Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

segunda-feira, novembro 29, 2004

Quantas vezes o pote tem de ir à fonte para partir?

Tu és assim, desilusão atrás de desilusão, decepção seguida de desconsideração atroz, más palavras que passas a vida a tentar emendar, mas não muito. E eu passo a vida a perdoar, vou perdoando, perdoando, umas atrás das outras, sem dizer nada. Habituei-te muito mal. Todavia, um dia o pote de tanto ir à fonte parte e depois não vai haver força ou engenho neste mundo que o conserte.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Cerejas no Inverno II

Primeiramente quero dizer q a apresentação do livro dos poemas da cereja foi adiada para dia 6 de Janeiro.
Além disso esqueci-me da fabulosa gastronomia agri-doce que está associada á cereja e que aqui é magnificamente explorada por alguns restaurantes desta praça que é o Fundão.
Hoje fui degustar um desses manjares, apesar de no Verão me ter sabido infinitamente melhor, que são os medalhões de porco com cereja, fabulosos.

quinta-feira, novembro 25, 2004

A fuga para a frente

Esta expressão é um absurdo. Em 1º lugar, parece-me, pelo menos lógico, para não dizer óbvio, que quando se foge, nunca se foge para trás, regra geral foge-se para a frente, eventualmente para os lados, mas para trás??? Fugir implica deixar para trás, logo seria no mínimo estúpido que se fugisse ao encontro daquilo a que se está a fugir. Em 2º lugar, vejo que a utilização desta expressão se prende com assuntos mal resolvidos ou sem solução que ficam para trás quando se foge para a frente, estabelecendo assim também uma redundância. Aqui temos, portanto, um vício na forma e no conteúdo.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Deixem-me fumar!!!

Sinto-me cada vez mais acossada na minha condição de fumadora. Fumo. Faz mal à saúde física, bem sei, mas é essencial à minha saúde mental. Agora começam a proibir fumar aqui, fumar ali, qualquer dia nem na nossa própria casa podemos fumar. Não consigo conceber ir almoçar ou jantar num restaurante, sabendo que quando acabar a refeição não vou poder fumar, nem a comida me fazia proveito. Ainda por cima, esta cega proibição vai lesar os comerciantes, que por pouparem o trabalho e a despesa de criarem espaços para fumadores e não-fumadores, vão sofrer na pele os efeitos da redução de clientela. Eu, assim como muitos fumadores meus conhecidos, nunca mais entraremos num bar ou discoteca se não podermos fumar. Eu concebo estar num destes sítios sem beber alcool, mas não consigo beber alcool sem fumar, nem café, nem chá, nem nada. Vão certamente também começar a surgir sítios clandestinos e com falta de condições para abarcar todos os fumadores. Fumo. Gostava de não o fazer. Gostava de nunca ter começado. Gostava que respeitassem os fumadores pelo menos 10% do que respeitam os alcoólicos que têm toda a liberdade para exercer o seu vício.
O que mais me aborrece é que eu gosto de ir a restaurantes, bares e discotecas e vão condicionar a minha liberdade e impedir-me de os frequentar.

Se alguém pretender fazer deus sorrir basta contar-lhe o plano que tem para a sua vida

Se eu contasse a deus o meu plano pretendido de vida, ele não sorria, atiravasse para o chão a rir às gargalhadas, rebolava até às lágrimas. Sinto-me enganada, iludida, desencantada, triste. Sinto que estou permanentemente em becos sem saída. Salto de uns para me enfiar noutros. Não posso deixar de pôr em causa o sentido da vida, o sentido da minha vida, pelo menos, o da tua vida também, porque teimamos em cruzá-las sem nenhum sentido, numa espiral contínua de desilusão em que a um desapontamento segue-se sempre um desapontamento maior, entremeado com uma ou outra qualquer tragédia. As lutas que travo são, regra geral, além de trabalhosas, inglórias e vãs. E deus, lá em cima, no seu escritório, a olhar para mim e rir-se às gargalhadas.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Cerejas no Inverno

Só soube o que são cerejas este ano. No ano passado tinha tido uma breve demonstração, mas vaga quando comparada com a deste ano. Comi as maiores, mais suculentas, mais doces, em suma, as mais deliciosas cerejas da minha vida. Não fosse o Fundão a capital universal de produção de cereja. As primeiras foram extraordinárias, talvez mesmo por isso, por serem as primeiras, por se ter passado um longo e rigoroso Inverno e uma viçosa Primavera, pela expectativa.
As cerejas no Inverno são, por tudo isto, uma lufada de ar fresco e doce.

Dia 3 de Dezembro, vai-se realizar uma apresentação do livro "Cerejas - Poemas de Amor de autores contemporâneos", de Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes, da Editorial Tágide, na Sala 2 da Culturgest

quarta-feira, novembro 17, 2004

Mais um sonho desfeito

Acabou a expectativa. Chumbei. Ainda vou pedir a prova, talvez interpor recurso, mas para já, ironicamente falando, c'est fini.
Agora vou ter de estudar francês afincadamente, conforme prometi a mim mesma, para no próximo exame, conseguir escrever um texto com uma perna às costas, e poder até sonhar com um 20, como em português.
À Piteca, à Alice e ao joão Silveira, continuação de boa sorte.
Ao Paulinho um abraço de solidariedade e um lá estaremos no próximo.


