Se a minha tristeza soubesse escrever compunha uma epopeia
Tenho tantas mágoas como alegrias dentro de mim. Porém quando chegam os abatimentos, as pausas, denoto que os ressentimentos e as histórias por acabar têm um peso absurdo no meio de todas as outras coisas. São todas as palavras deixadas por dizer, os arrependimentos das coisas que não foram feitas, as cartas que ficaram por enviar. E as lembranças que nunca mais se apagam. passe lá quanto tempo passe. Para os mais incautos, que julguem que estou unicamente a falar de desgostos de amor, desenganem-se pois falo em primeiro lugar do meu pai, que é a grande, primeira e constante mágoa da minha vida. Durante os meus primeiros quinze anos de vida tive o melhor pai que alguém pode querer ter, os quatro anos seguintes passaram-se hibrídos entre o amor e o terror da loucura, o melhor e o pior, mas ainda a presença. Nos últimos oito anos é a ausência, o desprezo, o alheamento absoluto e por vezes até o ódio em actividade... enfim, um daqueles suspiros que o meu peito soltará para sempre.
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