Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

domingo, fevereiro 19, 2006

A esquizofrenia sintética

Hoje é dia de esquizofrenia em Portugal. Honestamente não compreendo como uma fraude pode mover este tipo de multidões no mundo em que vivemos. Respeito muito a Nossa Senhora, também a de Fátima (aliás quando vi a sua imagem numa Igreja em obras ao lado da Fontana de Trevi, tenho de confessar que fiquei emocionada, dei três pulinhos e tirei uma foto para a minha colecção iconográfica de arte sacra), talvez mais que as figuras masculinas do panteão religioso católico (excepto claro, o meu santo antoninho, padroeiro da minha querida cidade). O que me ultrapassa completamente, nem são os pastorinhos e a sua história fantástica, mas as mentiras que esta senhora que hoje está a ser transladada inventou, a pedido da Igreja católica e dos ultra-conservadores-senhores-do-mundo-da-guerra fria. Sim, porque eu até consigo perceber que se acredite que a dita santa apareceu aos ditos pastorinhos, mas aquela cena daqueles segredos... por favor, não suporto que insultem a minha inteligência!!! Se na verdade a nossa senhora apareceu, não ía falar a três pastorinhos analfabetos da guerra fria e do atentado contra o papa, e até que falasse, eles nunca teriam capacidade de a entender e reproduzir os seus tão afamados segredos. Enfim... E nem agora que a senhora morreu, a deixam descansar em paz, têm de arranjar estes carnavais para movimentar e acicatar as hostes católicas pré-moribundas, mas sempre ultra-decadentes. Será que a igreja nunca vai perceber que isto é o oposto da mensagem do seu primeiro e maior pastor, J.C.? Será que ninguém consegue ler? Será que no que toca à religião todos se transformam em analfabetos funcionais e se demitem de formar as suas próprias conclusões sobre a sua fé e as suas motivações? O que haverá de bom nesta histeria geral? Porquê ser sempre sintético ao invés de analítico?