Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

terça-feira, novembro 08, 2005

Voltar de novo para dentro

Voltei a saturar-me da vida exterior e social. Sofri um rude golpe, aliás tenho vindo a sofrer vários, mas desta feita foi mais profundo e magoou-me no meu ponto mais sensível, que são os meus amigos. Perdi toda a vontade de confraternizar com quem quer que seja. Perdi a minha caixinha do tabaco, era quase um amuleto. Ainda tenho esperanças que ma tenham guardado, mas honestamente não posso dizer que tenho muitas. Ainda por cima, já não existe nenhuma igual. Talvez por isso desde então a vida não me tenha corrido muito bem, talvez isto seja só uma superstição parva e sem sentido e estes dias tenham sido apenas um sinal do meu próprio inconsciente a pedir paciência e ponderação. Vou voltar para dentro, para mim e este meu mundo, que parece não ter paralelo no mundo real.

4 Comments:

  • At 8:17 PM, Blogger so_luar said…

    A minha vida interior vai muito mais além da digestão, tenho alguns heterónimos e apenas eu própria já me dou muito que pensar e que sentir.
    Todavia, voltar para dentro não é tão literal como possa parecer, nem é fechar-me em casa de pijama, é mais reduzir ao mínimo os meus contactos sociais, e utilizar critérios bem apertados para a convivência e acima de tudo acabar com o procedimento de sair à noite, o que a espaços me enjoa e aborrece. Como é o caso neste momento.
    Voltar para dentro de mim é gerar o verbo, as palavras, voltar ao romence a à poesia, à leitura e ao cinema e a todos os processos de análise de personagens fictícias que enriquecem o meu mundo, muito para além das reais e dos seus comportamentos sobejamente simplistas.

     
  • At 11:55 PM, Blogger so_luar said…

    Acho q chegaste precisamente ao cerne da questão, eu efectuo este processo precisamente quando começo a considerar que daquilo que os outros partilham comigo e daquilo que tenho vontade de partilhar com eles, muito pouco consegue ser mais que meras banalidades, que não interessam nem ao menino jesus, quanto mais ao meu intelecto. Nesse ponto o meu período de vida no Fundão foi inesperadamente rico e profícuo, tanto em novidades como em alimentos para o intelecto

     
  • At 1:04 AM, Blogger so_luar said…

    Esta cidade não está velha e gasta, apenas os teus olhos a vêm assim. E vejo-a frenética, histérica e mal disposta, mas sei que, apesar de não o sentir agora, os meus olhos nunca perderão de vista a sua infinita beleza, magia e urbanidade.

     
  • At 12:18 AM, Blogger so_luar said…

    A diferença fundamental entre as duas artérias referidas, é as pessoas, não simplesmente as pessoas em si, mas o seu modo de vida e as suas preocupações, isto para não mencionar a quantidade de pessoas que passam numa e noutra, que difere de centenas para milhares, assim como os carros, autocarros e demais viaturas. Para mim isso é o primeiro pressuposto da urbanidade. O segundo é o desconhecimento. E aqui talvez um exemplo pessoal seja mais ilustrativo: eu passei na Rua da Estefânia talvez 1000 vezes mais vezes do que na Av. da Liberdade do Fundão, e nessa rua até modesta em amplitude de Lisboa ninguém me reconheceria ou saberia o meu nome, ou quem sou, ao contrário da dita cuja rua no Fundão. E depois outro tipo de detalhes como o número de nacionalidades que encontrarias entre as pessoas de uma e de outra rua, as lojas e o número de habitantes... E isto só na Rua da Estefânia. Quanto há sociedade de informação globalizada isso podes ter em qualquer computador ligado à internet, e tem as suas próprias regras de urbanidade, que não se definem nos mesmos moldes, mas ajudam a assistir a proximidade dentro das selvas urbanas

     

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