Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, maio 31, 2007

A liberdade de fumar

Sei que o ambiente passará a ser mais limpo, mas perderá a atmosfera glamourosa do fumo. Os fumadores passarão a ser uma espécie de criminosos, pelo delito de fumar. Autoristarismo, sem sombra de dúvidas, todos os tiques confirmados. Será que algum dia me nos irão proibir de fumar na rua? Ou na nossa própria casa? Srá preciso fechar os cortinados? E então a minha liberdade de fumar? Porque é que sempre pude fumar e agora de repente não posso? Que mudanças irá trazer para o meu local de trabalho? Todos os sítios onde sabia bem ir e fumar um cigarro... Mas mais importante: será que isto fará com que as pessoas deixem de fumar, como hábito?

quarta-feira, maio 30, 2007

Magia no trabalho

Hoje tive uma daquelas horas fantásticas no trabalho. Cartas. Comecei a trabalhar, fiz todas as operações, e passados, o que eu julguei ser dez minutos, mas na verdade foram quarenta, um colega apareceu para me render, simplesmente não dei pelo tempo a passar. Há horas assim no meu precioso trabalho. Horas de sorte. "Às três a porta fecha" revisitado. Sinto as palavras a fugirem, a sua articulação enreda-se e não consigo escrever qualquer frase completa, falta-me a narrativa e a descrição, as paisagens perfeitas e as pinceladas de cor das terras nunca vistas. Assim. Como podem verificar. Como por magia.

sábado, maio 26, 2007

A minha segunda tatuagem

É um livro aberto! Simplesmente perfeito.

quarta-feira, maio 23, 2007

É dia de folga!

Estou há 3 horas de folga, do meu único dia de folga, por sinal, como o será pelo menos durante as próxima duas semanas. Terapia trabalho-intensiva. Para acompanhar, um belo romance do querido Eça, "O primo Basílio". E cigarros. Ainda faz frio, outra vez. Recorrências da palavra e do ambiente. Tal como num exercício de escrita criativa, pensando bem, até quase que aposto que o primo basílio dava excelente ponto de partida. Isso e piratas.

terça-feira, maio 22, 2007

A primeira caixa de cerejas do ano

Maio finda,
as cerejeiras pasmam-se ao sol,
lá nas encostas doces da Gardunha,
amadurecem os seus frutos vermelhos,
pérolas rubi deliciosas,
como só as primeiras cerejas são.

domingo, maio 20, 2007

Alvorecer II

Pãozinho quente acabado de sair do forno

sábado, maio 19, 2007

Alvorecer

Os passarinhos estão todos a conversar sobre a chegada do dia, as pessoas começam de quando a quando a sair nos seus carros, ao longe já se ouve movimento, mas a minha rua ainda está tranquila. Ainda é muito cedo, quer dizer, para mim é como se fosse fim da tarde, quando se chega do trabalho para jantar, eu sei que isto pode parecer estranho, aliás tenho a certeza que parece, mas o meu trabalho é mesmo assim. Hoje estava ansiosa por ir trabalhar, agora estou ansiosa por fazer um trabalho específico que hoje, por mero acaso, não fiz. Foi um bom dia. Até já pensei algumas vezes se não devia ir um bocadinho para a praia. Ainda está muito frio para isso. Amanhã há mais, uma hora mais cedo, no mesmo local.

quinta-feira, maio 17, 2007

O primeiro dia de praia

Av. de Roma, duas da tarde, os primeiros calores sérios apertam. Estou encostada à porta verde de ferro, entrada para o escritório da advogada do meu pai, ao refugiar-me na sombra, sinto-me absolutamente perdida, como se estivesse numa cidade estranha e as pessoas falassem uma língua incompreensível para mim. Espero ter arrumado este assunto do meu pai, mas com ele nunca se sabe. Quero ir à praia e finalmente consegui juntar todos os elementos para o fazer, vai ser o meu primeiro dia de praia este ano, estou obcecada em mergulhar no mar para tentar lavar as minhas estúpidas e banais preocupações e realcançar a paciência que necessito para seguir caminho.

