Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

quinta-feira, março 16, 2006

A questão do encerramento das maternidades

Acho muito bem que fechem as maternidades, assim vai passar a haver uma nova naturalidade: "a caminho", ou "na ambulância, ou ainda, "no automóvel". Daqui a 20 anos vai haver graves problemas burocráticos, e surgirão fantásticas conversas do estilo: "Então e onde nasceste? - A caminho. A caminho? Sim a caminho do hospital que ficava longe que se farta da minha terra". Como é que é possível que sempre que os governos tentam implementar medidas de optimização dos recursos existentes, lixam sempre as pessoas que têm menos recursos, que vivem desterradas naqueles ermos que deviam ter incentivos de natalidade em vez da maternidade local fechada? Porque é que prejudicam sistematicamente os mesmos, será que ainda não compreenderam, porventura, que o autismo autoritarista acaba sempre por correr mal. Eu se fosse a Constituição Portuguesa proíbia o PS e o PSD de governarem, só fazem merda, andam há 30 anos a fazer merda às custas do erário público e depois vira-se de uns para os outros, dos maus para os péssimos. Se têm que cortar porque continuam a comprar carros cujo valor poderia alimentar 10 famílias durante um ano? Porque continuam a ter despesas de representação? O operário, o empregado de loja, o professor, o bancário, o jornalista, o funcionário público, todos pagam impostos, todos têm salários miseráveis e nenhum tem despesas de representação, nem ajudas de custo e têm à mesma de viver e comer todos os dias, menos e pior, claro está. É imoral, todo o funcionamento da sociedade portuguesa é um insulto à dignidade humana, só superado por alguns "países em vias de desenvolvimento". Somos uma vergonha, cada vez trabalhamos mais e recebemos menos, não temos tempo para educar as nossas crianças, como iremos construir o futuro? Que futuro? E aqueles coirões lá em S. Bento a rirem-se, nos seus topos de gama e banquetes faustosos, a rirem-se e a mandar fechar maternidades.