Ocorreu-me mesmo agora a necessidade extrema de escrever. Sinto que estou a cada dia a cometer um acto de extrema violência para comigo própria, este forma de vida, urbana e sem sentido, de dias e noites perdidos, já me provoca asco. Tenho múltiplas dúvidas dentro de mim. Tenho observado que existe verdadeiramente uma força superior, tradicionalmente chamam-lhe Karma, mas apesar de absolutamente poderoso, baseia-se nas coisas simples.
Tudo têm o seu ponto de harmonia, basta procurá-lo. Experimentem dar alguma coisa a alguém com verdadeiro altruísmo e amor, certamente que com grande brevidade, algo vos será oferecido de volta, pode ser por essa pessoa pode ser por outra.
Estamos enquanto sociedade a viver um momento de verdadeira revolta, as pessoas não deviam poder ser responsabilizadas financeiramente por estas dívidas astronómicas que os sucessivos maus governantes fizeram para convencer as pessoas a votar neles. Eu nunca votei em nenhum destes senhores, desde que perfiz a maioridade votei em todos os actos eleitorais contra todos estes senhores que foram eleitos por uma média de um terço da população. Eu quero indignar-me!!! Eu estudei dezoito anos para ser de certa forma escravizada se quiser ter uma vida decente e honesta. Por alma de quem é quem o Estado acha que eu tenho de pagar uma parcela do meu ordenado, para em troca não receber absolutamente nada. Este estado medíocre estabeleceu uma ditadura silenciosa, as pessoas sentem-se a sufocar num país que sempre se dedicou à miséria. Oh 25 de Abril que ficaste por fazer!!!..
Compreendo que num mundo que quer competir com a China uma classe média burguesa não dá jeito nenhum, é uma chatice, bom era que fossemos mesmo escravos, para poderem jorrar melhor aquela arrogância bacoca e vazia de pessoas que nunca leram um livro na vida.
Eu quero ser livre. Preferia viver num país livre, infelizmente o Lavre é aqui neste país miserável, é uma infelicidade para mim enquanto portuguesa, herdeira de história fantástica construída neste país de pescadores e lavradores, vinhateiros. Aniquilaram a nossa identidade, as nossas tradições estão condenadas. Tenho aprendido tanta coisa que não vem escrita em nenhum livro... sei que não terei tempo para aprender nem metade. E agora sim, vou repousar à pressa com o "Egipto" do Eça de Queiroz.
Au revoir