terça-feira, maio 15, 2007

Fátima, o Festival do povo

Este ano comemoram-se os 90 anos das aparições de Fátima. Os crentes, beatos, jovens acólitos, velhos solitários, milhares de pessoas, todos os anos, aguardam ansiosamente por esta data para se transformarem em peregrinos (festivaleiros de Fátima) e debaixo de chuva ou sol, rumarem a esse local tão encantador e "sagrado", para se acotovelarem, andarem de joelhos, comerem farnéis meticulosamente planeados e preparados, embriagarem-se de rezas e fumos de vela, pedirem e agradecerem, enfim, é inegavelmente um fenómeno, decerto que a populaça de Fátima agradece por esta benção de restaurantes e albergarias cheias como ovos. Todos os anos comento e discurso longamente sobre isto porque não consigo compreender a forma da fé destas pessoas, não consigo perceber as caminhadas, o pagamento de promessas e muito menos aquelas velas obscenas de partes de corpos. A fé apenas existe dentro das pessoas, é como um sentimento intímo e profundo, pessoal e intransmissível, como que uma relação particular com Deus, com as suas manifestações e mistérios, todas estas exteriorizações me parecem fabricadas, superficiais, falsas, excessivas, levadas a cabo como actos de comunicação, encetadas em comunidade, em suma, imcompreensíveis. Quanto às aparições em si, não entro sequer nessa discussão, há demasiadas coisas que não sabemos, nem podemos avaliar quanto à veracidade, possibilidade. Além dos pastorinhos nunca ninguém verdadeiramente saberá.

sábado, maio 12, 2007

Arrumar a casa

Desde que tenho o meu quarto grande, e depois das primeiras arrumações iniciais e daquelas que implicaram a chegada de estantes, nunca mais o arrumei. Neste momento estou a dedicar-me a essa hercúlea tarefa, pois quanto maor é a superfície mais eu a consigo encher e ocupar de coisas. Já arrumei o sofá, transferindo tudo para cima da cama, mas a pouco e pouco vou ordenando tudo, agora vou-me atirar a esta banqueta que utilizo como mesa de computador.
A vida é maravilhosa pelas suas revelações surpreendentes. Ontem, num acto desesperado de coragem de quem nada tem a perder, despolotei um evento que me fez voltar a sorrir e reconquistar aquela vontade férrea para tudo, acredito outra vez!!! com todos os riscos que isso me traz emocionalmente.
Hoje vou ter os meus amigos cá para jantar, excelente pretexto para me dedicar às arrumações, depois de me ter levantado cedo e passado duas horas nas compras. Agora sim, sinto que estou a aproveitar bem as férias. Amanhã vou a Castelo Branco e ao Fundão!

sexta-feira, maio 11, 2007

Mais um processo, desta vez de tribunal

O funcionamento judicial como ele é: faz hoje uma semana o carteiro deixou um daqueles papelinhos vermelhos para ir levantar uma carta aos correios; na segunda-feira fui aos correios, onde perdi meia-hora de vida (e foi muito rápido para o que é usual nos correios da pontinha) para levantar a dita carta. Era uma notificação do tribunal para responder à imcompreensível declaração que vinha em anexo. Aproveitei a ida a Coimbra para consultar o meu primo juíz que ficou siderado com o conteúdo e a forma do processo mas brindou-me com os seus sempre preciosos conselhos de como proceder. Hoje fui ao Tribunal. Cheguei lá, fazendo-me de ignorante e mandaram-me ao quinto piso para mais informações. No quinto piso deparo-me com quatro guichets: secção central; 1ª secção; 2ª secção; 3ª secção; ninguém em nenhum deles... optei pela secção central, quando a matrona encarregue dela me viu, muito contrariada lá deixou a costura que fazia com a sua colega para me vir atender com o seu melhor ar de enfado: "ai, isso nao é aqui, é na 2ª secção" disse ela como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Lá fui eu para a também vazia secção, grita-me uma senhora lá do fundo da sua secretária: "o que deseja?". Esbofeteei-a com a minha calorosa "boa tarde" e esperei pacientemente que se aproximasse de mim, mostrei-lhe os papéis e fiz-lhes as perguntas que precisava (na verdade esqueci-me de uma, mas também duvido que ela soubesse ou quisesse responder), ao que ela me respondeu com informações escassas e me deu um formulário de requerimento para preencher. Vim-me embora, ali não resolveria mais nada, no entanto tenho a certeza que terei de lá voltar ainda, pois o intuito desta acção é dar-me incómodos e chatices, e tenho a certeza que vai ser cumprido, aliás já está a ser e a missa ainda não vai em metade, ou a procissão ainda vai no adro, como preferirem. Nestas alturas sinto-me sempre enclausurada dentro de um livro de ficção científica Kafkiana pelos insólitos criados por estas situações.

Lar doce lar

Falta-me a vontade de escrever, de narrar, de partilhar os pequenos nadas que são tudo. No entanto o bichinho força-me e toma posse da ponta dos meus dedos, do meu olhar, das palavras atribuladas que não posso passar sem escrever. Depois do meu último post e da alegria com que o escrevi tudo parece ter desabado para o seu estado vulgar. Inunda-me um certo desapego por tudo, um desanimo de alma, um grito, um desejo de me fechar e fugir para dentro de mim. Como exercício de expiação vou tentar neste post, em notas soltas apresentar os apontamentos mais marcantes destes últimos quinze dias.

