Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

segunda-feira, outubro 31, 2005

O dia das bruxas

Dia normal ultimamente alienado por uma tradição norte-americana que não tem qualquer raíz nas nossas comemorações populares, mas que como em todas as outras comemorações adoptadas em Portugal, pegou muito bem, aliás, tão bem que amanhã poderão ver abóboras esvenradas com velas dentro e pessoas de todas as idades, proveniências e feitios mascaradas de bruxos, bruxas e montros, previsível e supostamente, aterradores, a ensaiarem um Carnaval em versão filme de terror rasca. Porquê? Não sei se consigo adiantar alguma explicação, simplesmente todas me parecem demasiado estúpidas.

domingo, outubro 30, 2005

No lugar ermo de sempre

Muda a hora para Inverno. Chove copiosamente lá fora. A tristeza veio repentinamente e tomou-me para ela. Os únicos braços que conheço há tanto tempo são os seus. Lamento-me por mais um fracasso anunciado de uma paixão. Estudo e fumo. "Nada mais". Ouço as palavras despreocupadas de uma música qualquer e tenho vontade de chorar. Passa célere nas páginas de um livro que começo a ler, mais uma aventura alheia que vou descobrir.

quinta-feira, outubro 27, 2005

A bela da rotina

Gosto de rotinas, não aquelas usuais que derivam de uma normalidade asfixiante e limitadora, mas daquelas que construímos com gosto e que efectuamos com preciosismos meticulosos e alimentamos como verdadeiros rituais de amor. Gosto de apanhar todos os dias o mesmo combóio, bem como de comer uma sopa no mesmo café, antes de ir para as aulas. Ler o jornal ou um livro no metro na morosa viagem de regresso. A minha catarse aproxima-se do seu fim.

terça-feira, outubro 25, 2005

Como poesia para o amor, um poema do poeta do amor

"Olhos postos na terra, tu virás
no ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás nas mãos de quem te espera."

Eugénio de Andrade

Um dia muito perto da perfeição

Foi um dia normal, que começou de forma normal e se foi desenrolando caprichosamente bem, nas aulas, no caminho, em casa, no cinema, em suma, tudo o que fiz, todos os que encontrei e que não encontrei, fizeram-me sorrir e sentir uma felicidade muito grande por estar viva, aqui, agora, neste momento, e fundamentalmente nesta vida que começo a construir. "As bonecas russas" foi também um filme muito bom para alimentar este meu sorriso.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Finalmente a tranquilidade

Acabou esta semana psicologicamente infernal. Não sei o que a próxima me reserva, mas o que quer que seja sei que vou saber o que fazer para lidar com isso. Além disso vou trabalhar e estudar como louca e dedicar-me a actualizações cinematográficas. Hoje comecei já e fui ver o "Castelo Andante", fábula quase mitológica de animação japonesa com um universo fantástico de extraórdinária riqueza imaginativa, não tanto na história, mas compensador nos personagens. Recomendo vivamente.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Se o arrependimento matasse!!!

Eu estava rendonda, caída no chão de morta!!! Por outro lado, aprendi uma lição muito valiosa que jamais esquecerei. No meu espaço só têm cabimento as pessoas que verdadeiramente estimo e conheço, todas as outras, mesmo pessoas com as quais simpatizo são uma contrariedade para mim, quando a sua presença é constante, atormenta-me visceralmente, causando em mim um desconforto fatal impossível de ser ultrapassado. Palavra de honra que só me apetecia desaparecer até Domingo. Todavia devo arcar com as minhas responsabilidades e aguentar estoicamente. Entretanto, vou sonhando com a presença de uma ausência...

quinta-feira, outubro 20, 2005

O trabalho

O trabalho indubitavelmente dignifica, mas também moraliza, motiva, estrutura, projecta, ensina e acima de tudo enche uma vida.

quarta-feira, outubro 19, 2005

O princípio das coisas

Sinto que estou a começar a minha vida agora. Nunca pensei que ela fosse ter aqui, a este sítio, a esta realidade, mas agora que aqui estou tudo faz sentido e tenho a sensação que isto é tudo o que eu sempre sonhei. Bom, tudo não, apenas metade. Persiste em faltar a outra metade da minha laranja, mas também nunca pensei que esta metade para a qual estou a trabalhar fosse o que vai ser. Viver e trabalhar à beira Tejo, sorver todos os dias a sua força e inspiração, talvez ele, majestoso rio do meu coração seja apenas o único e também o mais belo denominador comum da minha existência. Não me lembro de o ver pela primeira vez, apenas me lembro de sempre o ter visto, assim como das saudades que o seu afastamento provoca em mim e da magia de o ver de novo nos seus humores sibilantes da sua corrente sempre em devir.

