Voltei ao mundo da luz
Tenho andado a viver no mundo das trevas, mas agora voltei, não posso garantir que não retornarei ao refúgio seguro que é a minha solidão e o meu afastamento da vida enquanto fenómeno social. Durante muitos anos fui um animal social em hiperactividade, depois fui-me recolhendo, recolhendo, até ir para o Fundão, onde essa vocação acabou por vir à tona, até porque a ambiência daquela cidade assim o ditava, ressuscitando assim a minha vontade de estar e conviver com amigos. O meu regresso a Lisboa e a minha actual condição de anomia e indigência, precisamente social, levaram-me a um afastamento das relações pessoais como defesa estúpida do meu castelo da realização individual em ruínas.
No Sábado fui sair, coisa que já não fazia há imenso tempo, não tendo sido uma noite extraordinariamente animada, e tendo eu sido acometida, primeiro por uma quebra de tensão que me cegou, em negro, e no fim da noite por uma daquelas dores de cabeça explosivas, senti-me muito bem e passei a noite toda a pensar: "ainda bem que vim!!!" Nada de especial, só um regresso a alguma normalidade na minha vida. Agora só precisava de um telefonema de uma certa empresa de recursos humanos, a propósito de um certo processo de recrutamento, concebido certamente por pessoas que leram demasiado Kafka. Bom vou aguardando pacientemente pelo seu desenrolar, na esperança que desta consiga ultrapassá-lo positivamente, sendo que isso traría um significado e um sentido ao percurso que a minha vida tem trilhado nestes últimos anos, e por outro lado aniquilava a necessidade de considerar medidas mais drásticas relativas à Irlanda. Portanto aqui fico eu, à espera, um pouco mais revigorada.
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