Hoje tá difícil!!!

Estou a escrever este post pela 2ª vez. O outro sumiu-se ("...-lhe o colchão? / forte pena! / não fica a casa arruinada! / - Tu zombas disso / julgas que por teu pai embarcado / a mãe já não tem mãos? / E dizendo-lhe isto / Arremete-lhe à cara e ao penteado / Eis senão quando, / sai-lhe o colchão de dentro do toucado"*), e não queria deixar de expressar aqui a ansiedade que o atraso na afixação dos resultados do exame de línguas do mne, me está a causar. Ando com um nó na garganta e no estômago, que não é nada!!!

* excerto do poema de Nicolau Tolentino (que decorei aos três anos e nunca mais esqueci)

terça-feira, novembro 16, 2004

A vila

Fumo. Está frio e olho para o mar enquanto o sol me conforta com a sua esperança ainda fugidia. Ele acabou de sair, só voltará à noite, depois de jantar. Tenho uma alegria incomensurável por estar ali, por olhar para o mar, ali tão perto, por o sol brilhar tão radioso no céu tão azul. Demoro-me na sua imensidão, tenho um dia inteiro para matar e as horas passam languidas nestas alturas. Apronto-me lentamente, com preceitos e requintes de método. Saio. A caminhada até ao meu carro é entrecortada por um vento gélido e sibilino. Abrevio-a com o meu passo urbano e célere. Parto à descoberta, rumo ao desconhecido encontro uma placa que a indica a sua direcção, o seu nome espicaça-me a curiosidade e alguns metros adiante encontro-a, tal como ela é, vilória piscatória à beira do mar. Abanco num café, a "Pastelaria - Padaria Cruzeiro". Li o Jornal, escrevi as minhas linhas, devidas à tão estranha ocorrência de estar ali e segui caminho, desta feita para a Cidade. É bela, o seu entardecer magnífico, o predicado marítimo concede um esplendor assegurado a qualquer sítio. Regresso à base, e o aborrecimento começa a tomar conta de mim, assim como aquele pressentimento de estar tudo a correr tão bem, que se torna impossível imaginar que esta perfeição não será interrompida por algo. E assim foi. O resto são lágrimas e aquela tristeza profunda que cola e não descola.

Ode à Poesia

Poesia é cantar a prosa em verso,
Narrar uma história em música,
Escrever um amor em angústia,
Chorar uma vida em lágrimas,
Desejar um sonho em mágoa,
Transfigurar a pena em pluma,
Enfeitar as palavras em luz
Conjugar as formas em líquido
Voar mais alto, mais longe e mais rápido.

Poesia é viver num lugar distante
Construir um mundo nas nuvens
Surrealizar a amizade numa tela
Esculpir os verbos em flores
Metaforizar a dor em pássaros
Sorver o amargo em doce
Materializar as distâncias em ar
Percorrer caminhos em invisível
Ser mais, ser melhor e ser total.

Poesia é gritar tudo em uníssono
Navegar numa ausência de som
Julgar anseios em humildade
Criar silêncios em esperança
Amar todos num segundo
Viver o desconcerto em criança
Jogar a vida em todos os dias
Segurar o sorriso numa tristeza
Sentir sempre, além e dentro de nós.

Poesia é brincar com as letras
Formular soluções em química
Alcançar o mar em terra
Provocar discussões em álgebra
Formalizar multidões em fogo
Acelerar as partículas em físico
Degustar os sabores em água
Procurar o sal em memória
Conjugar a alma, o coração e tudo.






segunda-feira, novembro 15, 2004

O Congresso do PPD/PSD

"A verdade"
...

quinta-feira, novembro 11, 2004

vivó s. martinho

E o último reduto do Verão, o verão de S. Martinho. A partir daqui só piora, o tempo, claro. Gosto desta época, adoro as castanhas assadas e o seu cheirinho característico. Gosto dos magustos, principalmente em casa da tininha. Daqui a pouco vai haver aqui um magusto, sei como me vou sentir, mas vou guardá-lo para mim e comer alegremente as castanhitas assadas.

Ontem vi um filme extraordinário: "Buongiorno, notte", recomendo vivamente

terça-feira, novembro 09, 2004

O amor é um lugar estranho, sempre!

