A obcessão da mudança
Desde que involuntária e inadvertidamente comecei a minha aventura de procura de casa há cinco meses, fiquei absolutamente dependente da ideia de abandonar esta casa. Bem sei que agora tenho outras motivações e outros parceiros, mas o princípio permaneceu. Amanhã vou ao banco. Casa já tenho, uma de sonho e algumas outras segundas hipóteses, e ainda o imenso de desejo de já passar lá o Natal, seja lá onde for. O meu processo de desprendimento emocional está a ser penoso, mas ainda assim tenho-me aguentado firme, hoje, como nalguns outros dias está a ser particularmente penoso, não consigo parar de pensar nele, colou-se à minha pele como humidade tropical, via televisão, tão perto e tão longe, a uma distância que insisto em manter e não me atrevo sequer a pensar quebrar, queria poder apagar as suas referências como uma mensagem de texto ou um registo de chamada, queria nunca mais pensar nele, nem por um segundo. Queria mudar, completar a transfiguração do meu mundo de forma a tudo o que aconteceu nos últimos anos ser apenas uma memória distante, ténue e inacabada. Sei que tudo isto não me fará feliz, mas tenho a certeza absoluta que diminuirá a minha infelicidade.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home