Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

terça-feira, setembro 21, 2004

Lisboa

Tenho saudades de Lisboa, de estar em Lisboa, de viver em Lisboa.
Sinto falta da ausência de rotina na minha vida. O meu Fundão é feito de rotinas, de rituais, aos quais não posso fugir. Ainda tento, a espaços contrariar isso, quando à noite inesperadamente saio sozinha para pôr o lixo, mas o Fundão acaba sempre nos seus indomáveis limites.
Lisboa é uma incógnita diária, até nas rotinas, que não podem ser chamadas rotinas pela sua efemeridade e inconstância. É um jogo. É ir ao cinema sem ter de ver o filme que lá está, porque estão sempre vários. É ir para o Bairro às quatro da manhã, com a certeza que está tudo fechado, mas os amigos permanecem às portas, nos passeios, nas ruas, até no Inverno, quando não chove. Lisboa é a rádio RADAR, a MEGA e a BEST FM (mais ao gosto do mau irmão), Lisboa é a casa da Tininha na R. da Indústria em Alcântara, a casa da Pité no Restelo, mesmo à beira do Tejo, a casa da Catarina, na R. do Carmo, a casa da Margarida em Xabregas, também à beirinha do Tejo, a Stª Apolónia.
Lisboa são todas as ruas iluminadas pela solidão à noite, pelos acasos inesperados e os encontros furtivos, à beira do amor, sempre na vertigem da paixão que não cura, que não passa, que não esmorece, que se desilude e se despede, para voltar sempre assim.