A passagem de ano

Vou-me embora daqui a umas horas. Não tenho grandes planos, só uma cidade, um hotel e a parceria da minha mãe que é a pessoa que mais adoro no mundo e também merece passar de ano comigo. A todos desejo umas entradas muito felizes (e com saúde) e um 2006 repleto do bom e do melhor da vida, e tudo, e tudo, e tudo.
Ah! E não se esqueçam: "Guardem uma passa para a taça"

P.S, Hoje o meu irmãozinho querido faz 23 aninhos

O Natal - Parte III: frase deste Natal

"Se o Natal tivesse alguma coisa a ver com Cristo, chamava-se Cristal".

Meu irmãozinho querido

O Natal - Parte II

Eu sei que de tanto falar nele até já enjoa. A minha família chegou a uma situação em que nos cabe a nós, primos, proporcionar a todos o conforto e a magia que durante tantos anos a fio ele nos proporcionaram a nós, enquanto crianças e até aqueles primeiros anos de sermos "adultos". Como não temos crianças sentamo-nos todos à mesa a comer e a beber grandes consuadas. É sem dúvida muito trabalhoso, mas sinto-me muito feliz por este Natal que passei. a TODA A MINHA FAMÍLIA UM GRANDE BEIJINHO NATALÍCIO. Ao fim da noite o meu avô conta sempre que a avó Palmira (minha querida bisávo) , lá para as seis horas, dizía: "E pronto! Está o Natal passado". E assim é está o Natal passado. Conservem o espírito do Natal para o resto do ano, pois ele pode durar muito para além dos reis (e sem a comida em excesso).

O Natal - parte I: Fundão

Fui ao Fundão, apanhei a camioneta no dia 21 de Dezembro, 4ª feira, às quatro e meia da tarde, e lá fui eu rumo à minha beira, passei pela beira da Margarida (vulgo Castelo Branco, também conhecido internacionalmente por White Castle). Ía para a "king's Cake Party", ou Festa do bolo rei, organizada pela A.23, afamada associação cultural. Acabei por não participar na festa, com grande pena minha, urgia voltar para Lisboa, na sexta, umas horas antes da dita festa. Mesmo assim foi bom, enchi a alma de abraços e sorrisos sinceros, das encostas opulentas, mas mal-tratadas da bela Gardunha, das encostas despidas de neve da Estrela e daquele frio seco.
Ofereceram-me um chapéu verde muita louco (que infelizmente deixei lá!!!), fui almoçar às massas com a Martinha do meu coração, fui à Câmara e ao English. E claro muito tempo no sopas. O Benfica ganhou e apesar de a Nuninha poder ter tocado a bola com o braço, nós merecemos ganhar, se não fosse o gigante do guarda-redes tinham levado mais. Tenho a certeza que a festa foi um verdadeiro sucesso e lamento não ter lá estado, mas a vida é mesmo assim, à festas que têm de ficar para trás. Beijinhos.

