inaceitável. O Benfica tem de voltar às vitórias. Daqui a pouco vai prestar mais uma prova que tem de ser ultrapassada com sucesso, é hora de acabar com a brincadeira, e começar a pintar de vermelho este cenário tão negro. FORÇA BENFICA!!!

quinta-feira, setembro 08, 2005

O que fazer para acalmar esta ansiedade

Preciso de um remédio, de um cházinho, uma mezinha qualquer que faça acalmar esta tempestade que me revolve por dentro. Na realidade precisava mesmo era de uma chamada, mas estou a ver que a minha paciência não vai aguentar até ela chegar. Vou outra vez para a Figueira, ver o derby lá, na minha mesinha da frente. Não tenho tido vontade particular de escrever, espere que ela volte depressa, pois na verdade, escrever é a minha vida.

terça-feira, setembro 06, 2005

Mais uma vez a poesia II

"Para a Sophia
Haver no fundo um templo ou uma casa
é ter consigo, amante, uma cereja aberta
onde é madeira ao centro e solução
do suco rosa e negro onde se abrasa
e torna leve e limpo, e mal desperta
se torna coração.

Haver um mar de ferro e água pura,
um simples tom calado, um leme oculto,
é haver sempre um cheiro a maresia,
trazer um lastro breve à mala escura
onde se pousa e dorme agasalhado um vulto
de sal e de alegria.

Haver no fundo pedra ou chão preciso
é ser por isso um vento vertical
que o sol redime e lima e contraria
e denso amansa firme e circunciso,
tomando tudo imenso e desigual,
e pão poesia."
Pedro Tamen

Mais uma vez a poesia

"O teu rosto
É o teu rosto ainda que eu procuro
Através dp terror e da distância
Para a reconstrução de um mundo puro."
Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, setembro 05, 2005

O mundo que eu mudava na minha vida

Até há bem pouco tempo eu podia afirmar orgulhosamente que não me arrependia de nada, que faria tudo da mesma maneira, tanto as coisas boas, como as coisas más. Acredito que tudo tem o seu determinado sentido, mesmo que por vezes ele não seja imediato. Neste tempo encontro-me numa encruzilhada e arrependo-me de muito do que fiz, mas principalmente arrependo-me de ter seguido a formação que segui. Quando escolhi podia ter escolhido qualquer coisa, e fui escolher a coisa mais estúpida que podia escolher, política, aquilo que me faz brilhar os olhos, que me excita e entristece, mas com esta paixão, assim como tantas outras a reciprocidade ficou à porta, e por muito que eu ame a política, não arranjo maneira de ela me amar a mim. Mais uma relação unívoca e desencantada para a minha colecção.

quinta-feira, setembro 01, 2005

A metáfora de mim própria

Sou uma metáfora incompleta
de mim mesma.
Um verso escrito
e rescrito
que não se acerta.
Como duas nuvens
a fechar o enquadramento
do luar
quando ele se perde
dourado e ufano
por mais uma tempestade
que ainda virá.
Sou uma construção
insidiosa e esférica
num rochedo à beira mar.
Como uma pérola
no fundo do mar
dentro da sua concha
redoma inolvidável
que transforma o grão de areia
em grão maior
branco e precioso.
Sou tudo e qualquer coisa
excepto eu própria
o reflexo vago
num espelho partido.

19.06.2005