Dogma 777
Este post era para ter um título diferente, mas teatral, trágico-cómico, mas apercebi-me do seu número contabilístico e tive de o usar, primeiro porque é uma capicua, segundo porque utiliza o número sete, que além de ser um dos números que universalmente significam perfeição, é um dos meus números favoritos.
Voltando à vaca fria, cada ano que passa o dia dos namorados parece-me uma coisa mais estúpida, sei que já tive oportunidade de partilhar isso convosco em anos anteriores, mas este ano parece ter-se agudizado em mim este pequeno ódio, para melhor reiterar as minhas palavras em actos juntei-me a um movimento anti-dia dos namorados, mas não posso deixar passar o dia (na verdade já deixei, para o resto do mundo já é dia 15) sem aqui vilipendiar um pouco esta não-efeméride que o mundo capitalista teima em dar cada vez mais importância. Em primeiro lugar custa-me a acreditar que o dito São Valentim se possa ocupar de todos os casais de namorados que grassam por este mundo fora, bem como das abelhas uma vez que também é o padroeiro dos apicultores, além disso o bendito do São valentim não devia ser o santo dos namorados, mas sim dos noivos uma vez que o senhor era um bispo do tempo dos romanos que consagrava o sagrado matrimónio à revelia de ordens expressas do império, que queria impedir os moços de se casarem para irem mais alegremente para a guerra, além de tudo isto no dia 14 de Fevereiro do ano 270 d.c. (dia dedicado à deusa juno, mulher de Júpiter) decapitaram o senhor, fazendo com que todas estas comemorações, flores, balões, corações e chocolates se tornem um bocadinho ofensivas e desrespeitosas para com o senhor para quem esta data foi tão funesta. No entanto a recém-nascida Igreja Católica precisava de adoptar mais uma festa costumeira romana (a Lupercália - inicio oficial da Primavera, festa da juventude e renovação, que começava dia 15) para não perder fiéis (como aliás fez com o Natal) e aproveitou-se mais uma vez da desgraça do bispo Valentim para esse efeito.
Não sei muito bem de onde surge a tradição da troca de presentes, mas tenho a certeza que com a febre que existe hoje em dia não pode ser muito remota e os seus responsáveis são já puros capitalistas que se aproveitam de mais um dia do ano para obrigarem as pessoas a comprar relógios, jóias, bombons, flores e toda a espécie de coisas que aliadas a um obrigatório jantar romântico possam fazer deste dia um dia internacional (ocidental) do namoro.
Para além de tudo isto há a questão do Santo António, esse sim verdadeiro padroeiro casamenteiro e namoradeiro dos portugueses que é bem capaz de se sentir um pouco afectado pela minorização da sua devoção, já para não falar do Cúpido que como deus menor anda com as suas setas a acertar em corações mais desatentos, e que nestes dias é sempre utilizado nos cartões para servir de vassalo do S. Valentim.
Ora tudo isto parece-me errado, como me parecem erradas as melosas e excessivas demonstrações de amor que nos impingem pelos olhos nestes dias, mãozinhas dadas, beijinhos a toda a hora, mas porque é que as pessoas têm a ilusão de que só porque inventaram este dia parvo têm licença para se comportarem como adolescentes embevecidos pelo primeiro amor? Acho que nem numa festa de liceu via as figuras que tive o desprazer de ver hoje no meu local de trabalho.
E depois há ainda uma outra coisa, porque é que as pessoas solteiras, livres e desimpedidas não têm também um dia para elas? Eu também gostava de receber uma prenda só porque sim!!! E porque é que estas pessoas supostamente tão felizes têm de andar o dia todo a partilhar a sua felicidade conjugal com o mundo? Porque é que não ficam em casa a fazer o amor? Não tenho respostas para estas perguntas, mas suspeitos que os namoradinhos tão felizes no dia que comemoram a decapitação do S. Valentim não são assim tão felizes no resto dos dias...
Voltando à vaca fria, cada ano que passa o dia dos namorados parece-me uma coisa mais estúpida, sei que já tive oportunidade de partilhar isso convosco em anos anteriores, mas este ano parece ter-se agudizado em mim este pequeno ódio, para melhor reiterar as minhas palavras em actos juntei-me a um movimento anti-dia dos namorados, mas não posso deixar passar o dia (na verdade já deixei, para o resto do mundo já é dia 15) sem aqui vilipendiar um pouco esta não-efeméride que o mundo capitalista teima em dar cada vez mais importância. Em primeiro lugar custa-me a acreditar que o dito São Valentim se possa ocupar de todos os casais de namorados que grassam por este mundo fora, bem como das abelhas uma vez que também é o padroeiro dos apicultores, além disso o bendito do São valentim não devia ser o santo dos namorados, mas sim dos noivos uma vez que o senhor era um bispo do tempo dos romanos que consagrava o sagrado matrimónio à revelia de ordens expressas do império, que queria impedir os moços de se casarem para irem mais alegremente para a guerra, além de tudo isto no dia 14 de Fevereiro do ano 270 d.c. (dia dedicado à deusa juno, mulher de Júpiter) decapitaram o senhor, fazendo com que todas estas comemorações, flores, balões, corações e chocolates se tornem um bocadinho ofensivas e desrespeitosas para com o senhor para quem esta data foi tão funesta. No entanto a recém-nascida Igreja Católica precisava de adoptar mais uma festa costumeira romana (a Lupercália - inicio oficial da Primavera, festa da juventude e renovação, que começava dia 15) para não perder fiéis (como aliás fez com o Natal) e aproveitou-se mais uma vez da desgraça do bispo Valentim para esse efeito.
Não sei muito bem de onde surge a tradição da troca de presentes, mas tenho a certeza que com a febre que existe hoje em dia não pode ser muito remota e os seus responsáveis são já puros capitalistas que se aproveitam de mais um dia do ano para obrigarem as pessoas a comprar relógios, jóias, bombons, flores e toda a espécie de coisas que aliadas a um obrigatório jantar romântico possam fazer deste dia um dia internacional (ocidental) do namoro.
Para além de tudo isto há a questão do Santo António, esse sim verdadeiro padroeiro casamenteiro e namoradeiro dos portugueses que é bem capaz de se sentir um pouco afectado pela minorização da sua devoção, já para não falar do Cúpido que como deus menor anda com as suas setas a acertar em corações mais desatentos, e que nestes dias é sempre utilizado nos cartões para servir de vassalo do S. Valentim.
Ora tudo isto parece-me errado, como me parecem erradas as melosas e excessivas demonstrações de amor que nos impingem pelos olhos nestes dias, mãozinhas dadas, beijinhos a toda a hora, mas porque é que as pessoas têm a ilusão de que só porque inventaram este dia parvo têm licença para se comportarem como adolescentes embevecidos pelo primeiro amor? Acho que nem numa festa de liceu via as figuras que tive o desprazer de ver hoje no meu local de trabalho.
E depois há ainda uma outra coisa, porque é que as pessoas solteiras, livres e desimpedidas não têm também um dia para elas? Eu também gostava de receber uma prenda só porque sim!!! E porque é que estas pessoas supostamente tão felizes têm de andar o dia todo a partilhar a sua felicidade conjugal com o mundo? Porque é que não ficam em casa a fazer o amor? Não tenho respostas para estas perguntas, mas suspeitos que os namoradinhos tão felizes no dia que comemoram a decapitação do S. Valentim não são assim tão felizes no resto dos dias...
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