De volta a Sodoma e Gomorra

Depois de uma folga de onze dias regressei finalmente à cidade do vício onde trabalho, apenas para uma breve aparição antes das minhas merecidas férias... Está tudo nos mesmos lugares, a minha mão não se estragou, mas só se dedicou a cartas, sei que esta semana vai passar a voar, apesar de parecer demorar uma eternidade, principalmente quando estou sentada no banco vermelho a fumar. A ausência do meu dente ainda me dói. Voltei a ler muito devido a 3 livros muito motivadores, mal posso esperar até chegar ao próximo. A Turquia ocupa os meus sonhos.

O Verão não existe sem cerejas

Estou absolutamente embrenhada na melancolia do vazio emocional que deixaste em mim, afastei-me de ti com todas as minhas forças, com todas as minhas certezas de te esquecer, com todas as minhas respostas para o fim do nosso amor (será que lhe posso chamar amor?), com todo o empenhamento e severidade para com as tentações, com uma vontade de ferro para não ceder. Contudo, do alto da minha solidadão, que persistentemente busco, tenho profundas e inqualificáveis saudades de ti. Luto para apagar as memórias boas, mas elas assaltam-me em vagas de deleite que me faz sorrir, pensar em ti é quase como um vício, sei que não o posso fazer, sei que me faz mal, sei que os seus efeitos secundários são trágicos, mas não consigo evitar. Fujo para longe mas o desejo de ouvir a tua voz persegue-me para onde quer que eu vá, o desejo que o meu corpo tem é de ti, nunca é saciado por outros amantes. A tua presença no meu mundo não se oblitera, não se esgota, nem que passem todos os dias do mundo, todas as horas lassas. Os dias bons demoram-se, escasseiam, atrapalham-se...

A chave

Todos os enigmas são resolvidos nas suas mais misteriosas maneiras.
Há sempre uma chave.
Onde está a minha?

O mundo virado do avesso

Tenho o meu mundo cheio de sonhos fracassados, de frustrações, de devaneios ricos e esperanças pobres, virei-o do avesso, guardei tudo dentro de mim e agora apenas peço um quase nada, a concretização de mim como ermita, o meu espaço inviolável de largas fronteiras, água, terra e vida. Nada mais...

Os meus filmes

Hoje tinha um filme agendado para as dez e meia, estava absolutamente compenetrada no meu papel, estava tudo a postos, e o protagonista saiu serenamente com 350 euros no bolso. Volvidas três horas o filme veio cobrar-me a minha actuação com um chinês a vociferar em mandarim e a querer-me bater, foi apanhar ar, mas até agora continuo sem perceber o que o enfureceu. Amanhã há mais, no mesmo horário. Muito obrigada, senhoras e senhores, boa noite!

Life is such a constant disappointment