Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Le amour noire

Não poderia estar mais embaraçada nesta confusão convulsa que se tornou a minha vida interior. Sei bem o que não quero pois é fundamentalmente tudo o que tenho, aparte isso também tenho todos os sonhos do mundo, e o Lavre...
Seja como for é sempre como levar um murro no estômago, o mesmo murro no estômago vezes e vezes sem conta!!!

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

trip (04/12/2010)

Penso em ti com a ternura do amor inconsolado
através da amargura da distância.
Queria entregar-me em teus braços
fechar os olhos e aprender a ser feliz.
Desconheço de onde veio a força desta saudade
mas sempre que fecho os olhos
consigo sentir o arrepio fabuloso da tua língua
como se todo este tempo que passou
fossem apenas horas formais de banalidade.
Conheço a solidão como uma segunda pele
porém sempre que adormeço
volto ao conforto côncavo do teu abraço.
Já não recordo o teu cheiro mas a sua memória
ainda enche o meu coração de luz e calor
no centro desta tempestade de Invernia.
Fazes-me falta por entre o silêncio
na razão das coisas e no movimento do olhar.
Vagueio por entre a noite como um espírito
tentando reparar a tua ausência decomposta
resgato os pedaços desta afeição do cofre fechado
que atirei para os fundos da minha alma.
A tua voz ressoa como um murmúrio doce
nesta madrugada em que a chuva cai lá fora.

...(18/04/2005)

A lua muito fina
quase indizível
quase indecifrável
As estrelas à sua maneira
a pasmarem-se com o destino que conjuram.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Poema de um amor passado (28/05/2006)

A trama adensa-se e o peso do sonho
vence finalmente o tempo.
Esqueci-me que desaprendi a esperar
choro por me sentir submersa
choro ao ouvir as palavras que tanto desejei
choro por não saber e por não ser ainda.
A angústia da iminência
é violenta e espásmica
não me deixa dormir
não me deixa nada...
Foste tu,
mil vezes ponderei como o faria
quando tivesse o imperativo de o fazer,
ainda conservo esse ter de ser,
a caixa de pandora que abriste em mim.
Queria precipitar o meu temor para o mundo
livrar-me dele, estampá-lo nos jornais,
escrevê-lo a branco no céu azul
deste Verão do exacerbamento.
Até o dia se toldou para chorar
o inferno que desencadeaste
dentro da minha vida interior.
Nunca imaginei estar aqui,
escrever a esta luz, com esta caneta,
neste bloco, deitada nesta cama,
onde vou curando a mazela
do meu barro de humanidade.
O sono das drogas foi interrompido por ti
e assim fiquei aqui, só, nas teias da insónia,
tão perto mas tão longe,
o relevo todo da Gardunha toda entre nós.
Tudo tão indeferido,
tão brumo, porém incandescente,
faz-me vaguear pelo quarto de hotel,
fumo lá fora para absorver o calor
e procurar nas estrelas, aquela
onde ainda estás preso a ti próprio
onde a tua coragem luta para te libertar.
Passam as horas nocturnas lânguidas,
como se teimassem evitar o amanhã.
Ouço por entre o silêncio
a minha emoção mais profunda
que ecoa por entre a memória das palavras
uma mistura inusitada de esperança e medo,
do tormento da dúvida com a certeza do erro,
a incompreensão crónica do amor.
Apenas desejo dormir antes do amanhecer,
desligar este cérebro atordoado
e deixar os sonhos pensarem um pouco por mim.