Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, agosto 25, 2005

Ode ao meu poema perdido

Fi-lo sem pensar em mais
ideia poética por si só
Fi-lo automaticamente
para uma caixa igual a esta
onde te escrevo,
Ode ao meu poema perdido.

Era sobre uma bailarina
tinha umas nove estrofes pequenas
palavras escolhidas
em som de sopro inspirativo
digno de evocação de musas
quaisquer musas ou todas elas
como as estrelas
infinitas na sua essência.

Pobre poema
pensei várias vezes em gravá-lo.
Nunca o gravei.
Perdeu-se para sempre
não o imprimi suficientemente
na minha memória,
escapou-se
escapuliu-se
por entre os dedos.

Já tinha pensado esta afirmação
de saudade e ausência,
nunca o tinha escrito
não o tinha pensado neste formato
pouco, mas muito pouco parecido
com uma Ode ao meu poema perdido.

Palavras que vos perdi
Voltem num sonho
junto com as flores brancas.