Cuba II
Um dos nossos sítios fetiche em Havana era a loja da Miss Sixty no Hotel Comodoro que me tinha sido recomendada por um casal de amigos que foi lá duas semanas antes de mim, durante a semana toda sonhámos com um banho de civilização e uma orgia de compras baratas nesta loja, durante uma semana planeámos lá ir, quando lá chegámos estava fechada, mas persistentemente esperámos e fomos visitar o hotel Comodoro, o deu entreposto comercial para turistas e as praias de oeste, sendo que tudo era inexplicavelmente uma desilusão, as coisas naslojas custavam o dobro, a praia era um tanque de betão por onde o mar entrava, e foi um trinta e um para conseguirmos entrar no hotel, e um trinta e dois para sairmos, porque queriam à força que fossemos para a piscina deles (a pagar 10 pesos cubanos), enfim voltámos à bendita Miss Sixty para descobrirmos uma loja minúscula que com sorte teria 20 peças de roupa à venda, vencidas pelo fracassso decidimos ir comer um gelado à afamada gelataria "Copélia", que tem supostamente os melhores gelados de Havana, apenas para descobrir uma esplanada com 6 mesas e apenas 5 sabores de gelados. Admitimos entre nós que aquele dia estava condenado a banhadas descomunais e decidimos ir apenas passear à toa, sem expetativas, não podíamos ir para a praia pois estava um dia feio, nublado e fresco, demos corda aos sapatinhos e lá fomos nós satisfazer o nosso desejo de conhecer Havana profunda, autêntica. Subimos o Vedado até à Universidade de Havana e daí entrámos no bairro de Havana centro, onde não havia um único turista para além de nós, exploramos as ruas sujas e decadentes do gueto, onde a beleza colonial ainda resiste a espaços, esbatida numa vivência de miséria, de sobrevivência, de sapatos pendurados nos cabos de electricidade, mercados sujos e obscuros, pessoas tristes e oprimidas pela vida que levam. Claro que depois de muito resistirmos ao assédio contínuo a que os turistas são sujeitos, fomos agrafadas por três senhoras e uma menina de nomes impronunciáveis que se ofereceram para nos levar à "Santeria", que é um templo-quarteirão da religião afro-americana, meio vodu, meio mãe de santo, pintado de uma ponta à outra por um artista cubano chamado Salvador, num estilo absolutamente próprio. Depois de nos chularem as mais caras bebidas de Havana, o negrum (que é um mojito que em vez de hortelã leva manjericão e em vez de açucar leva mel), bastante agradável por sinal, lá nos deixaram partir exaustas para a continuação do nosso passeio que acabou um pouco mais à frente no Malecon (passeio marginal de Havana, que se extende por quase toda a parte da cidade que confina com o mar), onde apanhámos o nosso primeiro coco taxi para uma das mais vertiginosas viagens para o nosso querido Hotel Plaza, onde nos esperava o barulho ensurdecedor das obras de construção do hotel em frente.
Isto tudo porquê? Porque na 2ª-feira, fui ao Freeport com uma das minhas amigas que foi comigo para Cuba e quando entrámos na loja da Miss Sixty (vinhamos nós a relembrar este episódio das nossas férias), tiraram o CD de música indiana que estava a tocar e puseram os Buena Vista a cantar a mais maravilhosa música cubana. Coincidência? Hilariantemente delicioso.
Isto tudo porquê? Porque na 2ª-feira, fui ao Freeport com uma das minhas amigas que foi comigo para Cuba e quando entrámos na loja da Miss Sixty (vinhamos nós a relembrar este episódio das nossas férias), tiraram o CD de música indiana que estava a tocar e puseram os Buena Vista a cantar a mais maravilhosa música cubana. Coincidência? Hilariantemente delicioso.
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