segunda-feira, outubro 17, 2005

A vida é mesmo traiçoeira

Sempre que eu penso que te consegui ultrapassar, tu voltas e insistentemente consegues dar-me a volta e tornar a minha razão emocional, irracional e incorrigível. Desta vez, porém, penso que estou a conseguir exercer um controle sobre os meus ímpetos e um domínio sobre ti que desconhecia ser tão poderoso. Sei bem que está escrito que ficaremos juntos, e apesar de haver sempre uma parte de mim que o deseja, não o queria, neste momento, não sei se alguma vez o vou querer novamente. Quem eu queria agora nem me atrevo a confessar, espero que nunca venha a descobrir ou desconfiar que é objecto da minha afeição e passa noites inteiras nos meus sonhos. Será sempre o meu amor impossível. E tu?

sábado, outubro 15, 2005

Força BENFICA

Maria Rita

A música seguidamente era de uma novela da noite da sic. Independentemente disso é linda e o resto do album também. Elismente fabulosa.

“Mande notícias do mundo de lá”

Diz quem fica

“Me dê um abraço

Venha-me apertar

Estou chegando

Coisa que eu gosto

É poder partir sem ter planos

Melhor ainda é poder

É poder voltar quando quero”

Todos os dias é um vai e vai

A vida se repete na estação

Tem gente que chega para ficar

Tem gente que vai para nunca mais

Tem gente que veio e quer voltar

Tem gente que vai e quer ficar

Tem gente que veio só olhar

Tem gente a sorrir e a chorar

Assim, chegar e partir

São apenas duas faces da mesma viagem

O trem que chega é o trem da partida

A hora do encontro é também despedida

A plataforma dessa estação é a vida

Desse meu lugar, é a vida."

Encontros e desencontros, Maria Rita

terça-feira, outubro 11, 2005

A chuva

Não consigo deixar de fazer nota que assim que eu comecei a ter de andar de transportes públicos e a pé, começou a chover. Sei bem que é necessária e indispensável, ainda assim tenho tido muita sorte. Estou a reaprender um certo pulsar com o qual perdi contacto quando comecei a andar de carro, ao mesmo tempo faço muito exercício. Estou feliz por voltar a ter eventos normais na minha vida. Agora, acreditem que andar de metro pode ser uma aventura constante. Só espero nunca deparar com o fundamento do mito do esfaqueador do metro.

E de novo o caminho

Quanta estrada,
e corredor,
já percorri eu
por entre o caminho.

Não sei se por ele,
ou por olvidá-lo,
de quando em quando,
acabo sempre asim
a caminhar segura
pelas estradas,
pelos corredores.

Surgem sempre novos,
assim como,
partem sempre dos comuns,
no fundo,
fazem todos parte do mesmo,
caminho, claro!

Transformo-os sempre em metáforas
Não os posso proferir por palavras simples
Escrevo para os transfigurar
Em prados ondulantes e verdes
Em fontes no meio de praças
No topo de uma torre altaneira e granítica
Debaixo do céu e das suas estrelas
No mar azul daqui ou dali ou de outra costa.

De mim só eu sei.

Vivós bandidos!!!

Eu não quero repisar muito nisto, mas penso que posso afirmar com toda a propriedade que neste triste país o crime não só ainda compensa como recompensa. Vá lá que o condenado não conseguiu, mas só por não estar no seu terreno de ataque. Quanto ao resto... Não sei porque ainda fazem apostas comigo nos que diz respeito a eleições, principalmente quando está em causa a minha cidade do coração. Quanto a outras cidades do meu coração saúdo os seus autarcas recém reeleitos com a esperança de que continuem a trabalhar para agradar e proteger aos seus munícipes, dentro do possível (já se sabe que não dá para tudo). Numa nota final quero informar que Odivelas, concelho onde voto, podia ter tido um desfecho bem diferente, tendo a CDU estado muito tempo à frente da contagem (até à 6ª freguesia), e para meu grande pesar o anormal do meu Presidente de Junta também foi reeleito.

domingo, outubro 09, 2005

Hoje é dia de ir às urnas

Acabou o dia de reflexão. Daqui a umas horas abrem as urnas para os cidadãos exercerem o seu direito-dever de voto. Neste caso trata-se de eleger representates populares para o poder local. A minha questão é será que estes representantes que nos dão a escolher poderão em qualquer circunstância verdadeiramente representar a vontade colectiva? Penso que não, quanto muito a vontade generalizada de uma determinada maioria, fora isso representam-se a si próprios, às suas famílias, amigos e interesses. Subjugam-se politicamente às imposições dos seus Partidos, porque eles sim, são as oligarquias verdadeiramente representadas. E quando não têm que responder ao Partidos, aí, meus amigos, é porque já não têm que responder perante ninguém e as suas ditaduras pessoais, contruídas através de complexas redes clientelares, concedem-lhes poder e impunidade absolutos. Bem sei que a poliarquia em que vivemos é a forma mais próxima que temos de uma democracia, utopia inacabada e sempre imperfeita, não é, no entanto, nem de perto nem de longe, a forma mais inteligente de coordenar os destinos de um povo que vive num território comum e interage mais diligentemente quando se trata de motivações diferentes. Eu votar, sempre é mais activo que não o fazer. Não vou riscar nenhum dos boletins de voto, e vou escolher a solução política que se enquadra menos mal, e que julgo venha a ser menos desastrosa para os destinos desta secção político-administrativa que é o poder local.

