Não vamos casar !

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segunda-feira, março 14, 2005

A questão dos medicamentos

O discurso de tomada de posse de novo Primeiro-Ministro, levantou uma extraordinária celeuma entre as farmácias e o resto do mundo. Hoje no Fórum Mulher da TSF ouvi bastantes coisas absurdas, das quais destaco esta: "um farmacêutico é como um padre, e às vezes uma pessoa vai à farmácia e aproveita para se confessar", confesso que ri a bom rir, às gargalhadas, mas agora voltando a argumentos menos ridículos, eis a minha modesta opinião:
1º - Os medicamentos de venda livre são muito mais caros, porque são vendidos exclusivamente pelas farmácias;
2º - Se alguém for a uma farmácia comprar esses ditos medicamentos, dificilmente, algum farmacêutico vai fazer levantar alguma questão a essa pessoa, ou perguntar-lhe que outro tipo de medicamentos usa.
3º - Se alguém se quiser suicidar utilizando produtos à venda em supermercados, certamente optará por um litro de lixívia, ou qualquer outro tipo de detergente, ao invés de tentar uma overdose de aspirinas.
4º - As pessoas que não podem tomar certo tipo demedicamentos, não os vão comprar no hipermercado, nem tomá-los simplesmente porque eles são vendidos, mas assumindo que exista uma absurda tentação de os tomar, eles podem comprá-los em qualquer farmácia, sem qualquer pergunta, ou se forem conhecidos, numa determinada farmácia, podem sempre ir a outra qualquer.
5º - A única corporação que critica esta medida é o lobbie farmacêutico, sendo que os médicos, a aplaudiram prontamente.
6º- Estão a distorcer a discussão sobre este assunto, aqui a questão não é de as pessoas comprarem mais, só porque está nas prateleiras dos supermercados, porque se alguém quiser comprar muito, compra numa farmácia ou em várias, também não está na quetão da conservação e da embalagem, estes estabelecimentos têm que cumprir regras na comercialização de diversos artigos, e terão certamente também regras para os medicamentos, todas as pessoas compram leite, iogurtes, congelados, carne, peixe e outros produtos que requerem conservação específica nestes locais, a questão está no preço e na concorrência.
7º - Esta medida permite que o preço destes medicamentos baixe, pois passarão a estar sujeitos às normais leis da concorrência, por exemplo, eu tenho de usar escovas dos dentes e pasta dentífrica medicinal, e aposto que se eles forem vendidos no hipermercado, o seu preço vai baixar bastante, e nunca até hoje percebi, porque não os posso comprar lá, a pasta que eu uso não faz mal a ninguém, quando muito pode ser desnecessária.
8º - Ninguém vai gastar dinheiro a comprar um bem que não necessita, simplesmente porque ele está à venda, ninguém vai comprar uma garrafa de vodca, se não intencionar bebê-la, ou quanto muito, poderá comprá-la, para a ter em casa para uma eventualidade, como uma visita de amigos, ou uma festa. E uma garrafa de vodca é bem mais nefasta do que uma aspirina, um antigripine ou umas pastilhas para a garganta.
9º - As pessoas que se automedicam, não precisam que os medicamentos estejam à venda num supermercado, novamente, vão à farmácia e compram os medicamentos, mais caros, claro, e raro será o farmacêutico que levanta qualquer questão, pois os ditos medicamentos são de VENDA LIVRE, não necessitam de receita médica.
10 - Esta medida não pode, todavia, ser efectuada levianamente, tem de ser, cuidadosamente, elaborada uma lista dos medicamentos passíveis de ser vendidos nas superfícies comerciais, atendendo às suas características químicas e medicinais, mas confio que isso é uma tarefa perfeitamente razoável.

3 Comments:

  • At 6:03 PM, Anonymous Anônimo said…

    Desta vez não estou de acordo
    Alem de pertencer aqueles que acreditam que os media apenas dizem o que (lhes) interessa, o que ouvi foi "medicamentos não sujeitos a receita médica, venda livre fora das farmácias." Para alem de serem centenas de produtos; requerem um manuseamento cuidado, um acondicionamento cuidado, temperaturas etc.
    E eu sei que nas grandes superfícies até andam aos pontapés as caixas!!!
    Agora imaginemos: um corredor com pilhas de medicamentos, um cliente com uma dor qualquer, será que levo este ou aquele? e abre a caixa, lê o folheto, este não, abre outra, volta a ver o folheto, e rasga a caixa a abrir "uppssss-ninguem viu" e leva um blister fecha a caixa e deixa lá o resto, troca o blister que está dentro do prazo de validade por outro que tinha em casa da década passada... sem contar com inúmeras outras possibilidades que sabemos existir!!!
    Infelizmente vivemos num mundo de animais "evoluídos"... fique também a constar que se a população portuguesa fosse DECENTE eu estava completamente de acordo com esta medida!!
    Não sou de generalizar, mas desta forma estou mesmo a globalizar, e neste caso penso ser um mal necessário.

    Existir um, dois responsáveis por um cubicoluzinho com medicamentos, no meio de uma grande superfície comercial, também não estou de acordo. filas intermináveis de pacientes (em ambos os sentidos) para pedir o medicamento, e depois!... Embalagens de medicamentos misturadas com o arroz e os refrigerantes nas prateleiras, pelo chão... neste ponto não concordo. Os farmacêuticos, ajudantes de farmácias e equivalentes, tem habilitações e formação para efectuar o trabalho que lhes compete. Se não vamos melhorar um serviço, mais vale deixar estar... não vou agarrar num rapaz com um curso de electricista e fazer dele o meu médico ou advogado...

    Shadow

     
  • At 9:28 PM, Blogger so_luar said…

    Bom, aí estam alguns argumentos que em esqueci de rebater:
    1º - As farmácias não vão desaparecer, vão continuar a existir, para as pessoas doentes que não vão ao médico e que preferem pedir conselhos ao farmacêutico, podem continuar a ir.
    2º - Os medicamentos terão de estar acondicionados de forma essas coisas não poderem acontecer.
    3º - Há em algumas grandes superfícies onde há esses balcões que mencionaste para vender perfumes, jóias, podem perfeitamente fazê-los para os medicamentos.
    4º - Também penso que a venda em postos de venda de gasolina 24 horas devia ser englobada nos possíveis postos de venda.

     
  • At 11:04 AM, Anonymous Anônimo said…

    Vejamos outro lado, a pessoa que está no tal quiosque.
    Quantas aberrações aparecerão diariamente a perguntar "qual o medicamento que aconselha para a dor X ou Y?"
    A única resposta possivel é: não estou abilitado a dar tal informação!.
    Já estou a imaginar, a tal aberação, a dizer: se não sabe não devia de estar ai! Ponham ai alguem que saiba; se não sabe vá chamar alguem que saiba; quero falar com o seu chefe; cambada de imcompetentes; entre muitas outras coisas...
    Defenitivamente não estou de acordo, penso que a população portuguesa não está perparada para esta liberdade! É demasiado rude e cheia de incompreenção para com o proximo. Só compreendem as coisas quando lhes acontece a elas ou aos seus proximos, e mesmo assim...
    Penso que este será outro ponto a ter em vista, pois sabemos que as grandes superficies ou estabelecimentos onde não existe uma "ligação directa" com os empregados/ colaboradores, estes são deixados de lado. Mais uma vez se aplica a regra "com o mal dos outros posso eu bem" ou ainda "se está mal mude-se, não quer á muito quem queira". Portanto alguem tem de selar pelos intereses dos funcionarios para os salvaguardar desta selva racional. Se todos contribuirmos um pouco, não custa nada e andamos todos bem!

     

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