Não consigo explicar o amor, não consigo compreendê-lo, não consigo evitá-lo, não consigo acabar com ele. Só sei que ele está dentro de mim e me comanda, tira-me do sério e leva-me a cometer locuras.
Este amor é muito maior que eu, domina-me, eleva-me à felicidade mais completa para logo me aniquilar nas profundezas da decepção.
Sempre que tento livrar-me e fugir deste amor avassalador e escravizante, perco, e quando volta, porque inevitavelmente volta (fundamentalmente porque não chegou a sair), está ainda e sempre mais forte.
Porque é que gostas tanto e tão pouco de mim?

segunda-feira, novembro 08, 2004

Já começou o Natal

Quem diz que não é Natal todos os dias, nos dois meses que antecedem o mesmo, está redondamente enganado. Por todo o lado estão a aparecer luzes natalícias, desejos de Boas Festas, os anúncios televisivos passaram a alternar entre brinquedos, bebidas e perfumes.
Nos últimos anos tem-me aborrecido solenemente o Natal, mas este ano sinto-me deveras natalícia. Porquê? Deve ser por estar longe de casa e não conseguir lembrar-me de nada mais aconchegante do que a noite da consoada em minha casa, com a minha mãe, o meu irmão, os meus avós maternos e o shyro, que são as presenças garantidas, e que mesmo assim congregam a maior parte da minha micro família. O meu tio vitor deve ficar com a minha tia e primo em Rio Maior. O meu tio Pedro não sei.

Lembro-me de uma fantasia que eu tinha de um Natal perfeito, que não podia fazer menos sentido e tão pouco ter um desenlace favorável ou feliz, pelo menos comparável aos que tenho tido, não os tenho valorizado, mas sempre que os recordo não consigo evitar um sorriso de afecto, concluindo que afinal estes natais são bem capazes de serem não só "as good as it gets", mas também os mais felizes da minha vida adulta.

Desejo que o meu irmão acabe o curso e se case com uma moça e me dê um sobrinho e alegrias renovadas para os Natais futuros, pois afinal, o Natal é, fundamentalmente, das e para as crianças.

Benficaaaaaaaaa!!!!!!!!!

Ontem fui à bola, vesti a camisola e gritei, até a voz doer, GOOOOOLLLLLLOOOOOO!!!!!!!!! 4 vezes.
Na verdade o Benfica devia pôr um camarote à minha disposição, pois todos os jogos que fui ver ao estádio, ainda à velhinha catedral da luz (ontem fui pela 1ª vez ao estádio novo), o Benfas ganhou, podiam experimentar, tentar não custa (muito)!

Para já vamos em 1º lugar, esperemos que o porto e o sporting se abafem logo à noite, ou então que ganhe o sporting.


quinta-feira, novembro 04, 2004

Eu quero ir ao 123!!!

quarta-feira, novembro 03, 2004

A distância

A praia à distância
O mar sempre aqui
Sempre agora
Sempre azul água
Sempre verde sol

A Estrela à distância
A montanha sempre aqui
Ocaia verde
Ocaia da desesperança
Ocaia vida de amor

O céu à distância
A lua sempre aqui
Ora a crescer
Ora a minguar
Ora na plenitude do seu esplendor

O Tejo à distância
O Zêzere sempre aqui
A serpentearem
A correrem
A encontrarem-se na constância

A palhaçada

Não consigo compreender a razão pela qual a grande potencia mundial deste pobre planeta gasta biliões inimagináveis de dólares para reeleger um candidato que já estava reeleito e que ganhou umas eleições em q teve menos votos que o seu adversário.

Esta realidade advém do sistema político norte-americano e de uma das suas mais graves patologias que, através do esquema da eleição indirecta, e apenas possível num contexto de bipolarização absoluta do espectro político, permite q o candidato que granjeou menos votos ganhe.

A Nova-Zelândia após verificar o apracimento desta patologia no seu sistema político, procedeu à sua reforma, pois este tipo de sistema tem um grau de democraticidade efectiva bastante baixo. Os Estados-Unidos tem este sistema à mais de dois séculos e acha que o melhor procedimento é manter o acordo de cavalheiros entre democratas e republicanos e sanar estas situações à vez.

A Democracia é apenas a mais livre das ditaduras e assume frequentemente, e dependendo de muitos factores, diversas formas oligárquicas, poliárquicas, mas a sua fragilidade aumenta exponencialmente com a displicência fortuita com que os sitemas políticos são programados pelos modernos Partidos de Cartel. O mais extrórdinário é podermos suspeitar que os grandes liberais que fizeram a Constituição dos Estados Unidos não ponderaram esta situação.

terça-feira, novembro 02, 2004

Está feito - Agora Resta Esperar Merda

A frase Resta Esperar Merda, tem uma grande e longa história, por isso tem um significado simbólico tão poderoso, e por isso resolvi usá-la, até porque caracteriza paradigamaticamente a espera desencantada e desesperançada que nos aguarda, em relação à nota da prova de Línguas Inglesa e Francesa, até as lista serem publicadas.

Resta Esperar Merda: Durante o 2º ano da faculdade, uma rádio lançou um concurso em que o vencedor iría a Madrid ver um concerto dos R.E.M. e conhecer a banda. O desafio era escrever uma frase original utilizando a sigla da banda - R.E.M. A Tininha era, a essa altura, louca por eles. Foi à internet lá da faculdade com o Krithinas e enviaram para lá esta extraordinária frase - Resta Esperar Merda. A Tininha ganhou o concurso, foi a Madrid, conheceu os R.E.M., e esta frase tornou-se a nossa muleta emblemática para as situações difíceis.