Mais uma vez a poesia II
"Para a Sophia
Haver no fundo um templo ou uma casa
é ter consigo, amante, uma cereja aberta
onde é madeira ao centro e solução
do suco rosa e negro onde se abrasa
e torna leve e limpo, e mal desperta
se torna coração.
Haver um mar de ferro e água pura,
um simples tom calado, um leme oculto,
é haver sempre um cheiro a maresia,
trazer um lastro breve à mala escura
onde se pousa e dorme agasalhado um vulto
de sal e de alegria.
Haver no fundo pedra ou chão preciso
é ser por isso um vento vertical
que o sol redime e lima e contraria
e denso amansa firme e circunciso,
tomando tudo imenso e desigual,
e pão poesia."
Haver no fundo um templo ou uma casa
é ter consigo, amante, uma cereja aberta
onde é madeira ao centro e solução
do suco rosa e negro onde se abrasa
e torna leve e limpo, e mal desperta
se torna coração.
Haver um mar de ferro e água pura,
um simples tom calado, um leme oculto,
é haver sempre um cheiro a maresia,
trazer um lastro breve à mala escura
onde se pousa e dorme agasalhado um vulto
de sal e de alegria.
Haver no fundo pedra ou chão preciso
é ser por isso um vento vertical
que o sol redime e lima e contraria
e denso amansa firme e circunciso,
tomando tudo imenso e desigual,
e pão poesia."
Pedro Tamen
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