Não vamos casar !

Detesto casamentos. Detesto particularmente casamentos de Verão. Detesto as filas de carros a buzinar com merdinhas brancas penduradas nas antenas. Detesto a hipocrisia do casamento, do dia, do contrato e da instituição. Se também detestas algumas destas coisas junta-te ao club

sábado, maio 21, 2005

Lisboa (20/09/2004)

Lisboa
cidade minha
dos meus olhos
das minhas ruas
da suprema liberdade possível.

Lisboa
cidade nossa
dos nossos olhares permitidos
das nossas ruas de anonimato
das premissas para a pequena felicidade.

Lisboa
cidade vossa
dos vossos olhares perdidos
das vossas ruas emparedadas
dos jogos que carregam a vossa infelicidade.

Viajo pelas tuas artérias febris
à noite, na noite,
fugidia como a memória
intérpida pelo teu pulmão

Lisboa
a tua luz,
viaja sempre comigo
Nos semáforos que insistem em fechar
Nos acasos complexos da nossa sorte
Nos recantos perdidos
do nosso amor sempre infeliz e incompleto.

Lisboa
és a vida como um jogo
São as tuas entrenhas pútridas e seculares
atiradas ao Tejo
é a tua sede de impossível
são todas as tuas pessoas
que nunca dormem
e não te permitem descanso.

Lisboa
és um ruído sibilante e surdo
que nunca se acalma
um silêncio que nunca existe.