Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

sábado, março 04, 2006

Algo em que já não pegava há muito tempo

"Além do bem e do Mal", Nietzsche.
Há semelhança do meu tão amado livro do desassossego, também este livro amarelado, muito sublinhado e desenhado em diversas páginas, comporta em sim pequenos parágrafos de sapiência simples, estúpdez pura em outras vezes. São númerados tal e qual: 1, 2, 3, por aí em diante...Só lhes falta os pontinhos. Li este livro pela primeira e única vez durante o meu 12º ano. Mudou a minha vida. Odiei Nietzsche pela primeira vez. Nitetzsche abriu-me os olhos para o absurdo do dogma da Igreja Católica, ensinou-me a não acreditar em deus assim à primeira, sem reflexão, sem saber, sem dúvidas, sem fé, vazio como a Igreja católica é. Isto tudo para servir de prólogo às bonitas palavras desta obra, cujos excertos passo agora a transcrever, aleatoriamente:
"161.
Os poetas comportam-se imprudentemente para com as suas experiências: exploram-nas."
"Prefácio
Admitindo ser a verdade uma mulher (...)"
"106.
Através da música as paixões divertem-se."
"168.
O Cristianismo deu a beber a Eros - ele não morreu dele, é claro, mas degenerou um vício."
"184.
Existe uma vivacidade na boa índole que parece malícia."
"1.
(...)
È já uma longa história - e, contudo, não parece que apenas começou? Será de espentar que acabemos por perder a confiança, a paciência e nos afastemos impacientes? Ser também esta esfinge a ensinar-nos a fazer perguntas? (...) O problema do valor da verdade interpôs-se à nossa frente - ou teremos sido nós a interpormo-nos à frente deste problema? Qual de nós é aqui Édipo? Qual de nós esfinge? (...)"
"123.
Até a concubinagem já foi corrompida: - pelo casamento."
"153.
Aquilo que é feito por amor ocorre sempre para lá do bem e do mal."
"72.
Não é a força mas sim a duração das sensações de engradecimento que torna os homens grandes."
O único verdadeiro problema do Nietzsche é que ele era um filha da puta de um machista e não admitia excepções e este livro é também o elogio de algo que não suporto e que consiste na subvalorização de qualquer mulher. Este foi o último livro do gajo que eu comprei. Não que ele vá receber direitos de autor...