Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

domingo, julho 31, 2005

A virtude da paciência

A paciência é sem dúvida uma virtude, mas será ela inesgotável? Será uma sua virtuosidade também incólume de dúvidas? Não deveríamos às vezes esgotá-la mais rapidamente? Ou pelo contrário, aguentar pacientemente certas estocadas? Eu por mim estou farta desta paciência angustiante que vive numa casa enorme dentro de mim.

sexta-feira, julho 29, 2005

As Beiras e os bons beirões

Fui às beiras, ontem, assim, inusitadamente, sem planear. Fiz uma das minhas auto-estradas do coração, desta vez do princípio ao fim, até à Guarda, e depois de volta a um sítio outrora costumeiro, o meu Fundão do fundinho do meu coração, muito me alegrei, algumas vezes me entresteci, finalmente me resignei e também me surpreendi, além de que matei algumas daquelas saudades que há pouco tempo optei por não matar. Ainda deixei uma grande e importante de reserva, mas essa precisa ainda de esperar. Quanto à Estrelinha e a Gardunha, lá estão, mais chamuscadas mas sempre imponentes e altivas no seu verde e pétreo esplendor, a vigiarem aquelas duas cidades em contínuo devir.

terça-feira, julho 26, 2005

Figueira da Foz ainda uma e outra vez

O sol acabado de levantar
Um barquinho no Mondego
O mar imponente ao fundo
A areia morena em alvoroço
As nuvens a convocarem-se em concílio
A maresia a ocupar todo o espaço
O interstício do espírito a interrogar-se
A consistência da alma a perecer.
E o infinito ao longe na distância...

segunda-feira, julho 25, 2005

+ 180º

ainda não é oficial, mas em breve será... aguardem noticias!!!

(isto é que é vida, vira, e volta a virar)

domingo, julho 17, 2005

Vacas e sardaniscas

Eu sei que este título pode parecer bizarro e redondo, ou seja, sem ponta por onde se lhe pegue, mas brevemente compreenderão que não o é tanto assim, e passo a explicar. Sinto pelos animais o mesmo amor e sentido de preservação da sua existência enquanto seres vivos, como pelas pessoas e pelas plantas. No entanto, não consigo ter esta compaixão para com todos os animais, nomeadamente para com insectos voadores, larvas e sardaniscas, acabando com a vida deles sempre que se me depara uma boa oportunidade para tal. E neste ponto, estarão a pensar, ok, já percebemos vagamente a parte das sardaniscas, agora vacas??? Muito bem, isto ía desenvolver-se de uma forma diferente, mas está a sair assim. Voltemos à vaca fria...
Estes dois tipos de animais são aqueles com os quais eu tive duas das experiências mais traumáticas da minha vida, 1º as sardaniscas, depois não uma vaca, mas um projecto de touro ainda vitelício, mas passo agora a desenvolver sucintamente cada uma delas para que compreendão porque tenho pavor, e entro em total histeria aquando da proximidade destas criaturas.
Um belo dia, estava eu em casa com o meu maninho, fui à cozinha e quando fui tirar um guardanapo salta-me uma sardanisca em cheio para a minha cara, não consigo descrever suficientemente o asco, nojo, repulsa que senti, nem fazer ninguém compreender a forma como gritei em desespero até que o meu instito lá conseguiu que eu a atirasse para longe da minha cara. Eu e o meu irmão perseguimo-la e acabámos com a vida dela com requintes de crueldade e tortura. Ontem apareceu outra sardanisca cá em casa. Teve o mesmo fim, desta vez sem tortura, porque era mais pequenita e não cometeu a imprudência de me atacar. Mas só de pensar naqueles bichos nojentos, arrepio-me toda.
Agora as vacas. Eu detesto touradas, garraiadas, corridas de touros, e todas as espécies de artes tauromáticas, considero-as bárbaras e ofensivas não só à dignidade dos próprios animais perseguidos e acossados numa arena, mas também, à dignidade dos homens que os perseguem, e principalmente, às aventesmas que assistem e aplaudem este triste circo. Um belo dia, que pr acaso nem o era, estando eu num programa de conferência, uma das actividades era uma garraiada. Não queria ir, mas como não podia ficar, lá fui arrastada para a praça de touros de Idanha-a-Nova. Chovia que deus a dava, eu e o meu irmão não tínhamos chapéu de chuva e fomos então para aquele corredor em volta da arena que proporcionava um resguardo da chuva. O meu irmão disse, só espero que ele não salte cá para fora. Durante uns 30 segundos pensei que ele estava a gozar-me, para me amedontrar, até que o maldito vitelo salta para o corredor onde estávamos. Desatamos todos a correr À frente dele, toda a gente começa a saltar para dentro da arena, coisa que eu não podia fazer pois trazia uma saia travada, entre mim e o touro só estava o meu irmão, enquanto corria que nem uma louca, olhei de relance para trás, preocupada com ele, mas ele não estava lá, só o touro, a correr desenfreado atrás de mim. Eu não tenho noção das voltas que dei à arena, nem tão pouco ouvia ou via as pessoas que me tentavam abrir portinholas, para me escapar, corri pela vida até me estatelar no chão e o touro passar por cima de mim, pisando-me apenas na coxa, para grande sorte minha.
Nunca vou esquecer nenhum destes incidentes, e nunca vou conseguir gostar destes bichos, mas agora compreendem, certo???

sexta-feira, julho 15, 2005

A estrada

É uma estrada muito íngreme, aliás, nem estrada é, talvez uma ladeira, tem apenas uma casa, uma vivenda com a área de um condomínio e as traseiras de outra, de tamanho semelhante. Tenho porém a certeza de ser incomensuravelmente íngeme. O seu piso é de calçada, blocos brancos. O meu corpo esteve lá, porém nunca o meu espírito. Esse já anda a fugir para longe.

terça-feira, julho 12, 2005

A noite

A lua muito fina
quase indizível
quase indecifrável
quase...
As estrelas à sua maneira
a pasmarem-se
com o destino que conjugam.

