Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, novembro 24, 2005

Menina da lua e Menino do rio

"Menina da Lua

Leve na lembrança
a singela melodia
que eu fiz
para ti ou bem amada
princesa olhos de água
Menina da lua

Quero te ver clara
clareando a noite densa
deste amor
o céu é teu sorriso
no branco do teu rosto
a irradiar ternura

Quero que desprendas
de qualquer temor que sintas
tens o teu escudo
teu tear
tens na mão querida
a semente
de uma flor que inspira um beijo ardente
um convite para amar"

Maria Rita

"Menino do Rio

Menino do Rio
calor que provoca arrepio
dragão tatuado no braço
calção corpo aberto no espaço
coração de eterno flirt
adoro ver-te

Menino vadio
tensão flutuante do rio
eu canto para deus proteger-te
que o hawai
seja aqui
tudo o que sonhares
todos os lugares
as ondas dos mares
pois quando eu te vejo
eu desejo teu desejo"

Caetano Veloso


Não consigo resistir à tentação de partilhar as maravilhosas músicas que nossa língua produz na genialidade de alguns compositores brasileiros. A musicalidade do português do Brasil aliado aos seus ritmos característicos produzem canções verdadeiramente emotivas para tudo e mais alguma coisa. Hoje fui ver uma miserável adaptação da peça "Romeu e Julieta", grande clássico da veneração do amor, muito maltratada por este texto que está a ser levado à cena no Teatro S. Luiz, também a interpretação não foi das melhores, salvando-se apenas a participação do Diogo Infante no secundário papel de Mercúcio, também de apreciar o desenho de luz e a cenografia, ambos muto interessantes, de resto foi a mais enfadonha e fraca encenação desta história de amor trágico engendrada por Shakespeare, que quanto mais vezes é adaptada mais piada perde. Continuo a preferir o original. Inspirada neste tema pensei em juntar estes dois artistas e seus respectivos "meninos", na certeza que poderiam protagonizar eles próprios uma pequena tragédia fictícia, talvez, quem sabe, inspirada num amor proíbido. Deixo aqui o espaço para a vossa imaginação.

terça-feira, novembro 22, 2005

A ausência de escrever

Não sei se têm dado por isso, mas não tenho escrito aqui nada de jeito, nem em quantidade, nem em qualidade. Tenho-me dedicado ao estudo e à leitura, actividade que por um lado me absorvem o tempo e por outro me inundam de palavras gerando uma confusão permanente de pensamentos que, no caso do estudo, não posso descrever, no caso da leitura ainda não pude transfigurar plenamente ou sequer assimilar para a minha vivência própria, estando assim num estádio de vivência das histórias destes livros, das suas personagens e dos seus ambientes. Ainda não tenho vontade de voltar à terra. Continuo a viajar por entre os meus sonhos, retirando-me, apenas, diariamente, por algumas horas, ao serviço do meu futuro ofício. Nada mais.

Primeira fase completa

Terminei hoje a primeira fase do meu curso com o primeiro exame escrito. Já não fazia um exame desde o concurso para o MNE. Sinto uma sensação de dever cumprido. Esta fase conclui um terço da programação, daqui para a frente começa a doer, a tempo inteiro e a começar pela matina. Até ao fim da semana saberei a minha nota, até lá vou continuar a treinar e aproveitar da melhor forma estes dias de absentismo dos meus coleguinhas. Estou a gostar muito, mas muito, e cheia de vontade de continuar.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Casar - processo não em curso

Volta e meia tenho de voltar ao assunto temático deste meu blog. Eu não me vou casar, eu não me quero casar e se algum dia eu encontrar um homem com o qual eu queira compartilhar a minha vida, ainda assim não me vou querer casar. O casamento é um procedimento legal e/ou religioso que garante uma promessa vil de certezas falsamente construídas sobre pressupostos no mínimo errados. É uma promessa vã, quantas vezes amarga, quantas vezes dissimulada, sempre materialista, arrogantemente pomposa e circunstancial, ocasião de demonstrações de futilidade ou ostentação pura. E para quê? E talvez ainda com mais pertinência, PORQUÊ?

domingo, novembro 13, 2005

O segredo

Faltam-me as palavras de novo,
como se me faltasse o ar.
Talvez não me faltem,
pelo contrário, me sobejem,
por não as poder proferir,
por as calar.