sábado, outubro 08, 2005


Solo Firenze Posted by Picasa

A lua a crescer

Lâminas que ditam e desditam.
Cenários, pessoas, ocorrências.
A sorte e a sua fortuna.
Os astros e os dias que correm.
E a lua a crescer sempre no seu quarto,
de tempo de desejos.

sexta-feira, outubro 07, 2005

To do list

Já resolvi um grande problema da minha vida, que pela sua dimensão irá resolver muitos outros, por arrasto. Porém a minha lista de questões pessoais não acabou, persiste, com o problema nº 2 agora a ganhar a dianteira e a assumir uma preponderância inusitada, com desenvolvimentos em todos os quadrantes, mas sem resoluções, e principalmente sem acções. Só palavras, sempre as palavras...

quinta-feira, outubro 06, 2005

As contas do meu rosário

Redescobri uma fé no divino dentro de mim. Redescobri-a em Itália, talvez quando vi a magnífica Catedral de Santa Maria des Fiores, ou quando entrei lá dentro, ou em Roma, não vos sei precisar, desde então devotei-me novamente a acreditar no Divino, nunca na Igreja Católica, mas usando os seus locais de culto, escandalizando pelo caminho um monte de católicos incautos, nomeadamente no Fundão, onde não consegui nenhuma vez encontrar a Igreja Matriz vazia, e tive interessantes pegas teológicas com as beatas do Padre Barreiros que ainda agora me devem tomar por herege por lhes ter tentado explicar que não gostava de missas. E não gosto. Gosto de Igrejas vazias, não por egoísmo (não me importo que estejam lá algumas pessoas), mas pela paz, tranquilidade e silêncio. Claro que tenho os meus Santos e Beatos de eleição e quanto a isso sou bastante eclética e tenho as minhas prioridades bem definidas: Nossa Senhora, Santo Antoninho, Beatinho Nun'Álvares Pereira e o meu Anjinho da Guarda. Mas isto tudo para dizer que deve ter um arzinho de acólita que faz com que as pessoas me venham interromper as minhas orações para perguntar se vai haver missa às sete. Não há paciência!!!

segunda-feira, outubro 03, 2005

O Imago (agora um post sério-quase)

A vida não me permitiu ficar lá a semana toda.
Grande pena!!!
Mas aproveitei e queimei os cartuchos todos no Sábado.
Comecei pelo filme de ficção científica, se é que o posso chamar assim, chamado "Brazil", realizado por Terry Gilliam, Monty Phyton de carreira posterior a este filme onde Robert deNiro aparecia no papel fantástico, num filme pródigo em personagens fantásticas que pautavam uma história fabulosa que conjugava 1984 com dark city e o mito de um mais ou menos pégaso. Muito fora.
Tal como a sessão de abertura, um daqueles momentos únicos deste festival, quando se apresenta a rara oportunidade de assistir a filmes musicado ao vivo por músicos, dj's e orquestra, com pratos partidos e tudo.
Seguindo a alegre romaria "Sound & Vision experience" para o Casino Fundanense e a sua esplanada, onde se íam entrelaçando as conversas cá fora e os concertos lá dentro, sendo de destacar o super-nerd Erlend Oye, que me surpreendeu com o seu lado acústico, fabuloso para quem sofra de insónias.
Later on, English Club, dj set do mesmo elemento dos King of Convenience, muitas vezes bom, às vezes não, porém nunca atingindo a excelência, marcando sim uma cadência que serviu com excelência uma noite bem divertida. Digna de apontamento era também a "red bull different room" onde não se podia beber, fumar, ou usar calçado, isso mesmo, leram bem, o pessoal tinha de se descalçar para entrar lá dentro.
Para terminar uma noite com chave de ouro só mesmo a "omelet after hour party", criada por nós no contexto de uma corrente alternativa , cheia de Marias Martas e gargalhadas, onde escrevi o post anterior.
Não sei se ainda lá vou voltar, lá para o fim da semana, de qualquer forma aconselho todos a irem lá pois é verdadeiramente um evento único, pelo menos em Portugal, não só pelos seus formatos, mas muito também pela sua localização que lhe dá aquela ambiência que nunca encontrei em sítio algum.
Uma nota final de agradecimento a todos os meus amigos que eu adoro e que me fazem sentir sempre tão bem, um grande beijinho e um abracinho muito apertado a todos.

domingo, outubro 02, 2005

Imago

Imagine-se um filme musicado, um dia a nacer ainda ameno no Outono que cai docemente na Gardunha. Uma pequena magia.