O que podemos controlar
A vida, como o amor, é um lugar estranho, por vezes estranho por demais. Nascemos e crescemos e acreditamos sempre que controlamos a nossa vida. (Menos os acólitos mais fervorosos q colocam a vida nas mãos de deus) E controlamos, de certo modo, tomamos as nossas opções, decidimos entre isto e aquilo. no entanto tenho a sensação espinal que certos designíos não são passíveis de controle. Infelizmente o amor é assim, um lugar estranho, e tenho a profunda infelicidade de ter um coração, responsável corporal da vereação emocional, estúpido que nem uma porta, burro que nem um jumento. Como racionalista puritana que sou passo a vida a tentar controlá-lo e refrear os seus ímpetos mais primários, guardá-los numa garrafa e atirá-los ao mar. Mal afortunadamente de quando em quando essas garrafas depois de muitas voltas e arrastadas por ondas incomensuráveis voltam para me acertar em cheio na cabeça. Preferia ser materialista, só pensar em futilidades banais, em casas férias e mexericos, ler revistas côr-de-rosa e os pseudo romances da margarida rebelo pinto. Mas não cresci a ler os romances extraordinários do Camilo com as suas facas e alguidares e os "Maria não me mates que sou tua mãe" e fiquei assim. Como sou agora, como me sinto agora. Mal. Mal amada. Nada amada aliás. Consigo viver bem assim, mas estou sempre a facear dilemas insondáveis que me entristecem assim...
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