Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

terça-feira, maio 15, 2007

Fátima, o Festival do povo

Este ano comemoram-se os 90 anos das aparições de Fátima. Os crentes, beatos, jovens acólitos, velhos solitários, milhares de pessoas, todos os anos, aguardam ansiosamente por esta data para se transformarem em peregrinos (festivaleiros de Fátima) e debaixo de chuva ou sol, rumarem a esse local tão encantador e "sagrado", para se acotovelarem, andarem de joelhos, comerem farnéis meticulosamente planeados e preparados, embriagarem-se de rezas e fumos de vela, pedirem e agradecerem, enfim, é inegavelmente um fenómeno, decerto que a populaça de Fátima agradece por esta benção de restaurantes e albergarias cheias como ovos. Todos os anos comento e discurso longamente sobre isto porque não consigo compreender a forma da fé destas pessoas, não consigo perceber as caminhadas, o pagamento de promessas e muito menos aquelas velas obscenas de partes de corpos. A fé apenas existe dentro das pessoas, é como um sentimento intímo e profundo, pessoal e intransmissível, como que uma relação particular com Deus, com as suas manifestações e mistérios, todas estas exteriorizações me parecem fabricadas, superficiais, falsas, excessivas, levadas a cabo como actos de comunicação, encetadas em comunidade, em suma, imcompreensíveis. Quanto às aparições em si, não entro sequer nessa discussão, há demasiadas coisas que não sabemos, nem podemos avaliar quanto à veracidade, possibilidade. Além dos pastorinhos nunca ninguém verdadeiramente saberá.