O silêncio fascina-me,
tanto quanto me oprime.
Enleva-me na sua subtileza,
no seu abraço gentil,
e no seu olhar lasso,
perdido e distante.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Mais uma semana

Não consigo resistir. Passei a semana inteira dentro da sua teia. Por muito que eu fuja e me convença que consegui escapar, as suas armadilhas demonstram-se sempre eficazes. E eu já não consigo suportar mais este sofrimento, só queria que esta história tivesse um fim, de uma vez por todas. Já não quero que a profecia se cumpra. Será que não há nenhuma maneira de fugir?

terça-feira, novembro 08, 2005

Fora do tempo

Atmosfera pastosa e bélica
Fase de lágrimas presas por um fio
ténue, quebradiço e instável.

Luz baixa
insidiosa e plena
no volume da construção.

Sorrisos difíceis, dolorosos,
passos indecisos, morosos,
cadeias infindáveis de decepções.

E o rio a correr no seu leito, mesmo ali a lado.

Voltar de novo para dentro

Voltei a saturar-me da vida exterior e social. Sofri um rude golpe, aliás tenho vindo a sofrer vários, mas desta feita foi mais profundo e magoou-me no meu ponto mais sensível, que são os meus amigos. Perdi toda a vontade de confraternizar com quem quer que seja. Perdi a minha caixinha do tabaco, era quase um amuleto. Ainda tenho esperanças que ma tenham guardado, mas honestamente não posso dizer que tenho muitas. Ainda por cima, já não existe nenhuma igual. Talvez por isso desde então a vida não me tenha corrido muito bem, talvez isto seja só uma superstição parva e sem sentido e estes dias tenham sido apenas um sinal do meu próprio inconsciente a pedir paciência e ponderação. Vou voltar para dentro, para mim e este meu mundo, que parece não ter paralelo no mundo real.

sábado, novembro 05, 2005

Os meus episódios como fada do lar

Eu detesto fazer qualquer espécie de serviço doméstico, excepto talvez cozinhar, mas quando a senhora D. Maria desaparece sou forçada a empreendê-las, arregaçar as mangas e dedicar-me a elas com toda a minha dedicação. Depois do episódio de ter acordado por um estúpido guardanapo decidi-me a fazer um monte de coisas, contrariada, claro. Agora vou dedicar-me a uma actividade que verdadeiramente me interessa que é estudar um Decreto-Lei e uma Portaria para os conhecer como se os tivesse escrito.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Raios partam os espanhóis

Foi um balde de água fria sem tamanho.

terça-feira, novembro 01, 2005

Quando uma porta se fecha ...

Outras se abrem automaticamente. Lisboa é uma aldeia grande e certo é que quem se quer bem sempre se encontra. Não posso dizer que não gostei desta "maldita" noite das bruxas, posso sim dizer que não a tinha imaginado desta forma. Formámos desde logo uma tropa que já não se reunia há algum tempo. As ausências e desencontros foram largamente compensados pelos maravilhosos encontros fortuitos que esta noite forjou. O Miguel Carmo no Estádio (este não foi um encontro particularmente agradável, mas é da própria natureza deles, e como a Margarida tão bem argumenta, ainda faz os meus olhos brilharem), o Luís que me traz sempre a lembrança do "nosso" Fundão, os loucos de Castelo Branco e também os de Lisboa, o desconhecido que me deixou perplexa ao exclamar: "És a bruxinha mais linda que eu já vi!" (Não que eu não tenha tentado parecer tudo menos uma bruxa, nomeadamente por estar vestida de branco e penteada como uma bailarina, o que aparentemente não foi suficiente), o meu caloirinho Daniel com notícias, pouco animadoras, desta última leva de caloiros que apradrinhei, e finalmente, como cereja no topo do bolo, para concluir uma noite cheia de surpresas com uma surpresa, um dos meus colegas parado ao meu lado no semáforo da Casa do Artista. Pensei que acabaria esta noite com a tristeza de pensar nas ausências mas pelo contrário, aqui estou a terminá-la com um grande sorriso que vai perdurar pelos meus sonhos.