Os factos históricos que foram provados relativamente ao Natal

O Natal pode ser tudo no mundo, excepto a comemoração do aniversário de Jesus Cristo, mais conhecido nesta época por: Menino Jesus. Ele nasceu na Primavera entre Março - Abril - Maio. Este facto está mais ou menos provado cientificamente, não se sabe o dia certo, e suspeita-se que foi cinco anos antes, mas não foi decerto no Natal. É estranho para mim como as pessoas não sabem disso. Agora, porque é que se comemora o Natal no dia 25 de Dezembro? O senhor imperador Constantino no século IV da nossa era resolveu transformar o Cristianismo na religião oficial do Império Romano. Aqui foram lançadas as bases da Igreja. Quanto ao Imperador Constantino, bom, esse comandava uma civilização que maioritariamente era pagã, ou seja, habituadinhos a deuses para tudo, um Júpiter para aqui, uma Vénus para ali, um Mercúrio, um Neptuno, um Plutão, uns para isto outros para aquilo, e na realidade não foi nada fácil impingir-lhes a história de um Deus único que tinha feito um filho pelo Espírito Santo que morreu cruxificado na cruz porque era uma inteligência superior. Por tudo isto a maior parte das festividades da Igreja Cristã foram instituídas nesta altura de forma a ajustarem-se a antigas comemorações pagãs, assim o Natal foi estabelecido para o dia do nascimento de Jesus Cristo ser o dia da comemoração do dia de Júpiter e do Sol. No dia mais pequenino do ano comemorava-se o nascimento. Quando a Maria e o José foram para Belém para ter o seu Jesus, era Páscoa, precisamente a mesma Páscoa dos judeus e da morte de Cristo que também sucedeu na Páscoa. Portanto, no fundo, muito do Natal é falso (o dia do nascimento, o Pai Natal), mas nenhuma destas questões faz do Natal uma época menos mágica, ou menos especial. Viva o Natal!!!

Miguel Torga 

David Mour�o-Ferreira

 

HISTÓRIA ANTIGA

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.

Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças"

Miguel Torga

"NATAL À BEIRA-RIO

É o braço do abeto a bater na vidraça?

E o ponteiro pequeno a caminho da meta!

Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,

A trazer-me da água a infância ressurrecta.

Da casa onde nasci via-se perto o rio.

Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!

E o Menino nascia a bordo de um navio

Que ficava, no cais, à noite iluminado...

Ó noite de Natal, que travo a maresia!

Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.

E quanto mais na terra a terra me envolvia

E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.

Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me

À beira desse cais onde Jesus nascia...

Serei dos que afinal, errando em terra firme,

Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia"

David Mourão-Ferreira

A eminência do Natal

Acabei de fazer a árvore de Natal. Acho q está muito fria, mas este ano o meu irmão pediu-me para usar só duas cores, usei três e ainda assim acho que a prefiro com ar de prostituta extra efeitada e multicolor, mas tenho a certeza que ele vai acabar por concordar comigo. Este ano está montada num sítio perfeito para renovarmos a tradição de a deixar montada o ano inteiro, mas a minha mãe não vai achar muita piada a isso. Seja como for, estou aqui para fazer a minha costumeira elegia ao natal e ao seu espírito, que anda tão pelas ruas da amargura, tão confundido com as paranóias consumistas que são características desta época. Aqui em casa lutamos contra isso, para nós o natal não são as prendas, aliás nós temos o famoso hábito de comprar tudo no dia 24, todos juntos e arranjar artimanhas para ninguém dar conta do que comprámos uns para os outros, e o mais extraordinário é que nunca descobrimos nada, mas a substância do natal são as refeições gourmets, o exercício de uma convivência feliz e o aproveitamento destes momentos de felicidade e união que são sobejamente repetidos noutras ocasiões durante o ano, por tudo e por nada. O Natal é ser feliz e fazer todos os que estão à nossa também felizes, e o ideal é tentar fazê-lo todos os dias do ano, e isso é fazer o Natal todos os dias. De resto é uma festa de luz e alegria para fazer esquecer o dia mais pequenino do ano.

"459

Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade. Gosto, sem isso, porém com isso o meu gosto seria dois."

"O livro do desassossego", Bernardo Soares, heterónimo de Fernando Pessoa

Faço das palavras dos outros as minhas

Não tinho tido nem tempo nem disponibilidade mental para escrever, o que quer que seja, aqui neste meu lindo espaço cor-de-rosa na internet, portanto, pelo menos até para a semana terão de se contentar com esta literatura alheia de um dos meus mestres das palavras. Sei que é uma recorrência. Abracinhos! (Ou como diría a TMN: Até já!)

"203.