Santarém, fim da tarde, aproximo-me do fim da via rápida por onde circulo à descoberta do hotel onde vou buscar a minha mãe, uma rotunda no centro de um descampado onde duas dezenas de cavalos e potros pastam despreocupadamente a uns metros do trânsito habitual daquele pedaço de terra, limiar onde a cidade encontra e sufoca o campo.

Setúbal, o desfazer do sonho, a chegada da doença, da dor, da febre, ainda outra noite sem dormir, "As Máscaras de Salazar", a distância do mar, ali tão perto, a cegueira da ilusão, a decepção do silêncio absoluto, aquele entardecer tão lindo e ao mesmo tempo tão triste. Desde este dia não voltei a ser feliz.

Viseu, o Inverno voltou naqueles dias para agravar a minha doença e desconforto. As viagens foram um suplício e não fosse qualidade do Montebelo, não sei se teria aguentado. Sobrevivi e quando cheguei a Lisboa fui ao Catus, uma vez que a minha auto-medicação farmacêutica fracassava a olhos vistos, estava cada vez mais doente, sentia-me cada vez pior, tinha uma faringite e uma outite em estado bastante avançado, fui devidamente medicada, na verdade ainda não me sinto bem, se não ficar totalmente curada vou ter de voltar lá. As três viagens de avião que fiz por pouco não me ensurdeceram, mas provocaram-me dores muito intensas, insuportáveis, por pouco não desatei aos gritos quando estava a aterrar nos Açores, vontade não me faltou, acho que foi mesmo a voz...

Nos dois últimos e dolorosos dias de trabalho, estava muito doente, apenas queria despachá-los. Os fantasmas começavam a adensar-se na minha cabeça, o espaço estava vazio dele, era como se nunca tivesse existido fora da minha cabeça, a não ser pelo gozo da meretriz ninfomaníaca, não me recordo de nada, sei que todo o tempo só pensava em sair dali. No dia do trabalhador fechei cedo e fui uma das primeiras a sair. Despistei-me antes de entrar na segunda circular, agradeço aos meus queridos colegas e amigos que ficaram comigo na longa espera pelo reboque, quando finalmente chegou e estava a levá-lo para a oficina, em conversa de circunstância com o operador, descobri que o reboque é de um cliente meu. Cheguei a casa já era manhã.

Depois de dormir um par de horas fiz as malas para cinco dias e fui com a minha mãe para o aeroporto, para apanharmos o avião das cinco para o Funchal. O voo foi cancelado, estivémos mesmo perto de já não ir, mas às nove da noite o avião da Sata que nos transpostou estava a aterrar na Ilha da Madeira.
No Funchal, excepto por alguns pequenos e insignificantes detalhes correu tudo bem e foi tudo muito bom, o tempo estava maravilhoso, o hotel era mesmo à beira mar, a lua estava cheia, estive com o meu querido amigo Marco, com o Vitor Hugo e as suas respectivas namoradas (muito queridas, simpáticas e boas de conversa). Passeei demoradamente na "Promenade", fiz compras, fui ao cabeleireiro, deliciei-me com as fantásticas iguarias gastronómicas e comprei Português Suave Vermelho a 1,95€.
Ainda mais uma noite sem dormir e às seis da manhã já estava a caminho do aeroporto para apanhar o avião semanal para Ponta Delgada na Ilha de S.Miguel nos Açores.
Fomos parar a um hotel completamente japonês, incompreensível, o dia estava muito tristonho e cheio de nuvens, mas a tarde descobriu-se solarenga e lá fui eu à descoberta da beleza de Ponta Delgada, depois de uma hora a caminhar e da minha habitual visita às capelinhas regressei ao enclave japonês onde me aguardava uma surpresa inesperada, a verdadeira essência de S.Miguel, o escritor Fernando Aires e a sua esposa, casal amoroso com quem tive um verdadeiro gozo em conversar, foi uma revelação extraordinária depois de uma tarde rodeada de pessoas carrancudas e tristes, sem dúvida um ex-libris dos Açores.

No dia da mãe aterrei em Lisboa e fomos fazer um agradável almoço familiar de confraternização domingueira na nova casa do meu tio.

No dia seguinte fomos para Coimbra, em plena queima das fitas, quando entrei no restaurante do hotel estavam lá os Xutos e Pontapés a jantar animadamente numa mesa muito comprida, não fui ao queimódromo, limitei-me a uma visita de médico a casa do meu amigo Alexandre e da sua namorada, quando cheguei ao hotel lá estava mais uma amiga e no dia a seguir as primas foram lá manifestar o seu apoio incondicional e aquele carinho interminável. Ainda fui a casa do meu primo juíz pedir-lhe aconselhamento judicial para a resolução da minha actual questão judicial com o meu pai.

No fim do dia, depois de um jantar em pé fomos para a Guarda, foi bom, mas o melhor foi mesmo a viagem de volta para Lisboa. Agora só falta Castelo Branco, só espero que já haja cerejas...