The moon

Silver is it's shadow
smoother is the spirit
darker is the hour
when starts unfold
their secrets
it's presence is
it's size grows
and fades
it's magical
always there.

segunda-feira, julho 11, 2005

Vou beber um café

O aroma, a textura, as cores, de combinação sublime entre o castanho escuro e denso do líquido e o beje espesso do creme. Gosto de qualquer café, não gosto dos seu sucedâneos. Prefiro os expressos, as bicas, as italianas, até os cimbalinos, mas não desprezo um bom café de cafeteira, bebido numa chávena grande. E agora, vou tomar um.

sábado, julho 09, 2005

polvora romantica

como pode ser possivel isto acontecer?
polvora romantica... um amor expllosivo ou k nos bate por dentro e rebentamos por ele?
axo tenho uma nova maxima...

explode os teus sentimentos...

se estao fracos eles esvanecem no ar, mas se for ao contrario; se forem fortes e resistentes, o mundo á volta sentem akela onda de choque. qd todos souberem o k s passou estas tu no alto de um monte de terra resultado da tua desvastação sentimental. e se precisavas de alguma atençao no que consta ao sentimente k acabaste de explodir aposto k vai haver kem se "queixe"...

resultado positivo!

sexta-feira, julho 08, 2005

A memória do que não é

A memória é pessoal e intransmissível, mesmo quando colectiva, mesmo quando global. Cada qual tem a sua memória e lida com ela à sua maneira, quando por acaso as cruzamos com outros que as compartilharam connosco, sobejas vezes elas não se identificam cabalmente entre si. Qual será a versão verdadeira? Alguma será mais verdadeira que a outra? O que será um acontecimento para além da memória dos que o testemunharam têm dele?

quinta-feira, julho 07, 2005

Isto está mesmo muito mal

Sempre tive a certeza que Londres não escaparia impune à participação da Inglaterra e o entusiasmo do seu líder Tony Blair no envolvimento e apoio às aventuras do texano que comanda a potência bélica do outro lado do Atlântico. Madrid foi o primeiro choque europeu comprovativo da eficácia mórbida do terrorismo islâmico e da sua organização. Hoje, enquanto os senhores do mundo estavam blindados no seu hotel de cinco estrelas na Escócia, Londres foi o alvo de outro atentado, cujas verdadeiras dimensões talvez nunca venham a ser conhecidas. A Itália e a Dinamarca estão sob ameaça, e nós, quando chegará a nossa vez? Este processo de terror e medo está a ser executado de forma bastante eficiente e a destruir o universo valorativo pós-materialista que a Europa estava a cimentar ou desenvolver. Bin Laden está a conseguir que as pessoas comecem a abdicar dos seus direitos em prol de falsas garantias de segurança, pois penso que ficou mais uma vez demonstrado que esta organização, mais cedo ou mais tarde, nos locais mais previsíveis ou mirabolantes conseguem concretizar as suas imagens brutais de terror inimaginável.

terça-feira, julho 05, 2005

As trágicas coincidências da minha vida

Gostava de trazer o Dali à minha vida, só para ele confirmar de viva voz que ela é absolutamente surreal. Não que eu tenha dúvidas, tenho uma certeza implacável. São os sítios, são as pessoas e a forma como se interligam comigo e entre elas. A minha não vida amorosa é paradigmática deste surrealismo, senão, vejamos: todos os homens que gostam de mim, eu abomino, ou desprezo, nunca mas por nunca consigo sequer pensar em beijá-los. Porém, os que eu gosto... Oh santo antoninho, valha-te deus, não há um que se aproveite e goste de mim também. A acrescentar aqueles pequenos fenómenos cósmicos que misturam tudo e povocam acidentais acasos que me levam a pôr tudo em causa, mais uma vez, de forma cada vez mais desesperada e desesperançada, simplesmente porque por mais volatas que esta minha vida estúpida dê, parece estar sempre neste mesmo triste lugar.

sábado, julho 02, 2005

Vou para o campo

Passaram seis meses. Na minha vida o que mudou foi pouco, mas para pior. Sei que vou para o abate, num certo sentido, mas tenho de o fazer. Tenho de fugir daqui nem que sejam dois míseros dias incompletos. Espero que o carinho e a ternura dos meus amigos queridos seja mais alta que o cinismo que enfrentarei. Temo as surpresas, mas anseio por certos abraços. Gardunha, espera-me nas tuas encostas, amanhã.

sexta-feira, julho 01, 2005

O meu lugar

Não tenho nenhum lugar, nem ilusões, nem esperanças, tão pouco ternos abraços. Tenho uma vaga aspiração de voltar a ser criança, ou não me transformar nunca em nenhuma outra coisa. Não tenho idade, só anos e meses que se acumulam na escuridão, no fundo de um armário poeirento e cheio de traças, as horas passam sem a desconfiança da sua duração e elastecidade, ora lentas, ora velozes. Tenho saudades de muita gente e presenças mil, de momentos que passaram sem a apreciação devida, só a distância os elogia.