Nem se sabe se o que acaba do dia é connoscoque finda em mágoa inútil, ou se o que somos é falso entre penumbras, e não há mais que o grande silêncios sem patos bravos que cai sobre os lagos onde os juncos erguem a sua hirteza que desfalece. Não se sabe nada, nem a memória resta das histórias de infância, algas, nem a carícia tarda dos céus futuros, brisa em que a imprecisão se abre lentamente em estrelas. A lâmpada votiva oscila incerta no templo onde já ninguém anda, estagnam os tanques ao sol das quintas desertas, não se conhece o nome inscrito no tronco outrora, e os privilégios dos ignotos foram, como papel mal rasgado, pelas estradas cheias de um grande vento, aos acasos dos obstáculos que os pararam. Outros se debruçarão da mesma janela que os outros; dormem os que se esqueceram da má sombra, saudosos do sol que não tinham; e eu mesmo, que ouso sem gestos, acabarei sem remorsos, entre juncos ensopados, enlameado do rio próximo e do cansaço frouxo, sob grandes outonos de tarde, em confins impossíveis. E através de tudo, como um silvo de angústia nua, sentirei a minha alma por detrás do devaneio - um uivo fundo e puro, inútil no escuro do mundo"

"O livro do desassossego", Bernardo Soares, o escriturário que vivia em Pessoa

"Certo é saber que o certo é certo"*

Pergunto-me porque tememos tanto o desconhecido, a incerteza? Não são estas componentes que dão sabor à vida? Eu adoro a surpresa, o impensável, o imponderável. No entanto, também eu, talvez até especialmente eu, passo a vida a querer saber como será, a procurar respostas para perguntas que ainda não fiz, a entristecer-me ou alegrar-me por antecipação, falsa, certamente. Sei que tudo isto ainda aumenta a confusão das variáveis, portanto de certo modo nunca retiro a incerteza da vida, só lhe acrescento alguns cenários, com Caetano como banda sonora.
*Caetano Veloso

Fumar ou não fumar. Aí está a questão!

Eu bem sei que sempre que faço afirmações como as que vou fazer agora, os puritanos anti-tabagistas, as pessoas que não fumam e até os que não fumem por gosto vão considerar que estou louca. Não. Apenas gosto de fumar. Cruxifiquem-me se quiserem, agora por favor não me queiram obrigar a deixar de fumar, muito menos sob pretexto de que é para o meu bem, muito menos ainda quando me vão obrigar a inalar o fumo dos outros durante milhares de horas da minha vida. Tenham santa paciência e vão mas é dar uma voltinha ao bilhar grande.

Trabalhos de grupo

Sempre pensei que a minha carreira como trabalhadora de grupo tinha terminado no mestrado. Mas, mais uma vez, surpreendentemente, não. As minhas aulas teóricas são um never-ending trabalho de grupo, com exposições no fim de cada tarefa e palminhas como nos grupos de entre-ajuda. Não posso dizer que não tem sido divertido num certo ponto de vista, mas não é nada do que eu estava à espera. Já apresentei o Alentejo, o turista do século XXI, Lisboa como região para turismo de negócios, enfim, um não acabar de aforismos que pouco interessariam até ao menino jesus. Uma pessoa tem de fazer o que tem de fazer e é sempre melhor se se conseguir divertir a fazê-lo

Olé Benfica!!!

Sei que estou em défice para com o meu compromisso pessoal neste blog. Compreendam-me, para escrever é necessária uma certa destreza de espírito e lucidez que neste momento não tenho, amanhã desforro-me, fica prometido.
Para já deixo aqui apenas um pensamento bem primário e decorrente de minha paixão totalmente irracional que é o Benfica: Conseguimos!!! Vencemos!!! Depois de muitas jornadas de sofrimento a minha equipa do coração voltou a dar-me, a mim e todos os outros adeptos, sócios e simpatizantes ou outros, uma grande alegria. Melhor que termos ganho foi termos conseguido fazê-lo com garra, vontade e um futebol bastante razoável. 2-1. Champions estamos aqui e temos muita força, mais que não seja de vontade. Força BENFICA!!!